ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.
Estreia Oficial: 21 de maio de 2009
Estreia no Brasil: 25 de setembro de 2009
IMDb
A violência é assunto constante na cinematografia de Michael Haneke, e neste seu último filme não é diferente, ela está lá presente.
O diretor utiliza-se de uma fotografia em preto-e-branco para contar a história de uma vila alemã às vésperas da Primeira Guerra Mundial, o que dá ainda mais dureza à história. O longa é guiado pela narração em off do antigo professor da vila, que narra os fatos que aconteceram durante a sua juventude no local. E tudo começa quando atos de crueldade (que parecem castigos) começam a assolar alguns moradores da vila, inclusive crianças.
Ninguém sabe quem comete esses atos de violência, e o clima de suspeita impera no vilarejo. Adultos e, inclusive crianças, podem ter cometido tais atos. E Haneke mantém o clima sombrio do começo ao fim do filme.
Mas a violência e a desconfiança servem de pano de fundo para um estudo do comportamento humano. E vai mais além, mostra a estrutura autoritária e patriarcal que tomava conta da sociedade alemã neste período. Como diz o narrador do filme, que os atos ali acontecidos prenunciam o que viria acontecer mais tarde no país inteiro anos depois, podemos concluir que Haneke atribui a esta estrutura social o nascimento do que viria a ser o nazismo. E o que vemos ao longo de toda a trama são jovens que sofrem abusos (sexuais ou psicológicos) e são amarrados em suas camas para não pecarem. Então, não é de se admirar que esses jovens alemães do início do século XX, criados sob uma educação repressora, cheios de sentimentos de desprezo, indiferença e crueldade, anos mais tarde identificassem-se com os conceitos ideológicos que Hitler pregava.
E a marca mais evidente desta analogia feita por Haneke é a tal fita branca do título. As crianças tinham que usar uma fita branca para se lembrar dos pecados que tinham cometido, e só poderiam deixar de usá-la, quando seus pais voltassem a confiar nelas. O que lembra a fita amarela que os nazistas forçavam os judeus usarem para que todos soubessem quem eles eram, para que ficasse claro a diferença social entre eles.
Bom, concordando ou não com o diretor, a verdade é que ele não quer dar respostas, mas sim levantar questionamentos sobre o comportamento humano, e como este pode ser cruel, aliás coisa que Michael Haneke já vem fazendo há muito tempo em seus longas.
Fica a dica!
por Melissa Lipinski
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O diretor utiliza-se de uma fotografia em preto-e-branco para contar a história de uma vila alemã às vésperas da Primeira Guerra Mundial, o que dá ainda mais dureza à história. O longa é guiado pela narração em off do antigo professor da vila, que narra os fatos que aconteceram durante a sua juventude no local. E tudo começa quando atos de crueldade (que parecem castigos) começam a assolar alguns moradores da vila, inclusive crianças.
Ninguém sabe quem comete esses atos de violência, e o clima de suspeita impera no vilarejo. Adultos e, inclusive crianças, podem ter cometido tais atos. E Haneke mantém o clima sombrio do começo ao fim do filme.
Mas a violência e a desconfiança servem de pano de fundo para um estudo do comportamento humano. E vai mais além, mostra a estrutura autoritária e patriarcal que tomava conta da sociedade alemã neste período. Como diz o narrador do filme, que os atos ali acontecidos prenunciam o que viria acontecer mais tarde no país inteiro anos depois, podemos concluir que Haneke atribui a esta estrutura social o nascimento do que viria a ser o nazismo. E o que vemos ao longo de toda a trama são jovens que sofrem abusos (sexuais ou psicológicos) e são amarrados em suas camas para não pecarem. Então, não é de se admirar que esses jovens alemães do início do século XX, criados sob uma educação repressora, cheios de sentimentos de desprezo, indiferença e crueldade, anos mais tarde identificassem-se com os conceitos ideológicos que Hitler pregava.
E a marca mais evidente desta analogia feita por Haneke é a tal fita branca do título. As crianças tinham que usar uma fita branca para se lembrar dos pecados que tinham cometido, e só poderiam deixar de usá-la, quando seus pais voltassem a confiar nelas. O que lembra a fita amarela que os nazistas forçavam os judeus usarem para que todos soubessem quem eles eram, para que ficasse claro a diferença social entre eles.
Bom, concordando ou não com o diretor, a verdade é que ele não quer dar respostas, mas sim levantar questionamentos sobre o comportamento humano, e como este pode ser cruel, aliás coisa que Michael Haneke já vem fazendo há muito tempo em seus longas.
Fica a dica!
por Melissa Lipinski
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Boa parte do filme fiquei perdido sobre quem era quem naquelas várias crianças, quase da mesma idade. Neste filme de Michael Haneke as interações entre pais e filhos é bastante complicada.
É um desses filmes para ficar pensando por horas a fio. Há crimes acontecendo, burburinhos entre os habitantes do vilarejo, investigação do professor que percebe coisas estranhas mas no fim, não há resolução da história, hehe
Não é exatamente o tipo de filme que eu faria, mas é um dos tipos de filme que gosto de assistir: cheio de nuances, nada é exatamente o que aparenta inicialmente.
Destaque para a atuação do pastor (Burghart Klaußner) que está ótimo no filme.
por Oscar R. Júnior
Um comentário:
Vimos ontem e no começo eu tava como o Oscar. Não sabia quem eram as crianças, não sabia quem era de qual família. Só consegui entrar na história mesmo depois que entendi isso. Mas assim que isso aconteceu, passei a gostar bastante do filme, das caracterizações das personagens e da fotografia.
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