ATENÇÃO: O texto pode conter citações
sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o
filme ainda, tenha cuidado ou o leia após
assisti-lo.
Sabrina (1954)
Estreia oficial: 22 de setembro de 1954
Estreia oficial: 22 de setembro de 1954
IMDb
"Sabrina" foi o décimo longa dirigido por Billy Wilder em sua fase estadunidense. E, se o cineasta já havia flertado com a comédia romântica em alguns de seus longas anteriores como "A Incrível Suzana", "A Valsa do Imperador" e "A Mundana"; foi com o filme protagonizado por Audrey Hepburn, Humphrey Bogart e William Holden que Wilder chegou ao seu melhor exemplar do gênero.
"Sabrina" foi o décimo longa dirigido por Billy Wilder em sua fase estadunidense. E, se o cineasta já havia flertado com a comédia romântica em alguns de seus longas anteriores como "A Incrível Suzana", "A Valsa do Imperador" e "A Mundana"; foi com o filme protagonizado por Audrey Hepburn, Humphrey Bogart e William Holden que Wilder chegou ao seu melhor exemplar do gênero.
Sabrina Fairchild (Hepburn) é filha do motorista de uma rica família, os Larrabee. Ela sempre nutriu uma paixão não correspondida por um dos irmãos Larrrabee, o mais novo, David (Holden). Depois de passar dois anos estudando culinária em Paris, Sabrina retorna diferente: sofisticada e elegante. Então, imediatamente chama a atenção do mulherengo David, que já está noivo - num casamento que favorecerá os negócios de sua família. É então que o seu irmão mais velho, Linus (Bogart) entra em campo: para evitar que o tal negócio não seja colocado em risco, ele finge interessar-se por Sabrina, fazendo com que ela mesma fique em dúvida sobre qual dos irmãos ama de verdade.
Baseado numa peça teatral, Wilder chamou o seu próprio autor, Samuel A. Taylor, além de Ernest Lehman para ajudarem-no a escrever o roteiro. E a história não passa do velho conto da Cinderela transposto para a alta sociedade estadunidense.
Porém aqui, não é o roteiro quem faz a diferença, já que sabemos de antemão exatamente o que acontecerá àqueles personagens - claro que os bons diálogos colaboram (ainda mais as ácidas falas ditas pelo pai de Sabrina; ou as cínicas tiradas de Linus); mas o 'toque de Midas' desta comédia romântica é o seu afiado elenco e a química estabelecida entre os três protagonistas.
Este foi o segundo longa da atriz belga como protagonista e ela recém havia ganho um Oscar por "A Princesa e o Plebeu" (de 1953). E Audrey Hepburn empresta doçura, fragilidade e insegurança na medida certa à personagem-título. Humphrey Bogart confere a virilidade que lhe era habitual a Linus, em um personagem bastante diferente do que estava acostumado a fazer - até há um ar cínico nos primeiros momentos em que aparece, mas logo notamos que a sua frieza serve de proteção para um homem que se utilizou dessa característica para tomar conta dos negócios da família, abrindo mão de qualquer outro sentimento ou interesse particular. Porém, quando passa a conviver com Sabrina e se descobre apaixonado pela moça, a confusão pela qual ele passa é nítida, ainda que ele relute para tentar escondê-la. Já William Holden (em sua terceira colaboração com Wilder, depois de "Crepúsculo dos Deuses" e "Inferno Nº 17"), é o oposto de Linus: encantador e sedutor desde sua primeira aparição, o carisma do ator é inquestionável, e fica impossível ao espectador não sucumbir aos seus encantos (e entendemos perfeitamente Sabrina), por mais que, tanto ela como nós, saibamos de seus 'deslizes' de personalidade.
Assim, Billy Wilder transforma uma comédia romântica previsível, em um delicioso, fluido e divertido passatempo, coroado com seu estilo único e inconfundível de humor. Destaque também para a bela trilha sonora, cuja principal música "La Vie en Rose" (a canção composta e imortalizada por Édith Piaf) ganha uma versão cantada 'in loco' por Audrey Hepburn. Adorável!
Fica a dica!
por Melissa Lipinski
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