sábado, 9 de janeiro de 2010

A Princesa e o Sapo

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Princesa e o Sapo, A (The Princess and the Frog, 2009)

Estreia Oficial: 25 de novembro de 2009
Estreia no Brasil: 11 de dezembro de 2009
IMDb



Com esse projeto, a Disney retoma suas animações 2D depois de um longo período. Infelizmente, mesmo com a ida de John Lasseter (da Pixar) para o estúdio, a sua volta desanima.

Criou-se muito alarde pelo fato de a Disney lançar a primeira princesa/protagonista negra de uma animação. Mas se Tiana tivesse qualquer outra cor, isso não mudaria em nada a história... Não que isso seja um defeito. Mas, na onda de animações cada vez mais inseridas socialmente, ver que uma personagem negra em plena New Orleans da década de 1920 não sofre nenhum tipo de discriminação ou passa por dificuldades para conseguir o que quer, é, no mínimo, desanimador. Aliás, o fato de ter New Orleans como cenário e o jazz como pano de fundo também não alteram em nada a trama, eles são apenas alegorias de uma história que poderia passar em qualquer lugar e a qualquer tempo. E repito, não que isso seja um defeito... mas, se tanto faz como tanto fez, se não há nenhuma inserção político-sócio-cultural neste fato, o porquê de tanto alarde?

Mas não é só esse o problema... Os personagens da história, principalmente os protagonistas, não oferecem qualquer atrativo que faça com que nos interessemos por eles. Aliás, fiquei o tempo todo torcendo para que eles continuassem transformados em sapos... Também não consigo entender como um se apaixona pelo outro, os dois são chatos e enjoados. E unidimensionais: não há como defini-los com mais de uma ou duas características - Tiana é obcecada por trabalho e Naveen é metido e preguiçoso. Só. Bom... talvez eles se mereçam mesmo...

Os personagens secundários também são fracos. As músicas (com exceção feita àquela cantada pelo vilão) são chatinhas. E a história não tem ritmo. Mas nem tudo é ruim. A direção de arte é muito bonita e a animação é rica em detalhes e sutilezas.

Meu conselho: reveja "Up - Altas Aventuras" ou "Coraline", pra citar animações mais recentes; ou recorra às antigas princesas dos estúdios Disney: Branca de Neve, Aurora, Cinderela, Ariel, Mulan... Vale mais a pena.

por Melissa Lipinski
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Não muito diferente do que pensei para o "Tá Chovendo Hamburguer", bem infantil. É um conto de fadas com um toque diferente. Mas as "mudanças" foram em sua maioria muito pró-forma. A personagem principal é negra, mas isso não muda muito pra história, logo: pra que o alarde todo da Princesa Negra no filme?

Porque se passa em Nova Orleans se boa parte do filme se passa no brejo?

Porque não aproveitaram melhor a cena da morte do Vaga-lume para tentar arrancar uma lágrima de alguém no cinema? A cena ficou de uma tensão fraquíssima, e com uma morte tão tosca.

O que agradou: a cena em que o feiticeiro tenta convencer o príncipe a fazer um feitiço. Elementos psicodélicos, objetos voadores, imagens de feitiçaria; e também a cena dos pescadores. Ali foi boa a piada e acho que eles remetem aos Três Patetas. Tanto pelos gestos (dedo no olho, tapa na nuca, vai bater em um e bate no outro) quanto pelo físico mesmo.

O que me irritou: a dublagem do Rodrigo Lombardi para o Principe Naveen achei sem graça. Não aguento mais essa voz felpuda, que mais parece saída do comercial da Cepacol.

Deste filme é isso.


por Oscar R. Júnior


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