sábado, 29 de outubro de 2011

O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Senhor dos Anéis: A Sociedado do Anel, O (The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring, 2001)

Estreia oficial: 19 de dezembro de 2001
Estreia no Brasil: 1º de janeiro de 2002
IMDb



Lembro-me perfeitamente da emoção que senti quando assisti "A Sociedade do Anel" pela primeira vez. Depois de ter lido os livros duas vezes, era incrível como Peter Jackson tinha conseguido transpor às telas algo praticamente impossível até então. Claro que algumas alterações tiveram que ser feitas para levar às telonas a obra de J. R. R. Tolkien. Mas Jackson soube-se manter fiel ao seu conceito, modificando-a para torná-la mais cinematográfica.

Fazendo uma introdução para contar a história do Um Anel principalmente àqueles que desconhecem a obra de Tolkien (já que ela inexiste no livro), os roteiristas Jackson, Fran Walsh e Philippa Boyens conseguem fazer como que, logo no início, já saibamos da importância e da força que o Anel possui, assim como sua personalidade própria. Essa passagem já estabele o Anel como um dos personagens centrais da narrativa, colocando-o como grande vilão da história e justificando o porquê, ao longo do filme, tantos personagens sentem-se intimidados ou ansiosos por tê-lo em mãos.

Dito isso, já me vem à mente a ótima atuação de Sean Bean como Boromir, que desempenha um dos arcos dramáticos melhores estabelecidos no longa. O conflito que este personagem sente ao saber que tem o Anel por perto é tão comovente quanto revoltante (sinal da boa atuação e da identificação do espectador).

Destaca-se também a atuação do (sempre) excelente Ian McKellen, como Gandalf, que dá sabedoria e equilíbrio ao personagem - ele estabelece-se como um Yoda da Terra Média, que, por mais que aparente cansaço por sua idade avançada, sabe lutar como ninguém, além de uma calma sapiência (e por isso incomodou-me o fato de, diferentemente do livro, aqui ser Frodo, e não o próprio Gandalf, quem desvenda o enigma para entrar em Minas Moira).

Além de Bean e McKellen, gostei muito das caracterizações de Ian Holm como Bilbo Baggins (ou Bolseiro, como preferirem), que cria seu personagem tal e qual no livro (acho que foi a transposição que me pareceu mais perfeita); e Christopher Lee, que compõe um Saruman perverso e temível. Mas não só estes, todo o elenco está muito bem, e se estes chamam a atenção é porque suas histórias estão mais centradas neste primeiro filme.

Tecnicamente, "A Sociedade do Anel" também merece louvor. Desde a fotografia de Andrew Lesnie que confere um tom épico à história; a trilha sonora comovente composta por Howard Shore; os efeitos visuais convincentes; até a excepcional direção de arte, que cria ambientes tão diferentes e detalhistas quanto a imaginação pode permitir, como as pequeninas casas e os coloridos campos do Condado, a reluzente Valfenda (ou Rivendell), os amplos salões das Minas Moira, a altíssima torre de Isengard, a lamacenta Bri, onde fica a estalagem do Pônei Saltitante… Enfim, incrível é pouco para falar sobre o design de produção.

E, coroando tudo, a 'mão' acertada de Peter Jackson, que dá ritmo à narrativa, alternando com sabedoria cenas de maior tensão e ação, com outras de puro deleite e calmaria, ou de maior intensidade dramática. Além de uma incrível cena de batalha logo no início do filme.

Enfim, "A Sociedade do Anel" consegue me emocionar sempre que a revisto como se fosse a primeira vez. E, em todas ela, deixa-me ansiosa para ver a continuação desta comovente aventura de Aragorn, Frodo, Sam, Gandalf, Legolas, Gimli, Merry e Pippin.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski


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