segunda-feira, 8 de março de 2010

Oscar: 82ª Edição - 2009

* Apresentação: Alec Baldwin e Steve Martin

FILME
- Avatar (Avatar)
- Um Sonho Possível (The Blind Side)
- Distrito 9 (District 9)
- Educação (An Education)
- Guerra ao Terror (The Hurt Locker)
- Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds)
- Preciosa (Precious: Based on the Novel Push by Sapphire)
- Um Homem Sério (A Serious Man)
- Up - Altas Aventuras (Up)
- Amor Sem Escalas (Up In The Air)

ATOR
- Jeff Bridges - Coração Louco (Crazy Heart)
- George Clooney - Amor Sem Escalas (Up In The Air)
- Colin Firth - Direito de Amar (A Single Man)
- Morgan Freeman - Invictus (Invictus)
- Jeremy Renner - Guerra ao Terror (The Hurt Locker)

ATOR COADJUVANTE
- Matt Damon - Invictus (Invictus)
- Woody Harrelson - O Mensageiro (The Messenger)
- Christopher Plummer - A Última Estação (The Last Station)
- Stanley Tucci - Um Olhar do Paraíso (The Lovely Bones)
- Chrisotph Waltz - Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds)

ATRIZ
- Sandra Bullock - Um Sonho Possível (The Blind Side)
- Helen Mirren - A Última Estação (The Last Station)
- Carey Mulligan - Educação (An Education)
- Gabourey Sidibe - Preciosa (Precious: Based on the Novel Push by Sapphire)
- Meryl Streep - Julie & Julia (Julie & Julia)

ATRIZ COADJUVANTE
- Penélope Cruz - Nine (Nine)
- Vera Farmiga - Amor Sem Escalas (Up In The Air)
- Maggie Gyllenhaal - Coração Louco (Crazy Heart)
- Anna Kendrick - Amor Sem Escalas (Up In The Air)
- Mo'Nique - Preciosa (Precious: Based on the Novel Push by Sapphire)

ANIMAÇÃO
- Coraline e o Mundo Secreto (Coraline)
- O Fantástico Sr. Raposo (Fantastic Mr. Fox)
- A Princesa e o Sapo (The Princess and The Frog)
- O Segredo de Kells (The Secret of Kells)
- Up - Altas Aventuras (Up)

DIREÇÃO DE ARTE
- Rick Carter, Robert Stromberg e Kim Sinclair - Avatar (Avatar)
- Dave Warren, Anastasia Masaro e Caroline Smith - O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus (The Imaginarium of Doctor Parnassus)
- John Myhre e Gordon Sim - Nine (Nine)
- Sarah Greenwood e Katie Spencer - Sherlock Holmes (Sherlock Holmes)
- Patrice Vermette e Maggie Gray - A Jovem Rainha Victoria (The Young Victoria)

FOTOGRAFIA
- Mauro Fiore - Avatar (Avatar)
- Bruno Delbonnel - Harry Potter e o Enigma do Príncipe (Harry Potter and the Half-Blood Prince)
- Barry Ackroyd - Guerra ao Terror (The Hurt Locker)
- Robert Richardson - Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds)
- Christian Berger - A Fita Branca (Das Weisse Band – Eine Deutsche Kindergeschicte)

FIGURINO
- Janet Patterson - Brilho de uma Paixão (Bright Star)
- Catherine Leterrier - Coco Antes de Chanel (Coco Avant Chanel)
- Monique Prudhomme - O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus (The Imaginarium of Doctor Parnassus)
- Colleen Atwood - Nine (Nine)
- Sandy Powell - A Jovem Rainha Victoria (The Young Victoria)

DIREÇÃO
- James Cameron - Avatar (Avatar)
- Kathryn Bigelow - Guerra ao Terror (The Hurt Locker)
- Quentin Tarantino - Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds)
- Lee Daniels - Preciosa (Precious: Based on the Novel Push by Sapphire)
- Jason Reitman - Amor Sem Escalas (Up In The Air)

DOCUMENTÁRIO
- Burma VJ
- A Enseada (The Cove)
- Food, Inc.
- The Most Dangerous Man in America: Daniel Ellsberg and the Pentagon Papers
- Which Way Home

DOCUMENTÁRIO CURTA-METRAGEM
- China's Unnatural Disaster: The Tears of Sichuan Province
- The Last Campaign of Governor Booth Gardner
- The Last Truck: Closing of a GM Plant
- Music by Prudence
- Rabbit à la Berlin

EDIÇÃO
- Stephen Rivkin, John Refoua e James Cameron - Avatar (Avatar)
- Julian Clarke - Distrito 9 (District 9)
- Bob Murawski and Chris Innis - Guerra ao Terror (The Hurt Locker)
- Sally Menke - Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds)
- Joe Klotz - Preciosa (Precious: Based on the Novel Push by Sapphire)

FILME ESTRANGEIRO
- Ajami - Israel
- O Segredo dos Seus Olhos (El Secreto de Sus Ojos) - Argentina
- A Teta Assustada (La Teta Asustada) - Espanha/ Peru
- Um Profeta (Un Prophète) - França
- A Fita Branca (Das Weisse Band – Eine Deutsche Kindergeschicte) - Alemanha

MAQUIAGEM
- Aldo Signoretti e Vittorio SodanoIl - Il Divo (Il Divo)
- Barney Burman, Mindy Hall e Joel Harlow - Star Trek (Star Trek)
- Jon Henry Gordon e Jenny Shircore - A Jovem Rainha Victoria (The Young Victoria)

TRILHA MUSICAL
- James Horner - Avatar (Avatar)
- Alexandre Desplat - O Fantástico Sr. Raposo (Fantastic Mr. Fox)
- Marco Beltrami e Buck Sanders - Guerra ao Terror (The Hurt Locker)
- Hans Zimmer - Sherlock Holmes (Sherlock Holmes)
- Michael Giacchino – Up - Altas Aventuras (Up)

CANÇÃO
- "Almost There", de Randy Newman - A Princesa e o Sapo (The Princess and The Frog)
- "Down in New Orleans", de Randy Newman - A Princesa e o Sapo (The Princess and The Frog)
- "Loin de Paname", de Reinhardt Wagner e Frank Thomas - Paris 36 (Faubourg 36)
- "Take It All", de Maury Yeston – Nine (Nine)
- "The Weary Kind (Theme From Crazy Heart)", de Ryan Bingham e T Bone Burnett - Coração Louco (Crazy Heart)

CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
- French Roast
- Granny O' Grimm's Sleeping Beauty
- La Dama y la Muerte (The Lady and the Reader)
- Logorama
- A Matter of Loaf and Death

CURTA-METRAGEM
- The Door
- Instead of Abracadabra
- Kavi
- Miracle Fish
- The New Tenants

EDIÇÃO DE SOM
- Christopher Boyes e Gwendolyn Yates Whittle - Avatar (Avatar)
- Paul N.J. Ottosson - Guerra ao Terror (The Hurt Locker)
- Wylie Stateman - Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds)
- Mark Stoeckinger e Alan Rankin - Star Trek (Star Trek)
- Michael Silvers e Tom Myers - Up - Altas Aventuras (Up)

MIXAGEM DE SOM
- Christopher Boyes, Gary Summers, Andy Nelson e Tony Johnson - Avatar (Avatar)
- Paul N.J. Ottosson e Ray Beckett - Guerra ao Terror (The Hurt Locker)
- Michael Minkler, Tony Lamberti e Mark Ulano - Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds)
- Anna Behlmer, Andy Nelson e Peter J. Devlin - Star Trek (Star Trek)
- Greg P. Russell, Gary Summers e Geoffrey Patterson - Transformers: Revenge of the Fallen (Transformers: A Vingança dos Derrotados)

EFEITOS VISUAIS
- Joe Letteri, Stephen Rosenbaum, Richard Baneham e Andrew R. Jones - Avatar (Avatar)
- Dan Kaufman, Peter Muyzers, Robert Habros e Matt Aitken - Distrito 9 (District 9)
- Roger Guyett, Russell Earl, Paul Kavanagh e Burt Dalton - Star Trek (Star Trek)

ROTEIRO ADAPTADO
- Neill Blomkamp e Terri Tatchell - Distrito 9 (District 9)
- Nick Hornby - Educação (An Education)
- Jesse Armstrong, Simon Blackwell, Armando Iannucci e Tony Roche - In the Loop
- Geoffrey Fletcher - Preciosa (Precious: Based on the Novel Push by Sapphire)
- Jason Reitman e Sheldon Turner - Amor Sem Escalas (Up In The Air)

ROTEIRO ORIGINAL
- Mark Boal - Guerra ao Terror (The Hurt Locker)
- Quentin Tarantino - Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds)
- Alessandro Camon e Oren Moverman - O Mensageiro (The Messenger)
- Joel Coen e Ethan Coen - Um Homem Sério (A Serious Man)
- Bob Peterson, Pete Docter, Pete Docter, Bob Peterson e Tom McCarthy – Up - Altas Aventuras (Up) 

PRÊMIOS HONORÁRIOS
- Lauren Bacall
- Roger Corman
- Gordon Willis

domingo, 7 de março de 2010

Coração Louco

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ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Coração Louco (Crazy Heart, 2009)

Estreia Oficial: 16 de dezembro de 2009
Estreia no Brasil: 5 de março de 2010
IMDb



“Coração Louco” é um filme sobre música country, a boa música country, e a trilha musical do longa é muito boa mesmo. Confesso que não sou fã deste estilo musical, mas ao ouvir as músicas desta produção, deu vontade de ficar escutando por muito mais tempo depois desta ter terminado... E é quase certa a vitória da canção-tema, “The Weary Kind”, no Oscar deste ano.

Outro ponto positivo de “Coração Louco” são as atuações. Desde as pequenas participações de Colin Farrell e Robert Duvall, até a interpretação marcante de Jeff Bridges. Não há como negar que Bridges é o franco favorito ao Oscar, ele está impecável como o cantor em decadência Bad Blake. E, Farrell e Duvall, mesmo com o pouco tempo em cena, mostram todo o seu talento, fazendo pequenas participações crescerem dentro da história.

Porém, nem tudo são flores... Se as atuações masculinas são impecáveis, o mesmo não se pode dizer daquela de Maggie Gyllenhaal, e isso não por culpa da atriz (que em minha opinião é bastante talentosa, basta ver seu trabalho em “Secretária”, para citar apenas um exemplo), mas sim por causa do roteiro, que trata sua personagem, a repórter Jean, apenas como o interesse amoroso de Bad, tratando-a de forma unidimensional. O mesmo acontece com o filho de Jean, o garotinho Buddy (Jack Nation), que apenas entra em cena para cativar o decadente Bad, e o público conseqüentemente.

Dito isso, a história enfraquece toda vez que Bridges interage com Gyllenhaal e Nation, já que a interação entre os três, e o amor que o cantor parece nutrir por esta família, soam artificiais e acontecem rápido demais, apenas para justificar a futura recuperação do músico e o ‘happy end’ do filme. Em compensação, quando Bridges está no palco cantando, ou bebendo, ou ainda sofrendo por causa de suas bebedeiras, o filme cresce, já que qualquer falha no roteiro é eclipsada pelo brilhante trabalho do ator.

Enfim, é um filme com Jeff Bridges... e por isso já vale a pena, afinal ele sempre será “the Dude”!


por Melissa Lipinski
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Acho incrível que mesmo sendo um filme sobre um cantor de Country Music, e contar obviamente com músicas country estaduinidenses, adorei a trilha do filme. A melodia nos faz viajar junto com o Bad Blake (The Dude, ops, Jeff Bridges).

Jeff Bridges por sinal está ótimo vivendo esse cantor, já com idade mais avançada e que vive aos trancos e barrancos viajando pelo país fazendo pequenos shows.

Já a Maggie Gyllenhaal está bem no papel dela mas totalmente eclipsada por Bridges. A participação que mais valem são a do Colin Farrell, que mesmo sendo Irlandês chega a cantar num sotaque tipicamente country estadunidense. Está ótimo. E a participação de Robert Duvall está muito legal. Ele chega a cantarolar uma música.

No mais achei que o filme no seu terço final deu uma deslizada, contando com um final mais ou menos. Não chega a estragar o filme, mas não contribui para o mesmo.


por Oscar R. Júnior



30º Framboesa de Ouro: 2009

Att: Vencedores em vermelho.

PIOR FILME
- All About Steve
- G.I. joe: The Rise of Cobra (G.I. Joe: A Origem de Cobra)
- Land of the Lost (
A Terra Perdida)
- Old Dogs (Surpresa em Dobro)
- Transformers: Revenge of the Falle (Transformers: A Vingança dos Derrotados)

PIOR ATOR
- Jonas Brothers (Jonas Brothers 3D)
- Will Ferrell (A Terra Perdida)
- Steve Martin (A Pantera Cor-de-Rosa 2)
- Eddie Murphy (Minha Filha é um Sonho)
- John Travolta (Surpresa em Dobro)

PIOR ATRIZ
- Beyoncé (Obsessiva)
- Sandra Bullock (All About Steve)
- Miley Cyrus (Hannah Montana: O Filme)
- Megan Fox (Garota Infernal e Transformers: A Vingança dos Derrotados)
- Sarah Jessica Parker (Cadê os Morgans?)

PIOR ATOR COADJUVANTE
- Billy Ray Cyrus (Hannah Montana: O Filme)
- Hugh Hefner (Miss March)
- Robert Pattinson (Lua Nova)
- Jorma Taccone (A Terra Perdida)
- Marlon Wayans (G.I. Joe: A Origem de Cobra)

PIOR ATRIZ COADJUVANTE
- Candice Bergen (Noivas em Guerra)
- Ali Larter (Obsessiva)
- Sienna Miller (G.I. Joe: A Origem de Cobra)
- Kelly Preston (Surpresa em Dobro)
- Julie White (Transformers: A Vingança dos Derrotados)

PIOR CASAL OU DUPLA
- Dois (ou mais) Jonas Brothers (Jonas Brothers 3D)
- Sandra Bullock e Bradley Cooper (All About Steve)
- Will Ferrell e alguém com quem atue junto (A Terra Perdida)
- Shia LaBeouf com Megan Fox ou algum Transformer (Transformers: A Vingança dos Derrotados)
- Kristen Stewart com Robert Pattinson e Taylor Lautner (Lua Nova)

PIOR REFILMAGEM, SEQUÊNCIA OU FILME BASEADO EM OUTRO
- G.I. Joe: A Origem de Cobra
- A Terra Perdida
- A Pantera Cor-de-Rosa 2
- Transformers: A Vingança dos Derrotados)
- Lua Nova

PIOR DIRETOR
- Michael Bay (Transformers: A Vingança dos Derrotados)
- Walt Becker (Surpresa em Dobro)
- Brad Silberling (A Terra Perdida)
- Stephen Sommers (G.I. Joe: A Origem de Cobra)
- Phil Traill (All About Steve)

PIOR ROTEIRO
- All About Steve - Roteiro: Kim Barker
- G.I. Joe: A Origem de Cobra - Roteiro: Stuart Beattie, David Elliot e Paul Lovett
- A Terra Perdida - Roteiro: Chris Henchy e Dennis McNicholas
- Transformers - A Vingança dos Derrotados - Roteiro: Ehren Kruger, Roberto Orci e Alex Kurtzman
- Lua Nova - Roteiro: Melissa Rosenberg

PIOR FILME DA DÉCADA
- A Reconquista (2000) - Indicado a 10 Framboesas / Vencedor de 8
- Freddy Got Fingered (2001) - Indicado a 9 Framboesas / Vencedor de 5
- Gigli (2003) - Indicado a 10 Framboesas / Vencedor de 7
- Eu Sei Quem Me Matou (2007) - Indicado a 9 Framboesas / Vencedor de 8
- Destino Insólito (2002) - Indicado a 7 Framboesas / Vencedor de 5

PIOR ATOR DA DÉCADA
- Ben Affleck - Indicado a 9 Framboesas / Vencedor de 2
- Eddie Murphy - Indicado a 12 Framboesas / Vencedor de 3
- Mike Myers - Indicado a 4 Framboesas / Vencedor de 2
- Rob Schneider - Indicado a 6 Framboesas / Vencedor de 1
- John Travolta - Indicado a 6 Framboesas / Vencedor de 3

PIOR ATRIZ DA DÉCADA
- Mariah Carey - Tem a maior porcentagem individual de votos da década, com 70% em 2001 pelo filme Glitter - O Brilho de Uma Estrela.
- Paris Hilton - Indicada a 5 Framboesas / Vencedora de 4
- Lindsay Lohan - Indicada a 5 Framboesas / Vencedora de 3
- Jennifer Lopez - Indicada a 9 Framboesas / Vencedora de 2
- Madonna - Indicada a 6 Framboesas / Vencedora de 4

sexta-feira, 5 de março de 2010

Brilho de uma Paixão

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Brilho de uma Paixão (Bright Star, 2009)

Estreia Oficial: 15 de outubro de 2009
Estreia no Brasil: ainda não divulgada
IMDb



Depois de seis anos sem dirigir, Jane Campion volta a apresentar a maturidade que demonstrou em “O Piano”, de 1993. Aqui, ela conta a história (real) do poeta romântico John Keats, e seu casto romance com Fanny Brawne. O conflito está no fato de que Keats, ainda sem reconhecimento, não tinha dotes para tomar Fanny como sua esposa, e assim, eles não podem assumir esse romance.

Jane Campion retrata todo o flerte entre o casal protagonista com muita elegância, com planos muito bonitos, que parecem verdadeiras pinturas. Assim, em conjunto com uma belíssima fotografia, o resultado final é uma produção caprichada tecnicamente, com o romantismo ditando o seu ritmo e seu tom, inclusive na escolha das paisagens.

Mas apesar de todo o lirismo e poesia das imagens, é a poesia (propriamente dita) de Keats quem rouba a cena e traz um diferencial ao filme – e contraditoriamente, é justamente por causa dessa poesia que acho que nem todos irão gostar do longa. Afinal, Campion (que é também a roteirista) utiliza partes de obras do poeta romântico para escrever alguns diálogos, e os personagens realmente as declamam. E o que poderia se tornar chato, encaixa-se ‘como uma luva’ no espírito da produção, e a enriquece ainda mais.

A direção de arte também é muito bonita e os figurinos diferem daqueles geralmente vistos em filmes de época, conseguindo, de forma criativa, sair um pouco do convencional.

As atuações são boas, mas o destaque fica por conta de Ben Whishaw (que já tinha mostrado talento em “Perfume” e “Não Estou Lá”) como John Keats. Toda vez que ele se ausenta o filme perde ritmo e fica menos interessante, fazendo com que nós espectadores sintamos o mesmo que sua amada Fanny, ansiando para seu retorno.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski

 


quinta-feira, 4 de março de 2010

In the Loop

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

In the Loop (2009)

Estreia Oficial: 17 de abril de 2009
Estreia no Brasil: sem previsão
IMDb



"In the Loop" é uma comédia inteligente... eu diria inteligente até demais em alguns momentos...

Falando sobre jogos de poder na política atual, o roteiro gira em torno de uma suposta guerra no Oriente Médio, e o famoso 'quem-pode-mais' da política entre Estados Unidos e Inglaterra. Numa sequência de reuniões e discussões, ganha quem tem mais conexões e articulações políticas.

Tudo no formato da típica comédia britânica, com seu humor ácido e inteligente, diálogos rápidos, línguas afiadíssimas de onde os palavrões não cansam de emergir, e banhados com quilos e mais quilos de referências à cultura (filmes, músicas, grupos musicais, política...).

As atuações são impecáveis, não há um destaque especial, pois todos estão ótimos. O ritmo do filme é frenético, chega a ser difícil de acompanhar o que é dito em alguns momentos. E é justamente esse o ponto positivo e negativo da produção, pois o que é interessante ao começo do filme, e faz o espectador ficar ligado, não querendo piscar para não perder nenhuma palavra do que é dito, acaba se tornando cansativo depois dos 40 minutos iniciais. Realmente cansa ficar tentando prestar atenção em tudo o que é dito, entendendo todas as referências o tempo inteiro... ufa! Ninguém é totalmente genial o tempo inteiro... é preciso ter algum respiro.

Em vários momentos me lembrei de "O Dr. Fantástico", de Stanley Kubrick... mas com uma estética parecida com séries televisivas inglesas (como o "The Office" original). Enfim, vale a pena!


por Melissa Lipinski
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Comédia britânica. Gosto no geral pelo tipo de humor deles. No In The Loop fiquei um tempo tentando entender o que se passava. O filme começå frenético, têm vários personagens, todos bem falantes outros só xingam. Após me acostumar um pouco com cada setor que se passa e começo a entender a bagunça que é e está esses departamentos de estado da Inglaterra e dos Estados Unidos. Comitês de guerra, ascessores e "aspones" confabulando sem parar.

Ufa. Sim, neste filme é necessário uma atenção redobrada, mas que é recompensada pelo típico humor inglês.

As atuações estão ótimas, a fotografia contribue totalmente com o filme. E o final vale a pena. hehe.

Por hora é isso. Recomendo.


por Oscar R. Júnior


quarta-feira, 3 de março de 2010

A Teta Assustada

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Teta Assustada, A (La Teta Asustada, 2009)

Estreia Oficial: 13 de fevereiro de 2009
Estreia no Brasil: 28 de agosto de 2009



A teta assustada, do título, é o nome popular de uma suposta doença, na qual os índios peruanos acreditam que o leite materno de mulheres que foram violentadas sexualmente pode transmitir todo o medo que a mãe sentia para sua filha. Assim, a protagonista Fausta (Magaly Solier) tem certeza que sua mãe lhe passou a tal doença, e cresce com medo da sociedade, o que a leva a colocar uma batata dentro da sua vagina para impedir que algo de ruim também lhe aconteça.


Fausta é a representação de uma cultura que remonta a um povo pré-colombiano. É também símbolo do terror que assolou o Peru nos anos 70 e 80, onde casos de estupros de mulheres indígenas eram corriqueiros (período do terrorismo).

O que se pode fazer quando se vive com medo e se perde a única pessoa que era o seu porto seguro? É por aí que transita este filme de Claudia Llosa, ganhador do Festival de Berlim de 2009, acompanhando a protagonista em sua jornada de dor.

Com um ritmo um pouco lento, a história perde um pouco do foco no final, porém não perde a força de sua crítica social. Llosa retrata muito bem a exploração sofrida pelos indígenas peruanos. Exploração essa que não se dá apenas social ou sexualmente, mas inclusive no campo artístico. Fausta, assim como sua mãe, costuma cantar o seu sofrimento, com músicas que criam num momento de dor ou solidão. Quando vai trabalhar como doméstica em uma rica casa em Lima, sua patroa, uma renomada pianista, acaba por roubar-lhe uma dessas canções, apenas para, logo depois, demitir Fausta, sem pagar-lhe um só centavo, dinheiro esse que serviria para o enterro de sua mãe.

Pena que Claudia Llosa não conseguiu transformar uma história local (do Peru), numa universal, o que acaba enfraquecendo a produção, já que não conseguimos nos identificar com as personagens principais, assim nosso envolvimento não é total e nos afasta de sua história.


Mas, de qualquer maneira, vale a pena conferir.



por Melissa Lipinski
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Esse é o segundo longa de Claudia Llosa. O primeiro foi "Madeinusa" que tive a oportunidade de já ter assistido. Claudia Llosa ambienta ambos os filmes no interior do Peru. Costumes e tradições indígenas, que mesmo sendo totalmente desconhecidas para nós, ela nos mantém atentos no filme.

A atuação de Magaly Solier (Fausta) é muito boa. O restante do elenco aparenta ser de não atores, com várias falhas, mas que não chegam a estragar o filme.

Eu gostei...

Recomendo.


por Oscar R. Júnior

 


terça-feira, 2 de março de 2010

Nine

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Nine (Nine, 2009)

Estreia Oficial: 18 de dezembro de 2009
Estreia no Brasil: 29 de janeiro de 2010
IMDb



"Nine" tinha tudo para dar certo: Daniel Day Lewis, uma constelação de atrizes talentosas (Judi Dench, Marion Cotillard, Penélope Cruz...), o diretor Rob Marshall do sucesso "Chicago", e ainda, seu roteiro é uma adaptação musical do clássico "8 1/2", de Fellini... Infelizmente, entretanto, o filme não é tudo isso, já que
 não empolga como deveria e a maioria de seus números musicais - que deveriam ser o ponto forte do filme - é arrastada... 

O protagonista Guido Contini (Day Lewis) é a concepção moderna do Guido Anselmi, interpretado por Marcello Mastroiani em "8 1/2", que recorre às mulheres que passaram em sua vida como inspiração para escrever o roteiro de seu novo filme. Porém, o que Fellini conseguiu transformar em poesia, Rob Marshall transforma em clichês, estereótipos e obviedades. Tudo em "Nine" é dito e mostrado... e nada é deixado para o público viajar e se emocionar. A procura de Guido por inspiração nas mulheres de sua vida, que é interessante no começo da trama, torna-se repetitiva e cansativa no decorrer da história. Assim, ele passa por Carla, sua amante (Penélope Cruz, linda como sempre); Luisa, sua esposa (Marion Cotillard); sua falecida mãe (Sophia Loren); a atriz e musa Claudia (Nicole Kidman); a jornalista Stephanie (Kate Hudson); a figurinista e sua colaboradora Lilli (Judi Dench); e a prostituta Saraghina (Fergie) - cada uma delas responsável por um número musical.

Já que falei nos números musicais, o mais bonito com certeza é o encenado por Fergie, "Be Italian". O de Kate Hudson, com a música "Cinema Italiano" também é bastante empolgante. Judi Dench é outra que se sobressai (afinal ela é a Judi Dench, né?) e nos brinda com uma ótima sequência com a música "Folies Bergère". E a música que concorre ao Oscar, "Take It All", cantada por Cotillard é uma sequência bonita e sexy, mas não tem nada que a torne a favorita ao prêmio.

A fotografia do filme é belíssima. A direção de arte e o figurino são espetaculares. Porém, a direção de Marshall não mostra o mesmo dinamismo que em "Chicago", e apesar de alguns momentos inspirados (principalmente nas sequências musicais), o filme perde ritmo e não se sustenta até o filnal, tornando-se cansativo.

Vale a pena lembrar que este filme também foi encenado na Broadway (com o mesmo título) e teve Antonio Banderas como seu protagonista, o que valeu ao ator ótimas críticas. Já aqui, Daniel Day Lewis está apático e longe das grandes atuações que tem o costume de nos oferecer.

Bom, se você gosta de musicais modernos eu indicaria "Chicago" ou "Moulin Rouge"; se é fã de Daniel Day-Lewis, veja qualquer um de seus filmes antes desse; se se interessou pela história, prefira "8 1/2" sem pestanejar; se o motivo para ver este filme é a beleza estonteante de Penélope Cruz, prefira "Volver" ou "Vicky Cristina Barcelona", onde a atriz está bem mais sensual (e são filmes melhores)...

É, realmente está difícil achar uma boa razão para ver "Nine"... talvez sua músicas... vou pensar sobre isso.


por Melissa Lipinski
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Vou ser direto ao que gostei e não gostei.

Gostei da fotografia, muito boa e expressiva. Gostei de algumas músicas e apresentações, me chamando a atenção a da Judi Dench e da Fergie. Quanto à atuação, só a Marion Cotillard está boa, o restante segue mediano.

Das danças a mais interessante é a da Fergie. Realmente nos fixa na tela.

No mais achei o filme com um ritmo chato, me incomodou o fato de não falarem italiano, me incomodou o fato das legendas das músicas cantadas em francês ou italiano não serem traduzidas, e por ai vai.

Não consegui entrar na onda do filme. Fiquei curtindo a foto e o uso do espaço cênico.

Só isto.


por Oscar R. Júnior




segunda-feira, 1 de março de 2010

Paris 36

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Paris 36 (Faubourg 36, 2008)

Estreia Oficial: 24 de setembro de 2008
Estreia no Brasil: sem data prevista
IMDb



"Paris 36" não traz nada de novo: parece que você já viu este filme, que fala principalmente de amor numa trupe de teatro de vaudeville.

Ambientada numa Paris pré-Segunda Guerra Mundial, onde a classe operária começava a se sindicalizar, a história poderia muito bem se passar em qualquer outro momento, pois esse pano de fundo histórico que o roteiro incorpora, em nada muda o curso da trama, que se foca inteiramente nas relações de amizade dos membros do teatro e no amor... principalmente no amor pelo teatro. É mais ou menos aquela história do "o show não pode parar".

Não que a história não cative, pois a verdade é que você fica entretido, apesar de o filme ser um pouco longo demais. Mas há coisas que não dá pra entender, por exemplo: por que contar a história em flashback? Isso só faz com que um bom momento que poderia ser de tensão (olha o spolier! Aquele em que o protagonista Pigoil tenta se matar) seja eclipsado - já que sabemos que este não irá morrer, visto que é ele quem conta a história para um inspetor de polícia no momento em que é preso por ter cometido um crime. Por que não contar de forma linear? Para tentar inovar? Mas já faz um bom tempo que histórias contadas em flashbacks não são inovação... Mas enfim, há deslizes no roteiro sim, mas as cenas de música são tão singelas e emocionantes que acabamos nos envolvento com a história.

Destaque nas atuações ficam por parte de Gérard Jugnot, que faz Pigoil (eu já tinha gostado do ator em "A Voz do Coração", de 2004), e Nora Arnezeder, que interpreta a jovem cantora Douce, que encanta a cada nova canção que entoa.

A música indicada ao Oscar, "Loin de Paname", cantada por Arnezeder, é muito delicada e empolgante, e faz com que, ao final do filme, fiquemos com vontade de correr para ouvir mais uma vez toda a sua trilha musical.

Enfim, é um bom divertimento. Não chega a ser marcante ou inesquecível. Mas vale a pena dar uma conferida, ainda mais se você for fã de uma boa música francesa.


por Melissa Lipinski