segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Fabuloso Destino de Amélie Poulain, O (Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain, 2001)

Estreia oficial: 25 de abril de 2001
Estreia no Brasil: 8 de fevereiro de 2002
IMDb



Amélie (Audrey Tautou) sabe que a vida é feita de pequenos prazeres. Solitária, depois de achar uma antiga caixinha com diversos brinquedos em seu apartamento, ela decide ajudar as pessoas (principalmente aquelas mais próximas) a resolverem seus próprios problemas e achar a felicidade. Porém, dona de uma mente incrivelmente fértil, suas estratégias nunca são óbvias e fáceis, mas os resultados, na maioria das vezes, é o almejado por ela.

A estrutura narrativa escolhida pelo diretor Jean-Pierre Jeunet (que também é o roteirista juntamente com Guillaume Laurant) não é linear, e mistura o passado com o presente da protagonista para mostrar ao espectador o seu caráter. Aliás, Jeunet acerta em cheio ao apresentar seus personagens mostrando o que gostam e/ou não gostam de fazer, afinal são essas pequenas coisas que definem quem realmente são as pessoas.


Não há como falar muito do roteiro, o filme tem que ser visto para poder ser apreciado em toda a sua magnitude. É apenas assistindo a este magnífico filme de Jean-Pierre Jeunet que se pode aproveitá-lo ao máximo, emocionando-se e sofrendo juntamente com a protagonista; vendo a beleza da sua fotografia; o cuidado de sua direção de arte; a delicadeza de sua trilha sonora… Enfim, um filme para ser 'usufruído' em tantos níveis quanto se possa imaginar.


O ritmo do filme é ditado por uma edição que jamais perde o foco. A fotografia de Bruno Delbonnel, com seus movimentos de câmera perfeitos, ajudam na fluidez e dinamismo da narrativa. Assim como os brilhantes efeitos visuais, presentes para auxiliar na contagem da história, e não apenas para 'impressionar' por suas pirotecnias. Já com relação ao layout visual do filme, fotografia e direção de arte casam maravilhosamente bem, com suas cores preponderantemente vermelhas e verdes (e com tons amarelados também), que muitos (inclusive Jeunet em uma entrevista) dizem ser inspirados nas telas do artista catarinense radicado na França, Juarez Machado.


Encarnando Amélie com uma doçura inigualável, Audrey Tautou dispensa qualquer comentário. Sua Amélie não é apenas sonhadora e sensível, mas acima de tudo, solitária. E, se sabe que pode conviver com a vida que leva (nos pequenos prazeres da vida), sabe que ainda não é completamente feliz, e suas 'missões solidárias' são uma forma de preencher o vazio de sua existência.


Mas não somente Tautou, o restante do elenco também é extremamente competente em criar tipos que vão além do caricatural: em suas bizarrices acabam tornando-se reais e verossímeis.


Afinal, Jean-Pierre Jeunet faz exatamente isso: transforma o real em algo fantasioso. E assim é a Paris de Amélie: com ares de fantasia, Jeunet consegue transformar as coisas mais banais em poesia.


Certamente é um filme para se ver milhões de vezes. Eu mesma, nunca canso de assistir!


Fica a dica!



por Mel
issa Lipinski 




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