segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O Discurso do Rei

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Discurso do Rei, O (The King's Speech, 2010)

Estreia oficial: 10 de dezembro de 2010
Estreia no Brasil: 11 de fevereiro de 2011
IMDb



"O Discurso do Rei" é baseado em fatos reais. Nos anos 30, o Duque de York acabou se tornando o Rei do Reino Unido (George VI) depois da renúncia de seu irmão mais velho, Eduardo VII, para se casar com uma estadunidense divorciada (casamento não aprovado pelo corte britânica). O Rei George VI (pai da atual Rainha Elizabeth) reinou durante a Segunda Guerra Mundial e é considerado até hoje, ao contrário do que muitos poderiam imaginar, por causa de sua gagueira e introspecção, um dos grandes monarcas da Grã-Bretanha. E, se sua gagueira lhe rendeu o apelido de 'rei relutante', seu reinado foi marcado por importantes atos públicos, como a resistência ao nazismo, já que ele e sua mulher, Elizabeth (a futura 'Rainha-Mãe', que viveu até os 101 anos - quando morreu em 2002), permaneceram em Londres durante a guerra, estando, inclusive, no Palácio de Buckingham quando esse foi bombardeado pelos alemães, e também tendo comida e aquecimento racionados como o restante da população.

Então, já era hora desse importante monarca, que superou sua gagueira com a ajuda do fonoaudiólogo australiano Lionel Logue, ganhar um filme à sua altura. E é justamente sobre o relacionamento entre rei e fonoaudiólogo que o longa é focado. Claro que licenças narrativas aos fatos reais acontecem, afinal de contas é uma obra ficcional e não um documentário. Mas o filme me parece bastante fiel, principalmente ao temperamento do Rei George VI. Inclusive, o filme acabou dando origem a um livro homônimo, escrito por Mark Logue (neto de Lionel), que detinha os diários e fichas médicas do avô.

Mas vamos ao filme em si. O Rei George VI é interpretado magistralmente por Colin Firth, que consegue transmitir toda a pompa e formalidade do monarca, assim como sua insegurança e frustração por ter problemas de dicção, e pela difícil posição que tem que assumir com a renúncia do irmão Eduardo (Guy Pearce). A maneira com que Firth fala quando 'gagueja' sempre soa natural, e seu nervosismo e frustração toda vez que isso começa a acontecer é angustiante. E, se Colin Firth está contido, o contrário pode-se falar de Geoffey Rush (o fonoaudiólogo Lionel Logue), que é bastante extrospectivo e engraçado com seus métodos pouco convencionais, porém sem jamais soar falso. O filme se baseia sobre as atuações desse dois grandes atores. Helena Bonham Carter, como a Rainha Elizabeth (esposa de George VI) também está muito bem, surpreendentemente gentil. Pontos para a atriz, já que nos acostumamos a vê-la em papéis bizarros, nada convencionais. Há ainda a participação sempre competente de Michael Gambon como o Rei George V.

Mas não são só as atuações que valem a pena no filme. A forma como o roteirista David Seidler constrói a história, intercalando momentos mais pesados com sequências de maior humor, tornam "O Discurso do Rei" um filme leve e ágil. As cenas mais engraçadas (protagonizadas, obviamente, por Geoffery Rush), dão o contraponto ideal para a narrativa, tornando-a fluída, dando um ótimo ritmo ao longa, jamais deixando-o aborrecido ou cansativo (como alguns filmes de monarca tendem a ser).

Juntando a tudo isso, há a direção de arte e figurinos impecáveis, e a fotografia belíssima de Danny Cohen. Arte e fotografia, juntas, parecem contrapor os longos, estreitos e pomposos corredores dos palácios reais, com as amplas e descontraídas salas do escritório e da casa de Logue. Uma escolha que faz com que nos sintamos bem mais à vontade, assim como o Rei George, nos ambientes de Logue do que nas dependências reais. Tudo muito discreto, mas que gera essa sensação.

A mixagem do som do filme também é muito competente, fazendo com que os fonemas gaguejados por Colin Firth soem mais altos do que o restante da sua fala. Assim, esse som parece, por vezes, realmente irritante e ensurdecedor, potencializando a deficiência de fala do protagonista.
E, ainda que algumas opções do diretor Tom Hooper sejam óbvias (no sentido de previsíveis) e clássicas demais, a sua direção segura garante um filme bastante regular.

Enfim, finalizo dizendo que, se Colin Firth confirmar as expectativas e ganhar o prêmio da Academia deste ano, vai ser mais um Oscar para a família real da Casa de Windsor, já que Helen Mirren ganhou o prémio em 2007 por sua atuação como a Rainha Elizabeth em "A Rainha" (2006). Só uma curiosidade.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski

----------------------------------

 

Essse filme tem um enredo muito bem construído. A trama vai se construindo de forma bem ágil e competente.

Duas coisas chamam muito a atenção. A primeira é a Direção de Arte. Na minha opinião ela está impecável, recriando a Inglaterra dos anos 1930. Muito bom mesmo. A segunda é, obviamente, a atuação. Colin Firth e Geoffrey Rush estão numa sintonia extraordinária. E Helena Bonham Carter não fica pra trás. Estão todos muito bem. A atuação de Colin Firth, juntamente com a montagem e mixagem do áudio, nos submerge junto na agonia do gago tentando fazer um discurso.

Uma curiosidade. Guy Pearce interpreta o irmão mais velho de Colin Firth. Mero detalhe que Pearce é 7 anos mais novo que Firth.

Recomendo.


por Oscar R. Júnior


domingo, 30 de janeiro de 2011

17º Screen Actors Guild Award - 2011

Att: vencedores em vermelho.

LIFE ACHIEVEMENT AWARD
- Ernest Borgnine

MELHOR ELENCO
- Black Swan (
Cisne Negro)
- The Fighter (
O Vencedor)
- The Kids Are All Right (
Minhas Mães e Meu Pai)
- The King's Speech (
O Discurso do Rei)
- The Social Network (
A Rede Social)

MELHOR ATOR
- Jeff Bridges - True Grit (
Bravura Indômita)
- Robert Duvall - Segredos de um Funeral (Get Low)
- Jesse Eisenberg - The Social Network (
A Rede Social)
- Colin Firth - The King's Speech (
O Discurso do Rei)
- James Franco - 127 Hours (
127 Horas)

MELHOR ATRIZ
- Annette Bening - The Kids Are All Right (
Minhas Mães e Meu Pai)
- Nicole Kidman -
Reencontrando a Felicidade (Rabbit Hole)
- Jennifer Lawrence - Winter's Bone (Inverno da Alma)
- Natalie Portman - Black Swan (
Cisne Negro)
- Hilary Swank - A Condenação (Conviction)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
- Christian Bale - The Fighter (
O Vencedor)
- John Hawkes - Winter's Bone (
Inverno da Alma)
- Jeremy Renner - The Town (
Atração Perigosa)
- Mark Ruffalo - The Kids Are All Right (
Minhas Mães e Meu Pai)
- Geoffrey Rush - The King's Speech (
O Discurso do Rei)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
- Amy Adams - The Fighter (
O Vencedor)
- Helena Bonham Carter - The King's Speech (
O Discurso do Rei)
- Mila Kunis - Black Swan (
Cisne Negro)
- Melissa Leo - The Fighter (
O Vencedor)
- Hailee Steinfeld - True Grit (
Bravura Indômita)

MELHOR ELENCO EM SÉRIE - DRAMA
- Boardwalk Empire
- The Closer
- Dexter
- The Good Wife
- Mad Men

MELHOR ELENCO EM SÉRIE - COMÉDIA
- 30 Rock
- Glee
- Hot In Cleveland
- Modern Family
- The Office

MELHOR ATOR EM SÉRIE - DRAMA
- Steve Buscemi - Boardwalk Empire
- Bryan Cranston - Breaking Bad
- Michael C. Hall - Dexter
- Jon Hamm - Mad Men
- Hugh Laurie - House

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE - DRAMA
- Glenn Close - Damages
- Mariska Hargitay - Law & Order: SVU
- Julianna Margulies - The Good Wife
- Elisabeth Moss - Mad Men
- Kyra Sedgwick - The Closer

MELHOR ATOR EM SÉRIE - COMÉDIA
- Alec Baldwin - 30 Rock
- Ty Burrell - Modern Family
- Steve Carell - The Office
- Chris Colfer - Glee
- Ed O'Neill - Modern Family

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE - COMÉDIA

- Edie Falco - Nurse Jackie
- Tina Fey - 30 Rock
- Jane Lynch - Glee
- Sofia Vergara - Modern Family
- Betty White - Hot In Cleveland

MELHOR ATOR EM FILME PARA TV OU MINISSÉRIE

- John Goodman - You Don't Know Jack
- Al Pacino - You Don't Know Jack
- Dennis Quaid - The Special Relationship
- Edgar Ramirez - Carlos
- Patrick Stewart - Macbeth (Great Performances)

MELHOR ATRIZ EM FILME PARA TV OU MINISSÉRIE

- Claire Danes - Temple Grandin
- Catherine O'Hara - Temple Grandin
- Julia Ormond - Temple Grandin
- Winona Ryder - When Love Is Not Enough: The Lois Wilson Story
- Susan Sarandon - You Don't Know Jack

sábado, 29 de janeiro de 2011

O Vencedor

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Vencedor, O (The Fighter, 2010)

Estreia oficial: 17 de dezembro de 2010
Estreia no Brasil: 4 de fevereiro de 2011
IMDb



"O Vencedor", do diretor David O. Russel, é baseado numa história real e mostra a relação de dois irmãos lutadores de boxe, Dicky Eklund (Christian Bale) que já teve seu momento de sucesso ao nocautear Sugar Ray Leonard e acha que pode voltar a brilhar, e o caçula Micky Ward (Mark Wahlberg), que busca reconhecimento.

Porém, o filme não se foca apenas na busca dos dois irmãos. O filme vai além disso, e mostra quão complicada pode ser as relações familiares. Afinal de contas é Dicky quem treina o irmão mais novo, e quem faz a vez de empresária de ambos é a sua mãe, Alice Ward (Melissa Leo). Porém, mais do que cuidar da carreira de Micky e protegê-lo, os dois mostram-se preocupados também com a exposição na mídia e a fama. E é aí que o filme mostra-se grandioso, já que o diretor e seus atores conseguem mostrar, com muito talento, quão difícil é ter um negócio 'de família' sem exploração, abuso de controle e manter o amor que os une.

E o elenco está fantástico. Começando pelo protagonista introspectivo de Mark Wahlberg que só encontra forças para enfrentar a família quando conhece sua namorada Charlene (Amy Adams). Adams está muito bem, com sua caracterização de 'garota do interior descolada' e que, aos olhos da família de Micky, é quem o leva para o 'mau caminho', afastando-o do seio familiar e das asas protetoras, mas deteriorantes, da matriarca Alice. Melissa Leo está ótima em sua caracterização, e conseguimos ver que ela realmente gosta dos filhos, porém não consegue enxergar o que realmente é melhor para Micky, assim como também seu amor materno torna-a cega para os erros de seu filho mais velho, Dicky. E é ele, ou melhor Christian Bale, quem domina o filme, com sua caracterização impressionante do lutador que acha que foi mais do que realmente foi, e que acabou tornando-se viciado em crack.

Mas são as complexas relações familiares que tornam o filme exemplar. Nada é muito simples quando se fala de relacionamentos, ainda mais quando se trata de uma família. E O. Russell consegue retratar isso perfeitamente. Sem contar que sempre estamos vendo o filme de pontos de vista diferentes. Primeiro somos apresentados à história pela visão de Dicky; depois passamos a nos distanciar daquela família problemática pelos olhos de Charlene; para logo depois vermos as coisas sob o ponto de vista de Alice, e o quão difícil é ver os filhos se afastando da barra de sua saia; para, finalmente, vermos tudo sob o ponto de vista de Micky. Dessa forma nós espectadores somos colocados próximos a todos os personagens e conseguimos ver suas motivações, qualidade e falhas de caráter; ao mesmo tempo em que a pluralidade de pontos de vista nos dá um panorama geral e consegue nos distanciar daqueles personagens, fazendo com que consigamos analisar tudo mais fria e criticamente.

Ainda a boa edição torna o ritmo do longa bastante ágil, principalmente nas cenas de luta. As quais também são muito bem coreografadas.

Enfim, alguns até podem dizer que a história não é das mais surpreendentes, porém a maneira com que o roteiro é trabalhado, e as escolhas de David O. Russell, junto com a atuação magistral de seu elenco, fazem de "O Vencedor" um filme espetacular.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski

----------------------

 

Mal começa o filme, na primeira frase de Dicky Eklund (Christian Bale) e eu já fiquei abismado com o a sua atuação. Impressionante. Sensacional. A atuação da Alice Ward (Melissa Leo) também é grandiosa. Micky Ward e Charlene (Mark Wahlberg e Amy Adams estão muito bem, mas ficaram um pouco à sombra de Chrintian Bale e Melissa Leo.

Os personagens são cativantes. Nas cenas de luta tenho uma ressalva: em alguns momentos distoavam o que era mostrado de o que o narrador da luta estava falando. Exemplo: Ward apesar de se defender bastante têm feito golpes duros no adversário. Mas só nos foi mostrado ele servindo de saco de pancada. Achei estranho.

O roteiro é bem desenvovido mas penso que o diretor David O. Russell não conseguiu segurar a história conforme o roteiro. Isso porque em teoria o filme é sobre o personagem que Mark Wahlberg interpreta. Mas como Christian Bale está absurdamente superior na atuação, o filme acaba sendo mais dele. Fiquei com essa impressão.

Algumas coisas interessantes no filme. Durante o filme, Dicky (Christian Bale) relembra várias vezes um luta que fez contra Sugar Ray Leonard. As cenas de luta que aparecem são reais, e na cena que Dicky vai tirar um sarro de Ray, é o próprio ex-boxeador que está na cena. Assim como o treinador Mickey O'Keefe é interpretado por ele mesmo.

E uma curiosidade. Christian Bale é 3 anos mais novo que Mark Wahlberg. No filme, entretanto, ele interpreta o irmão mais velho.

Recomendo!


por Oscar R. Júnior


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Par Perfeito

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Par Perfeito (The Killers, 2010)

Estreia oficial: 4 de junho de 2010
Estreia no Brasil: 27 de agosto de 2010
IMDb



Ok. Sei que não podia dar boa coisa, mas mesmo assim arrisquei. Tenho um lema: Tem que se assistir de tudo para poder criticar. Então lá fui eu. Pelo trailer sabia exatamente o que esperar desse filme, e minhas (mais pessimistas) previsões se confirmaram.

O filme é exatamente o que os seus 10 primeiros minutos (ou seriam os 5 primeiros?) já dizem: previsível ao extremo. E pior: corrobora com uma visão estereotipada e machista de relacionamento. A mulher, que vive histérica sozinha, e que não vê a hora de encontrar o seu 'príncipe encantado', preferencialmente que tenha um corpo perfeito (como o filme faz questão de reiterar) e que, mesmo mentindo descaradamente, traga um pouco de emoção ao relacionamento e à vida 'sem graça' da mocinha. O herói que vem salvar a donzela da sua vidinha medíocre. Por favor! Até quando teremos que aguentar filmes desse naipe!!!

Fora o roteiro, que simplesmente joga a ideia como se fossemos obrigados a engolir qualquer porcaria. Simplesmente não justifica nada, os fatos acontecem porque os roteiristas acharam conveniente. Mas o que eu poderia esperar de um filme como esse, não é mesmo?

Ashton Kutcher até tenta (sem muito êxito) ser simpático. E Katherine Heigl está longe do carisma que apresentou em filmes como "Ligeiramente Grávidos", "Vestida Para Casar" ou "A Verdade Nua e Crua" (é bem verdade que todos esses são comédias românticas tolas, mas pelo menos ela exibia algum carisma), já que está totalmente apática e histriônica.

Enfim, se você conseguir evitar, passe longe!


por Melissa Lipinski


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A Menina Que Brincava Com Fogo

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Menina Que Brincava Com Fogo, A (Flickan som Lekte Med Elden, 2009)

Estreia oficial: 18 de setembro de 2009
Estreia no Brasil: sem previsão ainda
IMDb



Essa sequência de "Os Homens Que Não Amavam as Mulheres", e também adaptação de um livro homônimo de Stieg Larsson, o segundo da trilogia "Millenniun", não tem o mesmo impacto do primeiro filme. Talvez por ter menos tempo em tela da sua protagonista, Lisbeth Salander (Noomi Rapace), e mais de Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist), um personagem que não é tão interessante como sua (anti-)heroína.

A história traz mais reviravoltas, e mostra, agora, o passado de Lisbeth. Por mais que a história seja interessante, pois enfim nos é mostrado quem realmante é essa intrigante personagem, o diretor Daniel Alfredson não soube aproveitar bem o roteiro que tinha em mãos, deixando a trama com um ritmo lento e com seus momentos de maior suspense e seu ápice final mal utilizados.

Novamente é Noomi Rapace quem leva o filme nas costas, e, nos momentos em que sua personagem entra em cena, o filme ganha. Ganha em ritmo, ganha em atuação e ganha em complexidade, e o espectador ganha interesse pelo que está assistindo. Já Nyqvist encarna Mikael Blomkvist com menos expressão do que no primeiro filme, e, como é ele quem domina o tempo na tela, o filme tem momentos bastante enfadonhos. Já o grande vilão da história Zalachencko (Georgi Staykov) é relegado a um papel caricato, perdendo toda a complexidade que apresenta no livro de Larsson.

A opção do roteirista jonas Frykberg em diminuir a quantidade de personagens secundários foi acertada, porém a adaptação de algumas passagens simplesmente não funciona, pois soa forçada demais e inverossímel, o que no livro não acontecia por ter mais tempo para explicar e desenvolver as situações. No filme acontece tudo rápido e fácil demais, o que o enfraquece um pouco.

Finalmente, o final do filme perde em impacto para o final do livro. Não que haja muitas diferenças, na essência ocorre a mesma coisa, mas os tempos são diferentes, o que deixa o filme bem mais arrastado e menos impactante.

Enfim, o filme funciona em vários pontos. Mas, infelizemnte, não soube ser tão eletrizante quanto poderia. E, se há algum diferencial nele, continua sendo Lisbeth Salander, ou melhor, a ótima atuação de Noomi Rapace.


por Melissa Lipinski

--------------------------

 

Esta é, obviamente, a continuação da "saga" de Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist. Neste segundo filme o trato com as personagens continua o mesmo do primeiro. A personagem de Salander é muito mais interessante que a de Mikael, assim como sua atuação.

Quanto ao roteiro, senti que certos momentos foram muito suprimidos como o que Salander é enterrada viva. Ela simplesmente aparece atirando depois. Sem dar uma devida atenção ao fato de que boa parte dos espectadores pensa que ela morreu e ao menos quer saber como ela escapa. Ou o tal Alexander Zalachenko que mal é introduzido na história e já nos é revelado o parentesco dele.

Por fim é isso. Gostei. Não tanto quando o outro, mas gostei e continuo recomendando.


por Oscar R. Júnior


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Os Homens Que Não Amavam as Mulheres

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Homens Que Não Amavam as Mulhers, Os (Män Som Hatar Kvinnor, 2009)

Estreia oficial: 27 de fevereiro de 2009
Estreia no Brasil: 14 de maio de 2010
IMDb



Este "Os Homens Que Não Amavam as Mulheres" é a adaptação do primeiro livro da trilogia "Millennium", escrita pelo jornalista sueco Stieg Larsson, que não chegou a ver o sucesso dos seus livros, pois morreu logo após tê-los entregue à editora. Só na Suécia, os livros já venderam mais de três milhões de exemplares, e agora, começa a fazer sucesso também nas Américas, cativando cada vez mais leitores, entre eles, essa que vos tecla. De leitura fácil, os suspenses policias de Larsson cativam pela fluidez da narrativa e pela envolvente construção dos personagens.

Claro que o filme traz alterações com relação ao livro, principalmente estruturais e de características de seus personagens. Porém, o principal elemento da obra de Larsson ficou preservado quase que integralmente: a sua protagonista, Lisbeth Salander.

Tanto no livro como no filme, o destaque fica por conta da (anti-)heroína (Noome Rapace). Uma personagem que passa longe do perfil de 'mocinha'. Uma hacker, tatuada e cheia de piercings, Lisbeth é introspectiva e sabe ser bastante violenta quando quer. Não sabe se relacionar com as pessoas, mas possui uma inteligência racional e matemática muito acima da média. A atuação de Rapace é o que move o longa, ela soube passar à personagem toda a sua força e também toda a sua fragilidade disfarçada.


Já Michael Nyqvist não consegue dar o carisma que seu personagem, Mikael Blomkvist, necessitava, já que, uma de suas características, além de ser um ótimo jornalista investigativo, é ser um sedutor. O filme não aborda tanto esse lado do personagem, e ele me parece pouco explorado e desenvolvido pelo roteiro.

Entretanto, a história funciona, e vai envolvendo o espectador à medida que vai se revelando, já que o espectador vai descobrindo, jutamente com seus investigadores, Mikael e Lisbeth, o que de fato aconteceu. O roteiro é bem amarrado e suas reviravoltas prendem o espectador, porém o diretor Niels Arden Oplev peca por não conseguir segurar o ritmo do filme, e há momentos em que a trama fica mais arrastada. Talvez por isso, nas duas sequências suecas (ambas também de 2009), o diretor foi substituído por Daniel Alfredson.

Mas a verdade é que o filme funciona. E é claro, não poderia ter passado desapercebido por Hollywood que já está gravando a sua versão, com Daniel Craig no papel do jornalista, e Rooney Mara (de "
A Rede Social") como a hacker com tatuagem de dragão, justamente o nome que a produção estadunidense leva - "The Girl with the Dragon Tattoo" (que, se não me engano, é o nome do primeiro livro em inglês). No geral, remakes feitos em Hollywood não me agradam e sempre fico com o pé atrás a seu respeito. Porém aqui, há um diferencial, essa versão 'yankee' será dirigida por ninguém menos que David Fincher (de quem sou fã de carteirinha). Talvez seja o filme que vá mudar minhas impressões com relação a regravações… Talvez…

Mas até lá, vale a pena conferir os filmes suecos. Eu já vou me preparar parar assistir as continuações…

Fica a dica!


por Melissa Lipinski

-------------------------------

 

Envolvente. É o melhor adjetivo para o "Os Homens Que Não Amavam as Mulheres", filme sueco baseado em livro de mesmo nome. Não li o livro, mas achei o filme muito bem construído.

O filme é centrado na investigação do sumiço e provável morte de uma jovem 40 anos atrás. O roteiro é muito bem construído. Entramos com tudo na história, investigando fotos e jornais para descobrir o que pode ter acontecido com a jovem. O filme consegue nos manter "grudados" na tela o tempo inteiro pelo anseio de desvendar o mistério junto com as personagens.

O elenco está muito bem mas quem chama mais a atenção é a Lisbeth (Noomi Rapace). Corpo esquelético, com seu estilo punk, esta personagem é a que nos oferece maior contato com seus anseios e medos, pois temos pouquíssimo contato com o emocional de Blomkvist (Michael Nyqvist).

Por fim, só achei estranho que os três filmes foram lançados em 2009 (os outros são "
A Menina Que Brincava com Fogo" e "A Rainha do Castelo de Ar") E não tão estranho assim é que Hollywood vai regravar o filme com previsão de lançar ainda em 2011. AAAAA, por quê????? A única coisa boa é que o diretor é David Fincher (que já dirigiu "Clube da Luta", "O Curioso Caso de Benjamin Button", "A Rede Social" entre outros).

Recomendo.


por Oscar R. Júnior


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O Turista

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Turista, O (The Tourist, 2010)

Estreia Oficial: 10 de dezembro de 2010
Estreia no Brasil: 21 de janeiro de 2010
IMDb



Acabei de descobrir que este "O Turista" é uma regravação de um filme francês de 2005, "Anthony Zimmer - A Caçada", ao qual não assisti. E, se depender das más impressões deixadas pelo longa estadunidense, nem vou assisti-lo.

O diretor Florian Henckel von Donnersmarck (que ganhou o Oscar por "A Vida dos Outros", 2006) faz um trabalho sem personalidade aqui, e desperdiça o que poderia ter se tornado uma boa história. Mas, a verdade é que o próprio roteiro não coopera, já que trata de uma trama tola protagonizada por personagens mais tolos ainda - pior do que tolos, burros eu diria.

Von Donnersmarck jamais consegue estabelecer um bom ritmo em sua narrativa - e olha que estamos falando de um filme de ação! Assim, até mesmo as sequências mais 'agitadas', como uma perseguição de barcos pelos canais de Veneza ou uma fuga pelos telhados dessa mesma cidade por exemplo, soam aborrecidas. Mas, pior do que as sequências de ação são suas desastrosas tentativas em fazer humor, já que as piadas são sem timing e sem graça.

Juntando-se a isso, as atuações medianas de Angelina Jolie e Johnny Depp contribuem para o desastre do filme. Não que a culpa seja toda dos atores, já que, nem por mágica, conseguiriam consertar o roteiro mal escrito. Depp até tenta, com todo seu talento, compor um personagem mais crível, atribuindo pequenos detalhes ao seu personagem. Mas não se pode dizer o mesmo de Angelina Jolie, que age como se esse longa fosse mais uma sequência de "Tomb Raider", e está sempre acima de tudo e de todos (not in a good way), inabalável. Realmente querem que nós, espectadores, acreditemos que sua personagem seja mais inteligente e mais competente que toda a Scotland Yard?!? Um pouco demais, não é mesmo? Assim, a junção dessas dois 'astros' de Hollywood mostra-se incrivelmente desinteressante e decepcionante.

Já os coadjuvantes nada podem fazer com seus personagens incrivelmente burros que são, a todo momento, ludibriados pela dupla protagonista. Paul Bettany, Timothy Dalton e Steven Berkoff são totalmente desperdiçados.

Sem contar a trilha musical, que parece estar em todas as cenas do filme, e torna-se cansativa demais.

Enfim, não dá pra elencar o que é pior nesse projeto… Roteiro? Direção? Atuações? E, dito isto, não consigo entender a indicação de "O Turista" para tantos prêmios no
Globo de Ouro. Ou melhor, conhecendo um pouco do retrospecto dessa premiação, até dá pra imaginar o lobby que deve ter rolado nos bastidores… Decepcionante!


por Melissa Lipinski

------------------------------


Bem, mais uma péssima regravação. "O Turista" é baseado no filme "Anthony Zimmer - A Caçada" (Anthony Zimmer, 2005). Dirigido por Florian Henckel von Donnersmarc, alemão que ganhou o Oscar de filme estrangeiro com o "A Vida dos Outros" (Das Leben der Anderen - 2006).

O filme começa com o freio de mão puxado. Arrastado quase parando. Um blá
blá blá sem fim no trem. Depois de uma meia hora ele fica um pouco mais interessante e mais ágil. Mas sem uma história coerente e interessante, não rola uma química entre nós espectadores e o que se vê na tela.

Johnny Depp e Angelina Jolie são bons atores mas não estão nada bem nesse filme. Totalmente mal aproveitados e também totalmente sem carisma.

Por fim, final óbvio do filme. Blargh.

Logo, Florian que encantou Hollywood com seu "A Vida dos Outros", não foi feliz com esse filme feito em terreno estadunidense. Acontece.


por Oscar R. Júnior


domingo, 23 de janeiro de 2011

Amor e Outras Drogas

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Amor e Outras Drogas (Love and Other Drugs, 2010)

Estreia oficial: 24 de novembro de 2010
Estreia no Brasil: 28 de janeiro de 2011
IMDb



"Amor e Outras Drogas" pode não ser uma revolução cinematográfica e emprega a velha cartilha de filmes de amor: garoto encontra garota, os dois se apaixonam, ambos têm um problema/obstáculo que devem superar antes de ficarem juntos, obstáculos superados, eles estão prontos para se entregarem ao amor. Clichês existem, e isso é fato. O uso deles é quase que inevitável. Porém a sua utilização com criatividade e delicadeza não incomoda. E é o que vemos aqui. O longa dirigido por Edward Zwick é sim repleto de clichês do gênero, mas de uma forma que não chamam a atenção sobre si mesmos e nem atrapalham o andar da narrativa.

Mas, apesar de não trazer nada de novo, o grande charme da produção está em seus protagonistas e na química entre eles. Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway fazem um casal e tanto, e conquistam já em suas primeiras aparições. Os dois estão muito bem (e lindos também) e constroem personagens tridimensionais, com os quais logo nos afeiçoamos e passamos a nos identificar.

Mas "Amor e Outras Drogas" fala sobre comércio e ambição, porque, afinal de contas, a vida é baseada nisso, mas logo, obviamente, se converte em uma história de amor, porque a vida também é baseada nisso. Assim, o amor torna-se o grande desafio de Jamie (Gyllenhaal) e Maggie (Hathaway), e, a cada novo momento do filme, vamos acreditando realmente que vale a pena se apaixonar por alguém… ou pelo menos por Jake ou por Anne.

E dessa forma, o filme fala de amor acima de tudo, tocando em seu percurso em alguns assuntos mais sérios, como o lobby das indústrias farmacêuticas e, sobretudo, o Mal de Parkinson. E a cena em que Maggie vai a uma convenção de portadores desse mal, é uma das mais impactantes do longa.

Finalizando, a ótima trilha musical pontua o filme com boas músicas dos anos 90.

Enfim, uma boa história de amor cujos protagonistas são apaixonantes. Como não se deixar levar?

Fica a dica!


por Melissa Lipinski

--------------------------------

 

Como é bom ser surpreendido com ótimas atuações, bons diálogos e boa história. Vou começar com um retrospecto do diretor Edward Zwick. Na minha opinião ele foi melhorando o modo de dirigir. Já fez "Tempo de Glória" (Glory - 1989), "Lendas da Paixão "(Legends of the Fall - 1994), passando por "O Último Samurai" (The Last Samurai - 2003), sendo que não gostei muito desses. Agora chegamos aos que gostei como o "Diamante de Sangue" (Blood Diamond - 2006) e o "Um Ato de Liberdade" (Defiance - 2008). Quem já assistiu a esses filmes percebe uma clara e boa evolução. Esses dois últimos eu recomendo bastante.

O elenco. O casal principal está numa sintonia incrível. Jake Gyllennhaal está muito bem mas quem rouba a cena é a Anne Hathaway. Ela está incrivelmente bonita no filme, consegue ser engraçada, sarcástica e ainda assim impressionar e arrancar umas lágrimas nos momentos em que a doença da personagem se manifesta. Junte a isso excelentes participações de Oliver Platt e Hank Azaria. Muito boas.

O roteiro é bem construído, por mesmo sendo uma comédia romântica consegue ser sensível o bastante para tratar de uma forma incrível o Mal de Parkinson, que a personagem de Hathaway sofre. Conseguem lidar com isso sem apelar. Isso foi bom até porque o filme tem alguns clichês mas foram bem usados.

Por hora é isso. Recomendo.


por Oscar R. Júnior


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu (Airplane!, 1980)

Estreia Oficial: 2 de julho de 1980
Estreia no Brasil: há muito tempo
IMdB



Não concordo quando alguns dizem que "Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu" não envelheceu bem. Está certo que algumas piadas envelheceram - principalmente aquelas que referenciam personalidades da época - mas, a verdade, é que a maioria das gags e piadas ainda funciona muito bem.

Há muitos anos não via esse filme. Aliás não me lembro de tê-lo visto depois da minha infância, quando assistia-lo nas "Sessões da Tarde". A minha impressão é de que era um dos filmes mais engraçados que já tinha visto. Bom, revendo-o agora, fico feliz que minha opinião não tenha mudado tanto assim. E, como diz o seu cartaz, é "um dos 10 filmes mais engraçados já produzidos". Concordo.

Um dos primeiros filmes do ZAZ, grupo formado pelos roteiristas e diretores David Zucker, Jim Abrahams e Jerry Zucker, "Apertem os Cintos…" parodia os filmes de tragédia, que eram comuns na década de 70, principalmente filmes como "Aeroporto", de 1970, e suas continuações. A contribuição do ZAZ para a história do Cinema é indiscutível, eles foram os responsáveis pelas melhores comédias realizadas nos anos 80, como o próprio "Apertem os Cintos…", "Top Secret! Super Confidencial" (1984) e "Corra Que a Polícia Vem Aí!" (1988). Jim Abraham também foi o roteirista e diretor de "Top Gang! - Ases Muito Loucos" (1991). Eles podem não ter sido os pioneiros nesse tipo de comédia que parodia outros filmes, mas com certeza aprimoraram-no muito. Pena que os filmes desse gênero hoje em dia ficam relegados à banalização e apelações mil.

Claro que várias das piadas que eles criaram também eram apelativas, mas na dose certa. A grande diferença que o grupo introduziu em seus filmes, foi a escalação do seu elenco. Eles escolhiam atores 'sérios' para fazer comédias. Atores que interpretassem as piadas como se estivessem fazendo um filme 'sério'. Assim, nesse "Apertem os Cintos…", há reconhecidos atores da época que não eram acostumados a fazer comédia, como Lloyd Bridges (como o chefe do Aeroporto, Steve McCroskey, que escolheu o dia errado para abandonar seus vícios), Peter Graves (como o Capitão Clarence Oveur, responsável pelo tom politicamente incorreto do filme, ao fazer referências à pedofilia), Robert Stack (como Rex Kramer) e Leslie Nielsen (como o Doutor Rumack). Aliás, foi a partir desse longa que Nielsen 'reinventou' a sua carreira e começou a apostar nas comédias, consagrando-se com "Corra Que a Polícia Vem Aí!" e suas continuações - aliás, a famosa frase que o Capitão Frank Derbin tanto fala em seus filmes: "Don't call me Shirley", foi falada aqui pela primeira vez pelo Dr. Rumack.

Enfim, fora sua importância para o gênero, "Apertem os Cintos…" ainda mantém grande parte da sua graça, e faz rir, e muito! Nenhum clichê passou desapercebido aos seus criadores. Gosto particularmente das cenas com o piloto automático inflável. Pena que muitas piadas (trocadilhos na língua inglesa) se perdem com as legendas, mas para quem entender… boas risadas!

Fica a dica!


por Melissa Lipinski

---------------------------------------


Clássico. É incrível como um filme de 1980 consegue ser engraçado até hoje. Bons filmes conseguem isso. Obviamente o filme é totalmente non sense mas é muito engraçado.

Com ótimas participações, incluindo a do Leslie Nielsen com a célebre frase: "Don't Call Me Shirley".

Vale a pena!


por Oscar R. Júnior


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Coincidências do Amor

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Coincidências do Amor (The Switch, 2010)

Estreia Oficial: 20 de agosto de 2010
Estreia no Brasil: 17 de setembro de 2010
IMDb



"Coincidências do Amor" é, à primeira vista, uma comédia romântica. E, como tal, não foge à regra da sua cartilha: repleta de clichês e previsível ao extremo, chega até a ter frases do tipo: "terminei com ele porque ele era legal, mas não era você"… Diabéticos que se cuidem, porque o açúcar corre solto…

Porém, o roteirista Allan Loeb recheia a sua comédia romântica esquemática com algo mais: dilemas modernos e bastante urbanos, como a busca pelo amor na correria dos dia de hoje, a
obsessão pelo físico perfeito e, principalmente, a maternidade por mulheres maduras e bem resolvidas profissionalmente. Sim, tudo isso já foi explorado em vários outros filmes. Sim, esses assuntos até já renderam filmes melhores. Mas, a verdade é que esses detalhes elevam um pouco a qualidade do longa dirigido por Josh Gordon e Will Speck.

O elenco está mediano. Jennifer Aniston e Jason Bateman não fazem nada além do trivial. Jeff Goldblum não se sobressai. O destaque, então, fica por conta da talentosa Juliette Lewis, que como codjuvante, serve de muleta para os momentos cômicos do filme. E também do garotinho estreante Thomas Robinson, que tem carisma o suficiente para 'roubar' as cenas em que aparece.

Bom, sem surpreender nem trazer nada de novo, "Coincidências do Amor" é daqueles filmes que agradam a plateia em geral, feito também para deixar o espectador feliz durante os 100 minutos que passa assistindo a ele.


por Melissa Lipinski




terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Following

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Following (1998)

Estreia Oficial: 06 de maio de 1999
Estreia no Brasil: Não ocorreu
IMDb



"Following" era o único filme de Christopher Nolan que ainda não tinha visto, então, felizmente, surgiu essa oportunidade. O longa de estreia do diretor é muito bem construído, e possui carcaterísticas dos seus filmes posteriores.

A narrativa é toda fragmentada, não segue a ordem cronológica dos acontecimentos (recurso que o diretor potencializa em "Amnésia" (Memento), de 2000. Isso faz com que nós, espectadores, a toda hora tenhamos que aguçar nosso raciocínio para irmos montando o filme e acompanhando o desenrolar dos fatos. Muito bom!

Uma curiosidade que notei é que o único personagem que é nomeado, é o ladrão Cobb. Seria uma coincidência o personagem de Leonardo DiCaprio também ter o mesmo nome em "A Origem" (inception, 2010) e, de certa forma, também ser um ladrão? Eu acredito que não. A pergunta que fica é: seria apenas uma auto-referência ou Nolan atribui outro significado a isso?

Mas, voltando ao filme. Além da montagem muito bem construída, a estética também chama a atenção e ajuda a contar a história. A escolha do diretor pelo preto e branco não foi ao acaso, já que ele potencializa a confusão na identificação imediata dos personagens. Há cenas em que fica difícil ver, num primeiro momento, qual personagem que está ali, e a não linearidade das cenas também ajuda para isso.

Enfim, um roteiro simples e bem escrito, que ganha muito com as opções do diretor de montagem e fotografia, potencializado por boas atuações. Ou seja, um grande filme de baixo orçamento.

Christopher Nolan já dava indícios do grande diretor que viria a se tornar.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski

-----------------------

 

Um verdadeiro achado esse filme. Não foi lançado no Brasil. Na verdade nem tem título em português. É o primeiro longa do Christopher Nolan. Esse era o único longa dele que não havia assistido ainda, e valeu a pena.

Caracterizado numa estética similar a do filme "Acossado" (À Bout de Souffle, de Jean-Luc Godard, 1960). Isso se deve ao narrador-personagem, que nos conduz pelo filme. O filme é todo centrado nele e não sabemos o nome dele durante o filme todo. Muito interessante.

Faço o destaque da fotografia. Muito bem pensada e executada. Com um alto contraste, ela nos emerge no clima e angústia que o personagem principal está passando.

A montagem do filme é extraordinária. Uma montagem fragmentada, nos fazendo a todo momento ter que pensar e montar mentalmente o filme de forma linear.

Recomendo para todo mundo.

Abraços.


por Oscar R. Júnior


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Bravura Indômita

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Bravura Indômita (True Grit, 2010)

Estreia Oficial: 22 de dezembro de 2010
Estreia no Brasil: 11 de fevereiro de 2011
IMDb



Sou fã assumida dos irmãos Joel e Ethan Coen. Considero seus filmes/roteiros inteligentes, perpicazes e, quase sempre, com diálogos memoráveis. Aqui nessa regravação não é diferente.

O primeiro "Bravura Indômita" data de 1969, dirigido por Henry Hathaway, e deu o Oscar de melhor ator para John Wayne. Vi o filme já faz algum tempo, mas lembro que, na época não considerei dos melhores western a que assisti. Porém, a sempre marcante figura de John Wayne domina o filme em questão. Considero um ato corajoso esse dos irmãos Coen em querer regravar um filme que conta com um ator tão importante como Wayne, ainda mais no papel que lhe rendeu seu único prêmio da Academia.

Dizem que os roteiristas/diretores queriam uma versão mais fiel ao livro do escritor Charles Portis, o que não saberia afirmar, pois não o li, mas a verdade é que essa versão de 2010 me parece melhor do que o filme de Hathaway. O humor característico dos irmãos Coen está presente, assim como os diálogos elegantes e inteligentes e o constante suspense que permeia suas obras.

O papel de Rooster Cogburn, um U.S. Marshall bêbado e que usa um tapa-olho, que antes fora interpretado por Wayne, agora está com Jeff Bridges. O personagem é contratado pela garotinha Mattie Ross (Hailee Steinfeld) para que ele encontre o assassino de seu pai, Tom Chaney (Josh Brolin). Para isso, ambos contarão com a ajuda do Texas Ranger Mr. LaBoeuf (Matt Damon), que também está à procura do bandido.

As atuações são ótimas. Josh Brolin pouco aparece mas diz a que veio. Matt Damon é sempre competente interpretando 'tipos durões', e aqui, ele ainda é responsável pelos diálogos mais engraçados, que dão uma aliviada na pesada trama. A pequena Hailee Steinfeld surpreende e quase rouba as cenas com seu carisma e jeito 'de gente grande'. Mas o filme é mesmo de Jeff Bridges. Ele está soberbo no papel do 'cóuboi' bêbado e durão que 'atira antes e pergunta depois'.

O roteiro é muito bem escrito e surpreende pela violência, da qual nem as crianças escapam. A fotografia também é belíssima, remetendo aos atigos clássicos westerns, com seus planos super abertos e sua coloração 'amarronzada'. A trilha musical de Carter Burwell ajuda a compor o ritmo da narrativa, porém nunca interferindo com os diálogos marcantes e repletos do humor que é marca peculiar aos irmãos Coen.

"Bravura Indômita" é muito mais do que uma simples refilmagem (das quais Hollywood está repleta). É mais um belo filme dirigido por Ethan e Joel Coen.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski

---------------------------------

 

O filme já nos joga no universo western. Pelos vários elementos como posição da camera e trilha sonora.

As atuações são realmente muito boas. Hailee Steinfeld (que realmente tem 14 anos) não é ofuscada pelas atuações de Jeff Bridges e Matt Damon. Eles estão muito bem, assim como o resto do elenco como Josh Brolin e Barry Pepper.

Preciso destacar também o trabalho de maquiagem. Vários personagens estão muito bem caracterizados que chegamos a olhar mais fixamente para descobrir quem é o ator. Muito bom o trabalho.

No mais outro belo trabalho dessa dupla: Ethan Coen e Joen Coen.

Humm, ia esquecendo. É uma regravação de um filme de 1969. Não assisti mas deu vontade ainda mais quando descobri que é com John Wayne e tem participação do Robert Durval. Legal…

Recomendo.


por Oscar R. Júnior


68º Globo de Ouro - 2011

Att: vencedores (em vermelho).

MELHOR FILME - DRAMA
- Cisne Negro (
Black Swan)
- Vencedor, O (
The Fighter)
- Origem, A (
Inception)
- Discurso do Rei, O (
The King's Speech)
- Rede Social, A (
The Social Network)

MELHOR ATRIZ - DRAMA
- Halle Berry - Frankie e Alice (Frankie and Alice)
- Nicole Kidman - Reencontrando a Felicidade (
Rabbit Hole)
- Jennifer Lawrence - Inverno da Alma (Winter's Bone) 
- Natalie Portman - Cisne Negro (Black Swan)
- Michelle Williams - Namorados Para Sempre (
Blue Valentine)

MELHOR ATOR - DRAMA
- Jesse Eisenberg - A Rede Social (
The Social Network)
- Colin Firth - O Discurso do Rei (
The King's Speech)
- James Franco - 127 Horas (
127 Hours)
- Ryan Gosling - Namorados Para Sempre (
Blue Valentine)
- Mark Wahlberg - O Vencedor (
The Fighter)

MELHOR FILME - COMÉDIA OU MUSICAL
- Alice no País das Maravilhas (
Alice in Wonderland)
- Burlesque (
Burlesque)
- Minhas Mães e Meu Pai (
The Kids Are All Right)
- Red - Aposentados e Perigosos (
Red)
- Turista, O (
The Tourist)

MELHOR ATRIZ - COMÉDIA OU MUSICAL
- Annette Bening - Minhas Mães e Meu Pai (
The Kids Are All Right)
- Anne Hathaway - Amor e Outras Drogas (
Love and Other Drugs) 
- Angelina Jolie - O Turista (The Tourist) 
- Julianne Moore - Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right) 
- Emma Stone - A Mentira (Easy A)

MELHOR ATOR - COMÉDIA OU MUSICAL

- Johnny Depp - Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland) 
- Johnny Depp - O Turista (The Tourist) 
- Paul Giamatti - Minha Versão Para o Amor (Barney’s Version)
- Jake Gyllenhaal - Amor e Outras Drogas (Love and Other Drugs) 
- Kevin Spacey - O Super Lobista (Casino Jack)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
 
- Amy Adams - O Vencedor (The Fighter) 
- Helena Bonham Carter - O Discurso do Rei (The King's Speech)
- Mila Kunis - Cisne Negro (Black Swan)
- Melissa Leo - O Vencedor (The Fighter)
- Jacki Weaver - Reino Animal (Animal Kingdom)

MELHOR ATOR COADJUVANTE

- Christian Bale - O Vencedor (The Fighter) 
- Michael Douglas - Wall Street 2: O Dinheiro Nunca Dorme (Wall Street: Money Never Sleeps) 
- Andrew Garfield - A Rede Social (The Social Network) 
- Jeremy Renner - Atração Perigosa (The Town) 
- Geoffrey Rush - O Discurso do Rei (The King's Speech)

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
- Meu Malvado Favorito (
Despicable Me)
- Como Treinar seu Dragão (
How to Train Your Dragon)
- O Ilusionista (
L'Illusionniste)
- Enrolados (
Tangled)
- Toy Story 3 (
Toy Story 3)

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
-
Biutiful - México, Espanha
- O Concerto (
Le Concert / The Concert) - França
- Kray (
Kray/The Edge) - Rússia
- Eu Sou o Amor (
Io Sono l'Amore / I Am Love) - Itália
- Em um Mundo Melhor (Hævnen / In a Better World) - Dinamarca

MELHOR DIREÇÃO
- Darren Aronofsky - Cisne Negro (
Black Swan)
- David Fincher - A Rede Social (
The Social Network)
- Tom Hooper - O Discurso do Rei (
The King's Speech)
- Christopher Nolan - A Origem (
Inception)
- David O. Russell - O Vencedor (
The Fighter)

MELHOR ROTEIRO
- Simon Beaufoy e Danny Boyle - 127 Horas (
127 Hours)
- Christopher Nolan - A Origem (
Inception)
- Stuart Blumberg e Lisa Cholodenko - Minhas Mães e Meu Pai (
The Kids Are All Right)
- David Seidler - O Discurso do Rei (
The King's Speech)
- Aaron Sorkin - A Rede Social (
The Social Network)

MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL
- Alexandre Desplat - O Discurso do Rei (
The King's Speech)
- Danny Elfman - Alice no País das Maravilhas (
Alice in Wonderland)
- A.R. Rahman - 127 Horas (
127 Hours)
- Trent Reznor e Atticus Ross - A Rede Social (
The Social Network)
- Hans Zimmer - A Origem (
Inception)

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
- “Bound To You” - Burlesque (
Burlesque)
- “Coming Home” - Country Strong
- “I See The Light” - Enrolados (
Tangled)
- “There’s a Place For Us” - As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada (
The Chronicles of Narnia: Voyage of the Dawn Treader)
- “You Haven’t Seen The Last of Me” - Burlesque
(Burlesque)

PRÊMIO CECIL B. DEMILLE
- Robert De Niro

MELHOR SÉRIE - DRAMA
- Boardwalk Empire
- Dexter
- The Good Wife
- Mad Men
- The Walking Dead

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE - DRAMA
- Julianna Margulies - The Good Wife
- Elisabeth Moss - Mad Men
- Piper Perabo - Covert Affairs
- Katey Sagal - Sons of Anarchy
- Kyra Sedgwick - The Closer

MELHOR ATOR EM SÉRIE - DRAMA
- Steve Buscemi - Boardwalk Empire
- Bryan Cranston - Breaking Bad
- Michael C. Hall - Dexter
- Jon Hamm - Mad Men
- Hugh Laurie - House

MELHOR SÉRIE - COMÉDIA OU MUSICAL
- 30 Rock
- The Bing Bang Theory
- The Big C
- Glee
- Modern Family
- Nurse Jackie

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE - COMÉDIA OU MUSICAL
- Toni Collette - United States of Tara
- Edie Falco - Nurse Jackie
- Tina Fey - 30 Rock
- Laura Linney - The Big C
- Lea Michele - Glee

MELHOR ATOR EM SÉRIE - COMÉDIA OU MUSICAL
- Alec Baldwin - 30 Rock
- Steve Carell - The Office
- Thomas Jane - Hung
- Matthew Morrison - Glee
- Jim Parsons - The Big Bang Theory

MELHOR MINISSÉRIE OU FILME FEITO PARA TV
- Carlos
- The Pacific
- Pillars of the Earth
- Temple Grandin
- You Don't Know Jack

MELHOR ATRIZ EM MINISSÉRIE OU FILME FEITO PARA TV
- Hayley Atwell - Pillars of the Earth
- Claire Danes - Temple Grandin
- Judi Dench - Return to Cranford
- Romola Garai - Emma
- Jennifer Love Hewitt - The Client List

MELHOR ATOR EM MINISSÉRIE OU FILME FEITO PARA TV
- Idris Elba - Luther
- Ian McShane - Pillars of the Earth
- Al Pacino - You Don't Know Jack
- Dennis Quaid - The Special Relationship
- Edgar Ramirez - Carlos

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE, MINISSÉRIE OU FILME FEITO PARA TV
- Hope Davis - The Special Relationship
- Jane Lynch - Glee
- Kelly MacDonald - Boardwalk Empire
- Julia Stiles - Dexter
- Sofia Vergara - Modern Family

MELHOR ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE, MINISSÉRIE OU FILME FEITO PARA TV
- Scott Caan - Hawaii Five-O
- Chris Colfer - Glee
- Chris Noth - The Good Wife
- Eric Stonestreet - Modern Family
- David Strathairn - Temple Grandin