Contatos de 4º Grau (The Fourth Kind, 2009)
Fiquei um tempão pensando no que iria escrever sobre esse filme. Porque quando vi o seu trailer, fiquei bastante empolgada, mas, quando saí da sala de cinema, estava bem decepcionada! Daí comecei a pesquisar sobre a sua história na internet, e o que descobri só corroborou com a minha impressão logo que acabei de assisti-lo: esse filme é uma farsa!
O filme diz ser baseado em fatos reais, de acordo com o depoimento da psicóloga Abbey Tyler de que vários de seus pacientes (e ela mesma) teriam sido abduzidos por seres extra-terrestres. Inclusive, partes de vídeos que a própria médica teria feito durante suas consultas são mostrados paralelamente à reconstrução dos fatos. Bom, a verdade é que essa história nunca existiu. Nem mesmo existiu uma psicóloga chamada Abbey Tyler. É tudo ficção.
Não que o fato de tomar como real uma história fictícia seja um ponto negativo. Isso já ocorreu outras vezes na história do Cinema, e o exemplo mais famoso é o de “A Bruxa da Blair”. O que eu acho lamentável é que, neste caso, esse fato enfraquece a história.
Eu realmente não consigo entender essa idéia de que uma história baseada em fatos reais possa impressionar mais do que uma puramente inventada... Aliás, a própria história do Cinema está aí para comprovar isso... Quantos filmes baseados em fatos reais tornaram-se inesquecíveis? E quantos com origem ficcional realizaram esse feito? Não saberia quantificar, mas tenho a certeza de que o número da segunda pergunta é superior. Mas só supondo que histórias reais impressionam mais o público é que se justifica o porquê da insistência de manter a premissa de que essa história é verídica. O que é uma pena, pois caso se assumisse como ficção, o roteiro poderia se sair melhor... bem melhor...
Quem espera aquele típico filme de suspense/ terror, com sustos a cada 5 minutos, vai se decepcionar. Os sustos são poucos e vem das partes tidas como registros do real: as gravações teoricamente feitas pela psicóloga e que flagram o momento em que as pessoas (sob hipnose) lembram do seu contato com os extra-terrestres. Como o espectador assume aquilo como realidade, passa a ser realmente assustador. Mas, uma vez que se assume aquilo como parte de um roteiro ficcional, o impacto perde força.
E não é preciso ser nenhum expert em Cinema para notar que o que se diz ser real, na verdade não o é. A justaposição de câmeras, mostrando o "real" ao mesmo tempo que o encenado, nos afasta do filme, não nos permitindo entrar na história e esquecer do mundo. Pelo contrário, lembra-nos constantemente que estamos diante de um filme e, com isso, permite que nos questionemos sobre a veracidade daquilo que estamos vendo, e assim, a "verdade" assumida pelo filme é desmascarada e afunda.
Outro fator é a psicóloga. A atriz que a interpreta na "vida real" denuncia a farsa logo que pronuncia sua primeira frase (e pesquisando um pouco, descobre-se que é a atriz Charlotte Milchard, pois quando a ouvimos pronunciar seu nome, no início da suposta entrevista que dá ao diretor do filme, já assumimos que seja uma atriz, pois sua entonação e expressão não são de alguém "real". Porém, contraditoriamente (ou não), é sua a melhor interpretação do filme, já que é devido à sua atuação que questionamos se ela é “realmente real”, tamanha é a dor que seus olhos e sua expressão transmitem.
Porém o roteiro é fraco e não sustenta a parte tida com realidade, já que traz como "verdadeiros" personagens bastante caricatos - o policial cético, o psicólogo que não acredita no que se passa, o estudioso que vem para resolver as lacunas das observações da psicóloga... a lista é longa.
Minha dica então? Não perca tempo com o filme, assista ao trailer, que é bem melhor!
por Melissa Lipinski
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É um filme que se propõe a ser real, com cenas reais de depoimentos da própria personagem principal, a Doutora Abbey Tyler e de alguns pacientes. E também é um filme que trata do assunto de contatos com seres extra-terrestres.
Pessoalmente não consegui "entrar" no filme. Acho que quem mais vai gostar desse tipo de filme são pessoas que já lêem, assistem ou estudam atividades alienígenas na terra. Somente 3 ou 4 momentos são de susto e tensão, o restante não, sendo mais descritivo, acompanhando a agonia da personagem principal em busca da verdade.
Coisas que gostei: a atuação da Milla Jovovich.
Coisas que me incomodaram: O tom de pele da Dra Tyler, a cor sépia pro rosa das entrevistas (cor mórbida); e na montagem, quando a tela se divide, as linhas divisórias ficam oscilando de um lado para o outro ou de cima pra baixo, sem motivo algum, na minha opinião, fazendo com que eu saísse da historia e ficasse olhando essas linhas ao invés de olhar a cena em si; e também me incomodou o excessivo uso de montagem dividindo tela entre as cenas “reais” e as cenas “encenadas”, esse tipo de montagem me faz pensar pra que encenaram, se a imagem real é bem mais impactante.
Sempre tento comentar sem ler nada sobre o assunto ou o filme, mas nesse li agora e vejo que as cenas “reais” não são reais. Ou seja, o filme é totalmente ficcional, mas isso não o faz ser melhor ou não, pois eu já não tinha acreditado muito mesmo, hehe.
por Oscar R. Júnior
O filme diz ser baseado em fatos reais, de acordo com o depoimento da psicóloga Abbey Tyler de que vários de seus pacientes (e ela mesma) teriam sido abduzidos por seres extra-terrestres. Inclusive, partes de vídeos que a própria médica teria feito durante suas consultas são mostrados paralelamente à reconstrução dos fatos. Bom, a verdade é que essa história nunca existiu. Nem mesmo existiu uma psicóloga chamada Abbey Tyler. É tudo ficção.
Não que o fato de tomar como real uma história fictícia seja um ponto negativo. Isso já ocorreu outras vezes na história do Cinema, e o exemplo mais famoso é o de “A Bruxa da Blair”. O que eu acho lamentável é que, neste caso, esse fato enfraquece a história.
Eu realmente não consigo entender essa idéia de que uma história baseada em fatos reais possa impressionar mais do que uma puramente inventada... Aliás, a própria história do Cinema está aí para comprovar isso... Quantos filmes baseados em fatos reais tornaram-se inesquecíveis? E quantos com origem ficcional realizaram esse feito? Não saberia quantificar, mas tenho a certeza de que o número da segunda pergunta é superior. Mas só supondo que histórias reais impressionam mais o público é que se justifica o porquê da insistência de manter a premissa de que essa história é verídica. O que é uma pena, pois caso se assumisse como ficção, o roteiro poderia se sair melhor... bem melhor...
Quem espera aquele típico filme de suspense/ terror, com sustos a cada 5 minutos, vai se decepcionar. Os sustos são poucos e vem das partes tidas como registros do real: as gravações teoricamente feitas pela psicóloga e que flagram o momento em que as pessoas (sob hipnose) lembram do seu contato com os extra-terrestres. Como o espectador assume aquilo como realidade, passa a ser realmente assustador. Mas, uma vez que se assume aquilo como parte de um roteiro ficcional, o impacto perde força.
E não é preciso ser nenhum expert em Cinema para notar que o que se diz ser real, na verdade não o é. A justaposição de câmeras, mostrando o "real" ao mesmo tempo que o encenado, nos afasta do filme, não nos permitindo entrar na história e esquecer do mundo. Pelo contrário, lembra-nos constantemente que estamos diante de um filme e, com isso, permite que nos questionemos sobre a veracidade daquilo que estamos vendo, e assim, a "verdade" assumida pelo filme é desmascarada e afunda.
Outro fator é a psicóloga. A atriz que a interpreta na "vida real" denuncia a farsa logo que pronuncia sua primeira frase (e pesquisando um pouco, descobre-se que é a atriz Charlotte Milchard, pois quando a ouvimos pronunciar seu nome, no início da suposta entrevista que dá ao diretor do filme, já assumimos que seja uma atriz, pois sua entonação e expressão não são de alguém "real". Porém, contraditoriamente (ou não), é sua a melhor interpretação do filme, já que é devido à sua atuação que questionamos se ela é “realmente real”, tamanha é a dor que seus olhos e sua expressão transmitem.
Porém o roteiro é fraco e não sustenta a parte tida com realidade, já que traz como "verdadeiros" personagens bastante caricatos - o policial cético, o psicólogo que não acredita no que se passa, o estudioso que vem para resolver as lacunas das observações da psicóloga... a lista é longa.
Minha dica então? Não perca tempo com o filme, assista ao trailer, que é bem melhor!
por Melissa Lipinski
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É um filme que se propõe a ser real, com cenas reais de depoimentos da própria personagem principal, a Doutora Abbey Tyler e de alguns pacientes. E também é um filme que trata do assunto de contatos com seres extra-terrestres.
Pessoalmente não consegui "entrar" no filme. Acho que quem mais vai gostar desse tipo de filme são pessoas que já lêem, assistem ou estudam atividades alienígenas na terra. Somente 3 ou 4 momentos são de susto e tensão, o restante não, sendo mais descritivo, acompanhando a agonia da personagem principal em busca da verdade.
Coisas que gostei: a atuação da Milla Jovovich.
Coisas que me incomodaram: O tom de pele da Dra Tyler, a cor sépia pro rosa das entrevistas (cor mórbida); e na montagem, quando a tela se divide, as linhas divisórias ficam oscilando de um lado para o outro ou de cima pra baixo, sem motivo algum, na minha opinião, fazendo com que eu saísse da historia e ficasse olhando essas linhas ao invés de olhar a cena em si; e também me incomodou o excessivo uso de montagem dividindo tela entre as cenas “reais” e as cenas “encenadas”, esse tipo de montagem me faz pensar pra que encenaram, se a imagem real é bem mais impactante.
Sempre tento comentar sem ler nada sobre o assunto ou o filme, mas nesse li agora e vejo que as cenas “reais” não são reais. Ou seja, o filme é totalmente ficcional, mas isso não o faz ser melhor ou não, pois eu já não tinha acreditado muito mesmo, hehe.
por Oscar R. Júnior
6 comentários:
Como se chama esse gênero de filmes em que uma parte ou todas as filmagens são feitas com câmeras caseiras ou de TV, que nos dão a impressão de fato real?
Ah, e sobre a tentativa de fazer real o filme, não será uma linguagem também que inclui a divulgação?
Tipo, eu acho que muitos dos boatos sobre mortes envolvendo técnicos do filme "O Exorcista" são puramente para vender mais ainda o filme como algo do "demo"... huahuahua
Então, não sei como se "classifica: esse tipo de filmes não, mas o lance desse filme é que ele se assume como real. No cartaz tem: Baseado em Fatos Reais.
No inicio do filme tem a Milla Jovovich olhando para a camera e falando: Olá, eu sou a Milla Jovovich e vou interpretar a doutora Abbey Taylor. Os eventos que seguem são de blablabla.
Puxa, uma coisa é um Bruxa de Blair em que a divulgação toda é feita como se fosse real e tals. Mas o filme não fica forçando a barra. Pega atores estreantes mas os credita.
Nesse Contatos de 4º grau as pessoas "reais" não são creditadas.
Acho que esquecendo isso de tentar ser real, e obviamente melhorando o roteiro, poderia se ter uma boa ficção de ETs.
hehe
abs
Só corrigindo. Em A Bruxa de Blair, por exemplo, os personagens têm os mesmos nomes de seus protagonistas, para dar mais verossimilhança à história.
E não uma enganação como essa... Onde pessoas foram inventadas e são protagonizadas por atores não creditados...
Ah! E acho que a classificação que o Marcello fala é a de pseudo-documentário, não?
Talvez seja "mockumentary" o termo que o Marcello estivesse procurando, descobri isso outro dia, quando pesquisava sobre o 'Distrito 9'.
Sério! Fiquei impressionada com o filme! Talvez por que eu morra de medo de ETs ou talvez por que eu acreditei que as cenas eram reais. Me deu muito medo.... Odeio ver pessoas moribundas com a boca aberta!!!
acredito que a extratégia do filme funcionou mto bem.O q tem gente que acredita que são fatos reais é inimaginável inclusive gente que depois vai ver nos créditos o nome da atriz que faz o papel da doutora na vida real e não acha passa realmente a acreditar q a história é real e leva esse pensamento apra casa e espalha para outras pessoas q tbm acabam acreditando na história deixando o suspense maior ainda. Para mim, a intenção funcionou mesmo sabendo que Charlotte é Abbey Tyler
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