ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.
Criada, A (La Nana, 2009)
Estreia Oficial: 17 de janeiro de 2009
Estreia no Brasil: 25 de setembro de 2009
IMDb
Este filme mostra como é difícil o relacionamento de uma família com sua empregada que trabalha com eles há mais de 20 anos. Ao mesmo tempo em que há muita intimidade, há também a sensação permanente de que ela não faz parte daquela família (por mais que ela sinta o contrário).
É muito fácil identificar-se com a história. E, se a trama parece simples, os conflitos psicológicos que dela decorrem não são tão simples assim, devido ao comportamento obsessivo que Raquel (a criada do título) apresenta. E dessa forma, o filme passa a ser bem mais do que um confronto entre classes sociais diferentes - não que isso seja ignorado, pois é visível a preocupação do diretor em deixar claro que elas estão lá, mas não é o que move a trama.
E grande parte do sucesso do filme reside nas atuações, principalmente a da protagonista, Catalina Saavedra (que ganhou o prêmio de melhor atuação feminina em língua estrangeira no Festival de Sundance de 2009). Ela consegue fazer com que sintamos pena e raiva de Raquel. Seu olhar duro e, algumas vezes, assustado só é quebrado com a chegada da nova empregada, a alegre Lucy, interpretada com muita propriedade por Mariana Loyola, e que nos cativa desde o primeiro momento em que entra em cena.
É nítida a homenagem que o diretor chileno Sebastián Silva faz às próprias empregadas que teve quando jovem (ao final, há fotos que as revelam), e por isso, talvez, as situações soem tão naturais, tanto as engraçadas como as mais comoventes. Porém, não consigo entender o uso da câmera na mão (que insiste em se fazer presente na história) em todos os momentos - muitas vezes me senti incomodada com o tremor e movimentos bruscos da câmera.
Mas enfim, é um filme divertido e tocante ao mesmo tempo, e que vale a pena ser conferido.
Fica a dica!
por Melissa Lipinski
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É muito fácil identificar-se com a história. E, se a trama parece simples, os conflitos psicológicos que dela decorrem não são tão simples assim, devido ao comportamento obsessivo que Raquel (a criada do título) apresenta. E dessa forma, o filme passa a ser bem mais do que um confronto entre classes sociais diferentes - não que isso seja ignorado, pois é visível a preocupação do diretor em deixar claro que elas estão lá, mas não é o que move a trama.
E grande parte do sucesso do filme reside nas atuações, principalmente a da protagonista, Catalina Saavedra (que ganhou o prêmio de melhor atuação feminina em língua estrangeira no Festival de Sundance de 2009). Ela consegue fazer com que sintamos pena e raiva de Raquel. Seu olhar duro e, algumas vezes, assustado só é quebrado com a chegada da nova empregada, a alegre Lucy, interpretada com muita propriedade por Mariana Loyola, e que nos cativa desde o primeiro momento em que entra em cena.
É nítida a homenagem que o diretor chileno Sebastián Silva faz às próprias empregadas que teve quando jovem (ao final, há fotos que as revelam), e por isso, talvez, as situações soem tão naturais, tanto as engraçadas como as mais comoventes. Porém, não consigo entender o uso da câmera na mão (que insiste em se fazer presente na história) em todos os momentos - muitas vezes me senti incomodada com o tremor e movimentos bruscos da câmera.
Mas enfim, é um filme divertido e tocante ao mesmo tempo, e que vale a pena ser conferido.
Fica a dica!
por Melissa Lipinski
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"La Nana" retrata a vida, ou melhor a não vida, da empregada doméstica Raquel (Catalina Saavedra). Ela trabalha há mais de 20 anos na mesma casa e vive totalmente em função desta família. A empregada é uma mulher amargurada, cheia de manias, que não consegue exibir um sorriso sequer, que controla a familia inteira e leva um vida ritmada pelas ações dos patrões e dos filhos deles.
Os conflitos começam quando sua patroa Pilar (Claudia Celedón) contrata outras moças para ajudar no trabalho diário e Raquel consegue se desfazer de todas, mostrando ainda mais seu lado sádico para manter a família sob controle.
Como o filme é todo com cãmera na mão e com textura de vídeo digital, me remete a um retrato mais fiel da casa, quase que como uma câmera de documentário, mas com uso de câmera subjetiva em vários momentos.
Destaque para a atriz principal, que nos faz chegar a ter uma repulsa pelas ações dela (de maltratar as outras empregadas para que desistam do emprego, de desinfetar os utensílios usados pelas outras empregadas ou prendê-las do lado de fora da casa e fingir que não as escuta, ou ainda de "jogar" fora o gato da filha da patroa porque não gosta de gato); ao mesmo tempo que nos faz sentir pena dela por não ter família por perto, de nem querer falar com seus parentes ao telefone, de querer imitar a patroa até no estilo das roupas ou de não ter um sorriso nem no dia do próprio aniversário.
Me incomodou um pouco foram os excessos de câmera na mão, os ruídos das portas (todas rangiam).
Recomendo.
Os conflitos começam quando sua patroa Pilar (Claudia Celedón) contrata outras moças para ajudar no trabalho diário e Raquel consegue se desfazer de todas, mostrando ainda mais seu lado sádico para manter a família sob controle.
Como o filme é todo com cãmera na mão e com textura de vídeo digital, me remete a um retrato mais fiel da casa, quase que como uma câmera de documentário, mas com uso de câmera subjetiva em vários momentos.
Destaque para a atriz principal, que nos faz chegar a ter uma repulsa pelas ações dela (de maltratar as outras empregadas para que desistam do emprego, de desinfetar os utensílios usados pelas outras empregadas ou prendê-las do lado de fora da casa e fingir que não as escuta, ou ainda de "jogar" fora o gato da filha da patroa porque não gosta de gato); ao mesmo tempo que nos faz sentir pena dela por não ter família por perto, de nem querer falar com seus parentes ao telefone, de querer imitar a patroa até no estilo das roupas ou de não ter um sorriso nem no dia do próprio aniversário.
Me incomodou um pouco foram os excessos de câmera na mão, os ruídos das portas (todas rangiam).
Recomendo.
por Oscar R. Júnior
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