quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Guerra ao Terror

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.


Guerra ao Terror (The Hurt Locker, 2008)

Estreia Oficial: 04 de setembro de 2008
Estreia no Brasil: 05 de fevereiro de 2010
IMDb


Estava bastante ansiosa para assistir a este “Guerra ao Terror”, visto que tem arrebatado elogios da crítica internacional e vários prêmios. E o filme vale a pena, é um ótimo exemplar de filmes de guerra, pendendo muito mais para o lado psicológico do que para as batalhas em si. Não que não haja explosões e coisas do gênero, até porque o desfecho da seqüência inicial é de tirar o fôlego!

O filme tem uma estética bastante crua, remetendo a um documentário do dia-a-dia de soldados estadunidenses especializados em desarmamento de bombas no Iraque. Não fosse por poucos rostos conhecidos (que, diga-se de passagem, logo saem de cena) poderíamos tomar a produção realmente como um documentário, tamanho é o realismo de sua fotografia.

O roteiro é muito competente ao mostrar a banalização da vida em um cenário de guerra sem sentido, onde os soldados estadunidenses encontram-se sem motivações, ou até mesmo sem saber o porquê de estarem e um país totalmente hostil à sua ocupação.

O sargento William James é o personagem mais polêmico e perturbador, e, consequentemente, o mais interessante. Ele sente prazer em correr riscos, às vezes, colocando toda a sua unidade em perigo; porém, não é tratado como um estereótipo de um soldado que não liga para ninguém, pois apresenta momentos de extrema humanidade e amor ao próximo. Parte dessa compaixão e empatia que acabamos sentindo pelo personagem deve-se à atuação certeira do ator Jeremy Renner, que faz uma composição séria, fugindo do caricato. Aliás, o elenco inteiro é eficiente, e transforma o filme em bem mais do que um filme de guerra, faz com que presenciemos um verdadeiro questionamento sobre a brutalidade e falta de sentido das guerras em geral.

Eficiente também é a direção de Kathryn Bigelow, que, aliada à edição, transmite tensão ao espectador e a constante presença do perigo presente em uma guerra.

Mas o filme não é perfeito. É um pouco longo demais e acaba por perder o ritmo em seu segundo ato. A introdução dos personagens também é um pouco corrida, e demora até conseguirmos identificar quem é quem no campo de batalha.

Mas no geral, “Guerra ao Terror” não decepciona, pois não é só a constatação de uma guerra sem sentido; é sim um retrato de como o ser humano pode perder a sua humanidade e agir de acordo com seus instintos mais agressivos, sem ter o mínimo de respeito e compaixão pelo próximo, às vezes, sem nenhum constrangimento ou arrependimento.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski
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O filme se passa, em maior parte, na Guerra do Iraque. Mostra a contagem regressiva dos dias para ir embora de uma equipe de desarmamento de bombas. Apesar de no inicio do filme confundir o rosto de alguns personagens conseguimos entender o que está se passando com eles. A partir da metade do filme senti que ele ficou com uma narrativa mais lenta e não tão interessante, mesmo com umas cenas parecidas com do “Tropa de Elite”, de guerra no meio da cidade. No final com o retorno do soldado ao Iraque, fica a sensação: ele tá fazendo o que gosta e o que sabe fazer.

Gostei: os atores mais conhecidos como Guy Pearce e Ralph Fiennes morrem precocemente, deixando a história para atores “menos” conhecidos.


por Oscar R. Júnior


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