domingo, 17 de janeiro de 2010

Amor Sem Escalas

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Amor Sem Escalas (Up in the Air, 2009)

Estreia Oficial: 5 de setembro de 2009
Estreia no Brasil: 22 de janeiro de 2010
IMDb



A péssima tradução do título, “Amor Sem Escalas”, não transmite o foco principal do filme. É verdade que há romance na trama (mesmo que rapidamente), mas não é sobre isso que se trata este ótimo filme.

O diretor Jason Reitman, assim como já havia feito em seus dois longas anteriores - “Obrigado Por Fumar” e “Juno”, prova que sabe fazer comédia em cima de temas sérios. Desta vez recai sobre a atual crise dos Estados Unidos e o medo de seus trabalhadores de ficarem desempregados.

George Clooney é um executivo especializado em demissões. Seu trabalho consiste em demitir os empregados das empresas que o contratam para esse fim. Assim, ele vive mais voando de um lado para o outro dos EUA do que em sua própria casa, e se sente bem mais à vontade lá em cima (“up in the air”) do que com os pés no chão. E aqui ressalto o ótimo trabalho da Direção de Arte, que é eficiente ao ajudar a construir a personalidade do protagonista ao criar seu apartamento como algo totalmente impessoal (até os hotéis em que o personagem se hospeda durante o filme são mais aconchegantes e pessoais que o seu apartamento), mostrando como ele realmente não ‘perde’ tempo decorando a sua casa, e transformando-a em um local para o qual gosta de voltar – ele realmente não se importa.

Clooney faz mais um papel com seu estilo próprio de humor. Não que ele sempre interprete o mesmo personagem. Mas acredito que ele se dá bem fazendo variações de si mesmo, de sua própria personalidade. Aqui é mais um caso, mas sempre com certa autocrítica embutida, o que confere um charme todo especial aos seus personagens.

Vera Framiga também está muito bem como a ‘versão feminina’ da personagem de Clooney. E Anna Kendrick mostra uma veia de humor bastante interessante, saindo-se surpreendentemente bem, principalmente nos momentos que sua personagem serve como um alívio cômico da narrativa.

Fugindo das soluções óbvias e dos clichês, “Amor Sem Escalas” tem um ótimo roteiro, apoiado no humor inteligente e nas ótimas atuações (como já falei) e ajudado pela edição rápida e que auxilia no desenvolvimento da história. Muito bom, mesmo.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski
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Muito bom filme, atuações incríveis, montagem e trilha sonora perfeitas. Isso junto com uma boa história obviamente.

George Clooney faz o papel principal neste filme com bastante competência. São inúmeros os níveis de leitura propostos pelo filme desde a futilidade de Ryan Bringham que o faz preferir ficar viajando a ficar em casa ou visitar parentes, ao incrível modo como ele operacionaliza o ato de viajar de avião, e passando pelo conflito da nova tecnologia que pode tirá-lo do mercado.

Há também várias partes cômicas no filme, ajudando a contrapor as cenas mais fortes de reação das pessoas demitidas. Este contraponto fortalece o ritmo de todo o filme.

Também destaco a atuação da Vera Farmiga.

Gostei: muito, mas muito mesmo da descrição do personagem principal. A montagem é muito boa mesmo.


por Oscar R. Júnior



Um comentário:

Vitor disse...

Acho o melhor filme q eu vi esse ano e que estão na corrida para os prêmios desse ano. O Oscar destaca a atuação de Vera Farmiga, mas eu tenho minhas ressalvas. É uma boa atuação mas não estou morrendo por ela como todos parecem estar. Anna Kendrick rouba a cena o que achei uma surpresa muito boa!