quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Bastardos Inglórios

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds, 2009)

Estreia Oficial: 20 de maio de 2009
Estreia no Brasil: 8 de outubro de 2009
IMDb



O que ainda se pode falar de Quentin Tarantino? Tudo (de bom ou de ruim) já foi dito. Mas vamos lá, o novo 'Tarantino' é um filme de guerra. Mas, como todo filme do diretor, não é mais um mero filme de guerra. Baseado em fatos reais (a Segunda Guerra Mundial), Tarantino não se prende à realidade, e não tem medo de mudar o curso da História.

Muitos têm considerado "Bastardos Inglórios" como um filme menor deste aclamado diretor, mas eu o considero um dos seus melhores filmes. Todas as marcas de Tarantino estão presentes: os planos longos, travellings curvos, planos de pés, planos detalhes característicos, e é claro, seus memoráveis diálogos. E aqui eles aparecem ao montes. Talvez este seja o filme de Tarantino em que menos haja a ação propriamente dita, e muito mais diálogos. Claro que a comédia e o cinismo também dão o ar da graça.

Há também a sempre presente homenagem que Tarantino faz em seus longas à Sétima Arte. Aqui, além das referências de costume, como a Sergio Leone, a Ennio Morricone na música e a John Ford, os nomes dos personagens também aparecem homenageando personalidades do Cinema: Aldo Ray + John Wayne = Aldo Rayne, para citar apenas um.

E a trama investe bastante nas atuações. E estas não decepcionam. Destaque vai para Brad Pitt como o tenente Aldo Rayne, que comanda um grupo de soldados estadunidenses (e um alemão) cuja missão é matar alemães-matadores-de-judeus. Pitt está ótimo e muito divertido. Mas é Christoph Waltz como o coronel alemão "caçador de judeus" Hans Landa quem rouba todas as cenas em que aparece. Apesar de ser o vilão da história, o personagem tem um carisma inquestionável e conquista o público com sua sempre constante ironia.

Bastante plástico em sua violência (afinal, é um filme de Tarantino!), senti este exemplar menos sanguinolento que os demais filmes do diretor. Mas há uma cena em particular, uma cena de violência extrema (e aí vai um spoiler) que imagino que todos sempre desejamos ver: Hitler sendo metralhado até sua desfiguração total.

Enfim, divertido, metalinguístico, violento, sanguinolento, absurdo... um típico Tarantino... Não canso de assistir... "E eu vou querer meus 100 escalpos!"

Fica a dica!


por Melissa Lipinski
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Até hoje ainda não consegui descobrir se este filme pode ser considerado melhor ou tão bom quanto “Pulp Fiction”. Não sei mesmo.

Ansiosamente aguardado, um filme de guerra do Quentin Tarantino. E não o fez por menos. Além da trilha sonora sempre muito bem pesquisada, no início do filme já vem um cena que é a assinatura do Tarantino.

O Coronel Hans Landa (Christoph Waltz) interrogando um camponês, em busca de informações sobre judeus que fugiram das terras antes que as tropas alemãs chegassem. A conversa é longa (aproximadamente 14 minutos), temas variados e nada a ver. A tensão aumentando gradativamente e mesmo sabendo que vai rolar um banho de sangue no final, nós espectadores aguardamos ansiosamente pelo desfecho da cena. Com pontos cômicos na conversa, como quando Hans Landa puxa um cachimbo todo pomposo pra fumar junto com o camponês. Ao final um massacre.

Na minha opinião a atuação do filme é totalmente polarizada pelo Coronel Landa e pelo Tenente Aldo Raine (Brad Pitt). Durante todo o filme eles fazem ótimas cenas culminando naquela em que contracenam juntos, fazendo a negociação para matar Hitler. Esta é de longe a cena mais engraçada do filme, com o "Bingo" do Coronel Landa.

Pitt não deixa por menos, com seu sotaque forte do interior estadunidense, sua frieza com os inimigos faz com que ele se destaque. Obviamente a cena mais cômica deste é o "Arrivederti", totalmente mal pronunciado por aquele que antes se dizia ser o que melhor falava italiano.

Com várias participações de atores alemães, franceses, ingleses, estadunidenses, e de outros países, o filme dá ao Hitler o que muitos queriam, e mesmo não tendo nenhuma fidelidade histórica, a cena da morte do Hitler e da queima do teatro é muito empolgante.

Não digo que não gostei, e sim que gostaria que fosse diferente a cena do porão. O Sargento Hugo Stiglitz (Til Schweiger) era o mais mal encarado dos Bastardos, tão legal o personagem dele, bem que poderia ter continuado vivo...

Recomendo abundantemente este filme.


por Oscar R. Júnior


 

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