terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Preciosa

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Preciosa (Precious: Based on the Novel Push by Sapphire, 2009)

Estreia Oficial: 16 de janeiro de 2009
Estreia no Brasil: 29 de janeiro de 2010
IMDb


Imagine tudo de ruim que possa acontecer a uma adolescente de 17 anos. Imaginou? Pois é, nem chegou perto da vida miserável que tem a protagonista deste filme, Clareece Precious Jones.

O filme é uma bofetada. A cada minuto que passa, você fica mais horrorizado com as atrocidades que esta adolescente sofre. E pensar que isso pode ter ocorrido, ou melhor, deve ocorrer, como diz o letreiro final, a várias "Precious" que existem pelo mundo afora... É revoltante.

Mas o filme, apesar de sério, não soa como aqueles dramalhões intermináveis, e isso graças à escolha acertada do roteirista, Geoffrey Fletcher, e do diretor, Lee Daniels, de fazer com que as fantasias da protagonista ganhem vida na tela, servindo como hiatos divertidos (para Precious e para o espectador) dos momentos de abuso que a menina sofre.

As atuações são incríveis. A estreante Gabourey Sidibe é de uma naturalidade impressionante e cativa com seu jeito sonhador e meigo (apesar de ser bastante hostil algumas vezes). Já Mo'Nique dispensa comentários, e merece ganhar todos os prêmios de atuação deste ano. Sua interpretação é incrível. Você realmente fica com nojo dessa mulher que parece sentir prazer em maltratar e abusar de sua filha de todas as maneiras possíveis. É uma personagem desprezível, e o encontro final entre mãe e filha, é de arrancar os cabelos de tanta emoção - há algum tempo não me emocionava tanto em uma cena. A professora, Sra. Rain, interpretada por Paula Patton, também protagoniza uma das melhores cenas do filme... Emocionante! Há ainda Mariah Carey e Lenny Kravitz (quem diria!) que surpreendem e se saem bem em suas atuações.

Não há muito mais o que dizer... Não consigo ver defeitos, ainda estou em estado de choque pela história contada: um bom roteiro, ótimos atores, uma direção precisa... Pena que não há mais filmes aí como esse...

Fica a Dica!


por Melissa Lipinski
--------------------

Após me recompor, decidi escrever logo após ver o filme. No inicio me impressionou a fotografia do filme, principalmente as cores da casa da Precious e os enquadramentos, favorecendo a época em que se passa o filme que é em Harlen, na década de 80.

Apesar de não ter grandes expressões faciais, a Precisous consegue transmitir o caos em que vive, o caos em que se sente com relação ao seu corpo e seu relacionamento com sua mãe, o incesto provocado pelo próprio pai, da qual gerou dois filhos com ela.

Simples e denso. Prestando atenção nos diálogos, percebe que são riquíssimos. O sotaque e a forma “errada” que pronuncia as palavras, as colegas de classe desbocadas. Tudo isso construiu de forma grandiosa a história.

No final, há um monologo da mãe da Precious, que faz jus a indicação de melhor atriz coadjuvante ao Globo de Ouro para a Mo’Nique. E com certeza vale a indicação da estreante Gabourey ‘Gabby’ Sidibe.

Recomendo...


por Oscar R. Júnior


Nenhum comentário: