quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Planeta dos Macacos: A Origem

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Planeta dos Macacos: A Origem (Rise of the Planet of the Apes, 2011)

Estreia oficial: 5 de agosto de 2011
Estreia no Brasil: 26 de agosto de 2011
IMDb




Já digo logo de cara que o posto de protagonista do filme não é ocupado por nenhum ser humano, mas pelo chimpanzé Cezar (Andy Serkis). E o grande atrativo do longa certamente é o desenvolvimento do seu personagem, o único que não é unidimensional, diga-se de passagem, já que os humanos vistos aqui são, no mínimo, desinteressantes.

O roteiro, escrito por Amanda Silver e Rick Jaffa (inspirado no livro de Pierre Boulle), começa mostrando as pesquisas do cientista Will (James Franco) no desenvolvimento de um vírus que serviria para curar o mal de Alzheimer (doença que acomete o seu pai, Charles, interpretado por James Lithgow). Porém, testados em chimpanzés, o vírus mostra que tem a capacidade de aumentar em muito a inteligência da cobaia,Olhos Brilhantes, que acaba sendo morta em um acidente no laboratório. Ao descobrir que a chimpanzé deixou um filhote, Will leva-o para casa e não tarda a verificar que a inteligância da mãe foi passada geneticamente para o filho. E é a partir daí que o filme realmente se desenvolve, ao acompanharmos o crescimento dócil de Cesar (o tal
chimpanzé). Até o momento em que um desentendimento com um vizinho faz com que o controle de animais leve Cesar para um 'alojamento' de macacos, onde vai começar a se revoltar contra as crueldades às quais ele e outros símios lá presentes são submetidos, incitando o tal início do título do filme.

É justamente no desenvolvimento de Cesar que o roteiro ganha pontos. Nunca deixando de ser retratado com um macaco, Cesar porém, por suas habilidade cognitivas que se assemelham (ou até ultrapassam) as de um humano, ganha contornos mais reais graças à performance de Andy Serkis, que inclui sutilezas em sua composição, como sutis olhares que demonstram sua contrariedade em usar uma coleira, ou medo por estar em um lugar desconhecido; ou ainda por leves gestos, como o girar de um graveto entre os dedos, que dimensionam ainda mais o protagonista.

E, não fosse pela sua grande caracterização, talvez o chimpanzé não funcionasse tão bem, já que, por mais bem desenvolvido digitalmente que ele possa ser, em alguns momentos ele realmente não soa convincente. Não só ele, mas todos os macacos.

Criados pela Weta Digital (empresa de Peter Jackson responsável pela animação dos personagens digitais vistos nos longas deste diretor, como "O Senhor dos Anéis" e "King King", que, não coincidentemente também foram interpretados por Serkis), os símios têm expressões faciais e olhos que nunca deixam de parecerem reais. Os olhares, principalmente, me chamaram muito a atenção, pela sutileza e profundidade. Porém, é justamente nos movimentos que a "magia" desfaz-se, pois há sempre algo que denucia-os como criaturas digitais e não 'de carne e osso'. Mas, este jamais pode ser considerado um erro ou um defeito, já que, assumindo-os como criaturas feitas através de computação gráfica, talvez sejam as mais bem feitas já vistas em um filme.

Porém, se Cesar merece aplausos pela sua 'humanidade', o mesmo não pode ser dito dos personagem humanos, já que esses são mal desenvolvidos e superficiais. Por mais que o relacionamento entre Will e seu pai soe comovente, e os atores acertam no seu desenvolvimento, a profundidade pára por aí. James Franco ao menos não se compromete, e encara seu personagem com a mesma seriedade vista em seus trabalhos anteriores. Porém, seu relacionamento com a veterinária interpretada por Freida Pinto jamais soa verdadeiro. Essa personagem, inclusive, tem um papel tão irrelevante no filme que sua ausência não faria falta nenhuma. Já os antagonistas, o ganancioso dono do laboratório, Steven Jacobs (David Oyelowo), o inescrupuloso dono do alojamento dos macacos, John Landon (Brian Cox), e o seu perverso filho, Dodge (Tom Felton), que cuida diretamente dos animais, não conseguem ser caracterizados por nenhuma outra palavra que não essas.

Dirigido por Rupert Wyatt, o longa possui uma direção correta, que confere um bom ritmo à narrativa, e uma boa execução nas cenas de ação. O conflito final na ponte Golden Gate, sob uma intensa névoa, ganha pontos por conseguir manter uma crescente tensão.

Ainda incluindo várias referências à série de filmes original (que conferem uma certa unidade ao projeto), como uma notícia na TV que anuncia a mesma missão espacial vista no longa de 1968, ou um plano em que Cesar brinca com uma miniatura da Estátua da Liberdade, é uma pena que este "Planeta dos Macacos: A Origem" funcione apenas quando tem Cesar em tela. Entretanto, dá à série "Planeta dos Macacos", mais um grande personagem símio, e talvez o mais complexo já visto.


por Melissa Lipinski
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O roteiro deste mais recente "Planeta dos Macacos" é muito interessante, bem realizado mas tem alguns deslizes. O maior deles, na minha opinião, é o fato dele contradizer os outros filmes da saga (“O Planeta dos Macacos”, de 1968 e suas 4 continuações e “Planeta dos Macacos”, de 2001) mas isso detalho mais pra frente. Vamos por partes:

Direção de Fotografia: Muito boa. Bem construída e a cena da ponte Golden Gate é impressionante. Com aquela neblina forte contribuiu e muito para a “batalha” travada.

Direção de Arte: Fantástica. Os laboratórios são bem feitos assim como local de contenção dos macacos. A Maquiagem de efeito/ computação gráfica também é muito boa.

Elenco e Personagens: Muito bem escolhido. Andy Serkis, James Franco, John Lithgow e Freida Pinto estão muito bem, o único problema é que só o macaco Caesar (Andy Serkis) têm algum propósito/ sentido na trama. Os personagens humanos são muito mal construídos, sem sentido e quase dispensáveis. O “humano principal” Will Rodman (James Franco) é um personagem que quase não frequenta o trabalho por cinco anos e os colegas de trabalho não estranham. Ele trabalha com projetos ultra-complexos e secretos mas mesmo assim consegue retirar materiais do local de trabalho. Na verdade, em um dos momentos em que ele rouba algumas capsulas do ALZ113, o filme nos mostra isso em câmera de segurança, mas isso não serve pra nada na história. Não convenceu tanto.

Agora vem duas coisas que me incomoradam. A primeira: quando os macacos estão confinados naquela “prisão” eles parecem ser cerca de 30 macacos. Quando eles fogem e se dividem em dois grupos onde há quase 30 em cada grupo. Do nada apareceu uma galera. A segunda coisa que me incomodou foi que os macacos têm uma inteligência grande mas mesmo assim não aproveitam para usar a tecnologia e armas dos humanos contra eles. Sei lá. E a terceita e última coisa é que o macaco Caesar é um chimpanzé, e não sei qual o tamanho máximo destes animais, mas o tamanho dele no final do filme é fora de proporção, pois fica do mesmo tamanho que James Franco. Dei uma pesquisada rápida na internet e, segundo o site bicharada.net, um Chimpanzé adulto atinge, no máximo, 1,60m. em pé. James Franco tem 1,80m. de altura.

Fico por aqui.


por Oscar R. Júnior


Um comentário:

Rafael W. disse...

Me parecia apenas um caça-níqueis, mas tem muita gente elogiando o filme. Pretendo assistir essa semana.

http://cinelupinha.blogspot.com/