sexta-feira, 12 de agosto de 2011

72 Horas

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

72 Horas (The Next Three Days, 2010)

Estreia oficial: 19 de novembro de 2010
Estreia no Brasil: 24 de dezembro de 2010
IMDb



"72 Horas" é mais uma adaptação feita por Hollywood. Adaptação de um filme francês de 2008, chamado "Pour Elle", estrelado por Vincent Lindon e Diane Kruger e dirigido por Fred Cavayé. Não assisti ao filme original ainda, mas confesso que regravações nunca me atraem muito. Mas, independente deste fato, o filme de Paul Haggis (que também foi o responsável pela adaptação) consegue ter bons momentos e prender a atenção do espectador, mesmo que alguns momentos soem um tando quanto forçados.

Mas vamos à história. Os Brennan, John (Russell Crowe), Lara (Elizabeth Banks), e seu filho Luke (Ty Simpkins) são uma tradicional família de classe média estadunidense, que tem sua vida alterada quando Lara é, repentinamente, presa pela polícia acusada de matar sua chefe. A partir daí, John, professor universitário, tenta, a todo custo, tirar sua esposa da cadeia e, quando parece não haver nenhuma outra alternativa, começa a arquitetar uma fuga mirabolante.

Apesar de apelar para algumas soluções fáceis, como o fato de John aprender a atirar com tamanha facilidade logo após comprar uma arma; ou situações não muito bem explicadas, como o relacionamento de John com seus pais; o roteiro de Haggis consegue criar a tensão necessária para manter o espectador grudado na cadeira esperando pelo desfecho da história. E é sempre quando a trama volta-se para o lado humano das personagens que o filme ganha peso, como quando mostra o difícil crescimento de Luke, afastado há três anos da mãe; ou quando o pai de John, George (Brian Dennehy), mesmo sem falar com o filho, olha-o de maneira a deixar claro que sabe quais são as suas intenções; ou ainda os momentos em que John fala com seu filho sobre o dia no colégio. São pequenos respiros na ação e que tornam os personagens mais humanos, mais verossímeis.

As boas atuações ajudam a manter o ritmo do longa. Russell Crowe está convincente no papel do homem comum que vai, cada vez mais, voltando-se para si mesmo em um estado de depressão e desespero, a ponto de tomar uma medida extrema. Determinado em sua decisão, Crowe empresta a John um olhar sempre desconfiado e nervoso, de um homem que teme o que possa acontecer a qualquer deslize seu, ao mesmo tempo em que dá um tom de vulnerabilidade ao sujeito, fazendo-o parecer um cidadão comum.

Mas o melhor do fillme é mesmo a direção de Paul Haggis (responsável pelo ótimo e oscarizado "Crash - No Limite", de 2004), que consegue manter o bom ritmo do filme através de uma edição ágil, e criando momentos de suspense da ação.

Enfim, "72 Horas" está longe de figurar como uma obra-prima, e nem mesmo como um dos melhores filmes do diretor ("Crash" e "No Vale das Sombras", de 2007, são melhores), mas, certamente, é um eficiente filme de ação, que jamais duvida da capacidade mental de seus espectadores. E vindo de Hollywwod, atualmente, isso já é grande coisa!


por Melissa Lipinski


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