quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Um Homem Sério

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Homem Sério, Um (A Serious Man, 2009)

Estreia Oficial: 12 de setembro de 2009
Estreia no Brasil: 19 de fevereiro de 2010
IMDb



Mais um filme de humor negro dos irmãos Coen, este "Um Homem Sério" é uma fábula sobre as pequenas dificuldades da vida. O filme nos faz crer que o máximo que podemos fazer, diante das agruras da vida, é nos apegarmos aos nossos princípios e esperarmos que o melhor aconteça.

Michael Stuhlbarg interpreta com brilhantismo o professor (judeu) de física Larry Gopnik, cuja vida, aos poucos, vai ruindo em frente aos nossos olhos. Sua mulher está deixando-o para viver com outro homem. Seu filho fuma maconha e não se ajusta na escola. Sua filha está roubando dinheiro de sua carteira e só pensa em sair para a balada. Seu irmão está morando com ele e não faz nada da vida (pelo menos nada dentro da lei). Um de seus estudantes o está subornando para melhorar suas notas... Realmente, não tem como não enlouquecer! E tudo que Larry quer, no final das contas, é ser tratado com um homem sério.

Começando com um prólogo de humor negro que se passa em uma comunidade judaica, "Um Homem Sério" já mostra ao que veio: desde o começo fica claro que a crença (ou o destino) fala mais alto que o racional. E nem mesmo que Larry tente se apegar ao material e à lógica, com suas equações matemáticas, não adianta – ele está amaldiçoado! Talvez a explicação seja o prólogo do filme, quando um ancestral seu (assim pode-se supor) abre a porta da sua casa para um ‘dibuk’, ou seja, um espírito errante de uma pessoa morta. E pelas tradições judaicas (pelo menos é o que se pode imaginar pelo filme), não se deve convidar um ‘dibuk’ para entrar. Então, não adianta o que Larry faça, nada vai mudar o seu destino. Não que ele faça muito, pois ele sempre parece estar esperando que algo maior aconteça em sua vida para que ela mude.

Muito do brilhantismo deste filme, vem da atuação de Stuhlbarg. Ele não é um fracassado ou depressivo. Mas sim um homem que apenas quer entender porque sua vida está desmoronando e onde ele pode se ancorar, onde pode achar felicidade em meio a tanto caos. Não é uma pessoa que toma decisões, mas que quer que lhe digam o que deve fazer.

Não é um filme rápido, nem um filme de gargalhadas. Mas é engraçado, e com o toque preciso do humor peculiar dos irmãos Coen.

Não é um filme com uma lição de moral ou respostas. Mas sim, um filme que levanta muitas perguntas.

É como a história contada por um dos rabinos, sobre o dentista que achou uma mensagem nos dentes de um goy (um não-judeu): a mensagem está ali, mas o que você vai fazer com ela, isso é por sua conta.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski
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Novo filme dos Coen (Joel e Ethan Coen). Começa com uma seqüência que não faz ligação com o resto do filme. Pelo menos não achei ligação alguma a parte mais antiga com o restante do filme.

O filme tem boas situações cômicas. Realmente ninguém leva o cara a sério. Tudo e todos o tratam como um lixo humano e o coitado ainda tenta entender o que está acontecendo.

O filme conta ainda com uma quebra de expectativa. Ficamos esperando alguma reação do personagem principal que obviamente não vem. Achei que a quebra de expectativa foi demais, chegando cedo demais. Em outros filmes deles como "Onde Os Fracos Não Têm Vez" ou no "Queime Depois de Ler" há um fim que acaba antes, mas há um fim. Sei lá. Fiquei perdido no filme.

Sabe quando o filme já era pra ter acabado? Neste é o contrário. Achei que rolava um pouco mais de filme, mas nada, não foi acabar cedo, foi acabar o filme precoce demais. Não gostei muito. Talvez eu é que não tenha entendido direito.

Acontece...


por Oscar R. Júnior


Um comentário:

Dan disse...

Acabei de assistir e tô no time do Oscar. Achei que ainda teria mais filme e fiquei perdido no final. E eu tava gostando dele.