ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.
Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (Harry Potter and the Prisoner of Azkaban, 2004)
Estreia oficial: 31 de maio de 2004
Estreia no Brasil: 4 de junho de 2004
IMDb
"Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban" é, dentre os livros da saga, um dos meus favoritos. Em parte, pela aparição de um dos melhores personagens criados por J. K. Rowling, Sirius Black (o tal prisioneiro do título). E o filme faz jus ao livro, ainda mais com a adição de Alfonso Cuarón na direção do projeto, o que deu mais agilidade ao longa, e uma sensação de urgência à história, que não tinha nos filmes anteriores.
Mas não foi a única contribuição de Cuarón, já que o diretor (assim como já acontecia nos livros), deixou o filme mais sombrio que os dois primeiros exemplares da série do bruxo mais famoso do mundo. Sem, no entanto, menosprezar detalhes dos personagens. Muito pelo contrário, os personagens, aqui, parecem melhores construídos e mais tridimensionais do que nunca, principalmente o trio principal com seus hormônios pré-adolescentes à flor da pele. São esses detalhes que transformam o roteiro desse episódio (novamente assinado por Steve Kloves) em superior aos seus anteriores, já que observar os alunos de Hogwarts interagindo e brincando nos dormitórios, faz com que nos identifiquemos mais com os personagens por torná-los mais humanos, além de deixar a narrativa mais fluida e descontraída, em vez de apenas intercalar acontecimentos relevantes para a trama.
E os atores aparentam estar cada vez mais à vontade com seus personagens. Daniel Radcliffe, em particular, segura cada vez melhor o peso de ter um personagem tão importante nas mãos. Mas, são sempre os coadjuvantes quem roubam as cenas. Além dos já habituais (e talentosos) Alan Rickman (Professor Snape), Maggie Smith (Professora Minerva) e Robbie Coltrane (Hagrid), novos atores juntam-se ao notável elenco. Emma Thompson está hilária como a Professora Trelawney; Timothy Spall (Rabicho) e David Thewlis (Lupin) também são felizes em suas composições 'animalescas'; e Michael Gambon substitui Richard Harris (que faleceu em 2002) com enorme competência, inclusive, conferindo novas características a Dumbledore, tornando-o mais ágil e cheio de vida. Mas é mesmo Gary Oldman que, apesar do pouco tempo em tela, chama a atenção, conferindo sua intensidade habitual ao personagem de Sirius Black.
Apesar de falhar em suas tentativas de humor (ainda mais fazendo com que Ron transforme-se, praticamente, em um 'bobo-da-corte'), esse terceiro filme da série consegue ser mais tenso e bem amarrado que seus antecessores, ainda mais na sua parte final, quando as brincadeiras com a volta no tempo engrandecem a narrativa.
Finalizando, mantendo a já tradicional competência no layout da produção, a direção de arte consegue se superar, e enriquecer ainda mais o castelo de Hogwarts, com novos cenários espetaculares. Os figurinos dos alunos (principalmente suas vestes da escola) também dizem muito daqueles adolescentes em seus pequenos detalhes, como nós de gravatas frouxos, mangas de camisas dobradas displicentemente, e saias encurtadas.
Enfim, é sempre a atenção por detalhes que fazem a diferença e transformam um filme em um espetáculo para além da sua própria história.
Fica a dica!
por Melissa Lipinski
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