segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Aliens, o Resgate

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Aliens, o Resgate (Aliens, 1986)

Estreia oficial: 18 de julho de 1986
Estreia no Brasil: 28 de agosto de 1986
IMDb



James Cameron assume a continuação de um dos melhores filmes de ficção científica/suspense já realizado. A expectativa era grande já que o primeiro tinha sido um sucesso de público e crítica. Mas Cameron não decepciona (na época tinha apenas dois curtas e dois longas - incluindo "O Exterminador do Futuro" - no seu currículo), e cria uma sequência que mantém o clima de tensão do original.

Como todos os trabalhos de James Cameron, "Aliens, o Resgate" chama a atenção por sua apurada parte técnica. Os efeitos especiais são primorosos. O design dos Aliens (sim, agora são muitos) é aprimorado, e seu tempo em tela também aumenta: se no filme de Ridley Scott a criatura aparecia rapidamente, ou de relance, ou nas sombras, agora elas aparecem a todo momento. Os efeitos especiais ganharam o segundo Oscar de efeitos especiais da saga, e o primeiro de efeitos sonoros. Foram as duas estatuetas arrebatadas de um total de sete indicações.

Apesar de uma tensão bem construída, Cameron volta-se mais para a ação do que para o suspense psicológico (thriller) como era o seu antecessor. Mas o filme funciona perfeitamente. Apenas não gosto das frases de efeito engraçadinhas que permeiam toda a narrativa ("Afaste-se dela, sua vadia!", fala Ripley para a Alien em um determinado momento) - mas isso mostrou-se, ao longo dos anos, como uma marca da carreira deste diretor, assim como o apelo mais melodramático em seus longas.

A tenente Ellen Ripley (Sigourney Weaver), agora ganha contornos maternais, e ganha uma 'filha', a única sobrevivente do planeta (que agora virou uma colônia de humanos) onde a nave dos Aliens havia caído, a garotinha Rebecca 'Newt' Jorden (Carrie Henn). Ripley terá, inclusive, que lutar contra outra mãe, a 'mãe-Alien', que também lutará para defender sua prole.

Mulheres fortes, diga-se de passagem, são outra marca presente nos filmes de Cameron. Aqui, por exemplo, além de Ripley, há a durona Vasquez (Janette Goldstein) que chama a atenção dentro de uma equipe de soldados mandados ao tal planeta afim de destruírem os seres alienígenas.

Quanto ao restante do elenco, o destaque fica por conta do ambíguo andróide Bishop (Lance Henriksen), e os soldados Hicks (Michael Biehn) e Hudson (Bill Paxton). Todos já haviam trabalhado com Cameron em "O Exterminador do Futuro". Paxton, além disso, voltaria para mais uma parceria em "Titanic" (de 1997).

Mas talvez o melhor do filme, além da ação, claro, seja a continuação da mesma estética adotada por Ridley Scott, com uma fotografia onde luzes e sombras sempre caminham juntas, criando um elemento adicional à atmosfera de tensão. Aqui, porém, James Cameron e seu fotógrafo, Adrian Biddle, utilizam uma gama maior de cores do que no original.

Enfim, uma continuação à altura para as personagens imortalizadas por Ridley Scott, tanto Ripley como o Alien.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski