domingo, 17 de janeiro de 2010

Um Olhar do Paraíso

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Olhar do Paraíso, Um (The Lovely Bones, 2009)

Estreia Oficial: 26 de dezembro de 2009
Estreia no Brasil: 5 de fevereiro de 2010
IMDb



Não entendi este “Um Olhar do Paraíso”. Acho que nem mesmo Peter Jackson o entendeu direito, pois não conseguiu definir o tom certo para este seu novo projeto. Flertando entre o dramalhão, thriller sobrenatural e romance adolescente, em nenhum momento o filme se assume como nem um nem outro, e não consegue um resultado convincente.

A história gira em torno de Susie Salmon (Saoirse Ronan), que logo no início do filme é assassinada por George Harvey (Stanley Tucci), um vizinho da família. Logo, a menina (ou seu espírito) fica em um tipo de limbo, onde deve achar o caminho para o Céu, enquanto tenta ajudar seu pai (Mark Wahlberg) a descobrir a identidade do seu assassino.

Saoirse Ronan, atriz revelada em “Desejo e Reparação”, está bem, mas não consegue fazer muito pelo filme. Em compensação Mark Wahlberg aparece sempre insosso, enquanto a talentosa Rachel Weisz é desperdiçada em um papel que não disse ao que veio – como a mãe da protagonista que some na metade da história só retornando ao final. Já o que o diretor fez com Susan Sarandon chega a ser patético, em um papel totalmente caricato e que serve como alívio cômico da narrativa, quando a atriz entra em cena (uma das seqüências em especial é totalmente desnecessária) a narrativa desvia do seu foco (qual deles, poderia perguntar) e faz o filme perder o ritmo. O único ator que se salva é Stanley Tucci, com uma atuação forte e que não lembra em nada os personagens leves e cômicos que o ator costuma interpretar.

Com um roteiro sem foco, uma direção que parece perdida e um problema sério de ritmo da narrativa; a Direção de Arte, em alguns momentos, surpreende pela beleza e escolhas acertadas, como na cena em que Susan se dá conta de que está morta. Mas no geral a concepção de arte beira o brega, principalmente no limbo da protagonista, com direito a campo dourado de trigo, nuvens branquíssimas em um céu azul anil, rosas desabrochando, uma árvore frondosa no meio de um lindo campo verde... lembrando o chato “Amor Além da Vida”, de 1998.

Com um desenlace fraco para a protagonista (e aqui vai um spoiler!) – parece que ela só não consegue ir para o Céu porque não tinha conseguido dar o seu primeiro beijo – e um desfecho ridículo para o assassino – sua morte foi uma das mais fracas que já vi em filmes de serial killers, o filme decepciona muito.

Esperava muito mais!


por Melissa Lipinski
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Vou ser sincero, esperava mais, mas bem mais, deste filme. Puxa vida é dirigido pelo Peter Jackson, o cara do “Senhor dos Anéis”, que produziu o “Distrito 9”. Ok, ele também dirigiu o “King Kong”, mas vamos lá. Esperava muito mais do filme. Na verdade eu esperava ALGO do filme.

Somente três coisas me agradaram. 1ª: os planos detalhes que tem espalhados pelo filme. Esses planos são de uma riqueza incrível, dando uma sensibilidade às seqüências.

2ª: a atuação do Stanley Tucci. Ele está incrível. Bem diferente de qualquer filme que já vi com ele. Tanto que sentimos uma ojeriza forte para com o personagem George Harvey.

3ª: A apresentação da Vó Lynn (Susan Sarandon). Quando ela apareceu, por volta de 1 hora de filme, achei que tinha recomeçado o filme. A apresentação dela é engraçadíssima. Uma perua tentando lidar com os afazeres domésticos, sempre bebendo um grande copo de whisky.

Gostei dessas três coisas mas elas não ajudaram muito. O roteiro se mostra muito fraco. Os planos detalhes são explorados mas ficam desconcertados com a trama. A parte cômica com a Susan Sarandon não tem nada a ver com o filme. O filme era pra ser pesado, falando sobre a morte da garota aos 14 anos, vítima de um lunático (nem sei como descrevê-lo direito).

Juntando a tudo isso, o filme é muito longo, muito mesmo. Alguns personagens são totalmente sem sentido e outros tem reações desconexas com o que ocorre ao redor. Não gostei nada do limbo ou paraíso em que a menina Susie Salmon (Saoirse Ronan) espera sei lá o que. Encontrando outras garotas que também não fazem sentido e são libertadas "para o Céu" sem motivo nenhum.

E para culminar com a história, o personagem malvado morre velho praticamente por um castigo divino, tropeçando e caindo uma ribanceira.

Por hora é isso. Esse, infelizmente, não recomendo.


por Oscar R. Júnior



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