segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.


Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part II, 2011)

Estreia oficial: 15 de julho de 2011
Estreia no Brasil: 15 de julho de 2011
IMDb



Chega ao fim a saga cinematográfica do famoso bruxinho que conquistou milhares de seguidores mundo afora, seja pelos livros ou pelos filmes. Foram dez anos e oito filmes, pelos quais passaram quatro diretores (Chris Columbus, Alfonso Cuarón, Mike Newell e David Yates - que assumiu a série desde seu quinto episódio), que estabeleceram na série um elevado padrão de qualidade (seja tecnicamente quanto artisticamente), fazendo com que a saga Harry Potter já seja considerada um marco dentro da história do Cinema.

Mais uma vez o roteiro ficou a cargo de Steve Kloves (que só não assina "A Ordem da Fênix"), e este não perde tempo explicando conceitos de outros filmes, nem relembrando fatos. A história tem início exatamente no mesmo ponto em que o sétimo episódio da saga havia parado. E, se este fato torna a narrativa mais ágil, ela acaba tornando-se ágil demais devido à correria com que os acontecimentos se sucedem, fazendo com que tenhamos a impressão que as cenas não se demoram o tempo suficiente na tela - principalmente as cenas de batalhas. Fica a sensação de que tiveram que cortar as cenas para que estas se adequassem no tempo total do filme, que bem que poderia ter umas três horas de duração para desenvolver bem suas sequências.

Fechando a saga com um ar ainda mais sombrio (que vinha crescendo desde "O Prisioneiro de Azkaban"), esta oitava parte da saga Harry Potter novamente sobressai-se em seu aspecto técnico, irrepreensível. E, se nos primeiros filmes, Hogwarts surgia sempre feliz e encantadora, agora, aparece opressiva sob o comando de Severo Snape.

E, já que falei em Snape, repito que ele é o personagem de quem mais gosto em toda a série (seja nos livros quanto nos filmes), e Alan Rickman veio acrescentar ainda mais ambiguidade a um personagem que, desde sua origem literária, já era um dos mais complexos (senão o mais) de todo o universo criado por J. K. Rowling.

Mas não só Rickman. Todo o elenco que passou pela série é incontestável, nomes do primeiro escalão do cinema britânico. Michael Gambon, como Dumbledore, tem a chance de mostrar um lado não ainda explorado de seu personagem, e tornar o poderoso bruxo em uma figura ainda mais interessante. E se o trio protagonista, Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, estabelece-se (mais uma vez) como nomes em ascensão de uma nova geração de atores, o filme ainda se dá ao luxo de ter atores como Emma Thompson, Gary Oldman, Jim Broadbent, Jason Isaacs e John Hurt como meras pontas.

Enfim, a saga Harry Potter chega ao fim de forma melancólica (pela natureza de sua história) e excelente (pela qualidade de seus filmes). É, ao mesmo tempo, um sentimento de felicidade de ver a obra de J. K. Rowling ter sido tão bem adaptada ao cinema, e uma sensação de perda e de dor por vê-la chegar ao fim. Os fãs ficaram órfãos pela segunda vez.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski


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