quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Alien: a Ressurreição

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Alien: a Ressurreição (Alien: Resurrection, 1997)

Estreia oficial: 12 de novembro de 1997
Estreia no Brasil: 9 de abril de 1998
IMDb



Jean-Pierre Jeunet comanda esta quarta parte da série "Alien". E, se o longa não tem o mesma qualidade dos dois primeiros, ao menos consegue ser superior àquele dirigido por David Fincher.

O roteiro apresenta alguns problemas estruturais, mas Jeunet consegue compensá-los com soluções visuais sempre criativas, além da ótima atuação do elenco.

A tenente Ripley (Sigourney Weaver), 200 anos após seu trágico fim do terceiro filme, agora é clonada para que se possa recriar os Aliens, já que a protagonista carregava uma espécime em seu interior. Neste processo, porém, seu material genético, e o do Alien que carregava (uma rainha), foram misturados, transferindo características de um ser para o outro. A rainha alienígena ganhou a capacidade de gestar em seu ventre sua cria; e Ripley (ou número 8), além do sangue ácido, ganhou um sentido predatório, maior agilidade e força.

Visualmente, o filme de Jeunet (como não poderia deixar de ser, vide os demais longas deste diretor) é muito bem estruturado, com uma direção de arte que dá atenção aos mínimos detalhes. Tudo o que é visto em tela está ali por algum motivo, com alguma justificativa. Um dos ambientes mais impressionantes é o laboratório onde Ripley encontra várias tentativas frustradas de cloná-la - aberrações genéticas grotescas. É também umas das cenas mais densas dramaticamente do filme, onde Sigourney Weaver mostra todo seu talento.

Mas não só Weaver sai-se bem. Winona Ryder também tem bons momentos, assim como Dominique Pinon (constante colaborador de Jeunet). Mas é mesmo Ron Perlman quem tem os melhores momentos do filme, e é o elemento que quebra com a tensão constante, com suas frases espirituosas.

Contando com uma fotogafia que transita entre os tons amarelados, azuis e esverdeados, Jean-Pierre Jeunet mantém as 'tradições' da franquia, como as perseguições por corredores mal iluminados. Por vezes até exagerando um pouco, como na cena em que os Aliens aparecem nadando atrás dos seres humanos. Porém, se os fãs mais fervorosos podem não ter gostado do filme, ao menos não se pode acusá-lo de não ser criativo.

Enfim, como falei no início, pode até não ser tão bom quanto os dois primeiros, mas esse "Alien: A Ressurreição" tem seus momentos. Ao menos tenta trazer um 'ar renovado' a essa tão famosa e bem realizada série.


por Melissa Lipinski




Um comentário:

Jeferson Cardoso disse...

Olá Mel!
Então, primeiro assistirei ao filme. (sorrio)
Abraço do blogueiro navegante.
Tenha uma excelente quarta-feira!

Quero lhe convidar para que leia ‘O casamento de Paulo Cesar’ no http://jefhcardoso.blogspot.com/

“Que a escrita me sirva como arma contra o silêncio em vida, pois terei a morte inteira para silenciar um dia” (Jefhcardoso)