quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sucker Punch - Mundo Surreal

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Sucker Punch - Mundo Surreal (Sucker Punch, 2011)

Estreia oficial: 25 de março de 2011
Estreia no Brasil: 15 de março de 2011 

IMDb


 
"Sucker Punch - Mundo Surreal" é um filme vazio. Belo em sua aparência, é verdade. Mas esvaziado de qualquer sentido.

Já havendo provado que sabe como compor belas imagens em seus longas anteriores (principalmente "300", "Watchmen" e "
A Lenda dos Guardiões"), Zach Snyder, trabalha pela primeira vez com um roteiro próprio (escrito em parceria com Steve Shibuya) e que, logo no início, mostra seu ar fantasioso ao abrir as cortinas para que a sua história tenha início.

A história acontece quase inteiramente no inconsciente da heroína, Baby Doll (Emily Browning), em dois níveis diferentes. Ao ficar órfã, para fugir do abuso de seu padrasto, Baby Doll acaba causando um trágico acidente e é internada em um sanatório, onde logo é sentenciada a uma lobotomia, que acontecerá dali a cinco dias. Esse é o tempo, portanto, que a protagonista tem para tentar fugir, o que ela faz criando um mundo de fantasias que torna sua realidade não tão insuportável. Em sua fantasia, Baby Doll e suas quatro amigas, Rocket (Jena Malone), Sweet Pea (Abbie Cornish), Blondie (Vanessa Hudgens) e Amber (Jamie Chung) são dançarinas em um cabaré onde também são prisioneiras. Toda vez em que Baby Doll dança neste nível de suas fantasias, ela acaba transportando-se para um segundo nível, onde as cinco amigas são como heroínas numa espécie de videogame futurista-apocalíptico.

E, por mais que se releve a unidimensionalidade dos personagens por se tratar de um mundo de fantasias da protagonista. Que outra razão pode explicar as 'mocinhas' sendo retratadas como meros objetos sexuais senão o próprio fetiche do diretor?

Porém, como já disse, o filme é lindo visualmente. Utilizando uma paleta de cores sempre cinza, Snyder, junto com seu diretor de fotografia, Larry Fong, cria variações sobre essa cor. Se, no mundo real, o cinza é imperativo e não há espaço para outras cores; na fantasia de Baby Doll, o mundo ganha mais cores, e o cabaré, especificamente, cores mais fortes, lembrando em tudo um teatro (todos os personagens - inclusive os masculinos - surgem com uma evidente maquiagem no rosto). Ao mesmo tempo, a direção de arte parece mesclar elementos do próprio teatro (como o camarim das meninas) com alguns de prisão (como a cozinha). Já o segundo nível de fantasias, cada vez que a protagonista mergulha nele, surge de uma maneira diferente, permitindo que a produção crie vários cenários espetaculares, como uma cidade futurística, uma trincheira da Primeira Guerra (onde os soldados são zumbis), um castelo medieval povoado por 'orcs', e um templo japonês com criaturas de pedra que desafiam as leis da gravidade.

Porém, se a montagem entre esses três níveis dá agilidade ao filme, narrativamente não servem para nada, pois sabemos que todas essas aventuras das protagonistas não levarão a lugar nenhum, ao mesmo tempo em que não representam um risco real às suas vidas, já que são meramente fruto da imaginação de uma delas. Assim, Zack Snyder acaba achando que o mero deleite visual seria suficiente para sustentar o filme.

E, por mais que o diretor crie planos belíssimos (um em especial me chamou a atenção: um travelling que ultrapassa um espelho), estes parecem não contribuir narrativamente, servindo novamente, apenas como deleite visual (do espectador, e principalmente, do diretor). Além, é claro, de Snyder abusar da utilização da câmera lenta, como que querendo prolongar ainda mais a duração de seus belos planos, para que esses não sejam esquecidos pelo público.

Enfim, "Sucker Punch" é uma bobagem pretensiosa, que não tem conteúdo nenhum. É apenas bonitinho.


por Melissa Lipinski
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O diretor, Zack Snyder, é o mesmo que já fez "300", "Watchmen" e "A Lenda dos Guardiões".

O filme é claramente baseado em jogos e mangás. É perceptivel nos enquadramentos das cenas de luta que são muito semelhantes a jogos e o figurino erotizado e de adereços com óbvia influência dos mangás.

Como não conheço muito do universo dos mangás não sei se há algo a mais no filme, o que sei é que o roteiro é bem previsível.

O elenco e as atuações são regulares. Ninguém se destaca e também não prejudica o longa.

A melhor sequência do filme é a inicial que é feita toda em câmera lenta. As cenas de luta são sem graça, na minha opinião.

É isso.


por Oscar 
R. Júnior



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