De Volta Para o Futuro III (Back to the Future Part III, 1990)
Estreia oficial: 25 de maio de 1990
Estreia no Brasil: 3 de agosto de 1990
IMDb
Assim como acontecia do primeiro para o segundo filme, esta derradeira parte da trilogia "De Volta Para o Futuro" também tem início exatamente onde o seu antecessor parou.
Reza a lenda que Robert Zemeckis sempre tivera a vontade de dirigir um western, e por isso, ele e Bob Gale resolveram fazer desta segunda continuação da saga de Marty McFly um filme do gênero. Assim, o ritmo deste longa deixa de ser frenético como nos anteriores, e passa a se parecer mais com os dos clássicos do gênero. Clássicos estes, que "De Volta Para o Futuro III" homenageia em pequenos detalhes, como a maneira com que 'Doc' Brown aparece pela primeira vez, o manto marrom que Marty usa em 1855 e o modo como ele arranja para se safar do duelo com 'Mad Dog' Tannen - todos referências à Trilogia dos Dólares, de Sérgio Leone; ou então a própria cidade de Hill Valley que, agora em 1855, abandona um pouco o visual já tão conhecido por nós, espectadores (claro que o imponente prédio com o relógio está lá. Em construção, mas está lá), e lembra um pouco as cidadezinhas de alguns filmes dirigidos por John Ford (eu me lembrei de "Rastros de Ódio" e "No Tempo das Diligências").
Ainda em questão a referências, o longa volta a apostar nas gags que deram certo no primeiro filme, e tornaram-se 'marca registrada' no segundo, como Marty acordando ao lado de sua mãe (ou, agora, uma antepassada dos McFly, Maggie, também interpretada por Lea Thompson - e aproveito o parênteses para dizer que, a meu ver, esse é um pequeno 'furo' do roteiro, já que McFly é o sobrenome do pai de Marty, e não o da sua mãe, que é Lorraine Baines) e falando que teve um pesadelo; uma perseguição que faz com que o vilão da vez, agora 'Mad Dog' Tannen, que obviamente é antepassado de Biff (e interpretado por Thomas F. Wilson), acabe com a cara no esterco; e uma maquete que 'Doc' constrói para explicar como farão a viagem no tempo.
Aliás, muitas pistas do que acontece neste filme são dadas no segundo longa (afinal, foram filmados concomitantemente), como Marty vencendo um jogo de atirar de fliperama em 2015; a menção ao antepassado de Biff no vídeo da entrada de seu prédio no 1985 alternativo; 'Doc' dizer que ia se dedicar a estudar o outro grande enigma do universo - as mulheres; e estes são apenas os mais óbvios.
Bom, como não poderia deixar de ser, assim como nos dois longas anteriores, o elenco está afinadíssimo. E, se Michael J. Fox continua com seu carisma inquestionável. Christopher Lloyd tem mais tempo para desenvolver um outro lado do Dr. Emmett Brown que até então não conhecíamos, que além de apaixonado pela professora Clara Clayton (Mary Steenburgen), também aparece mais introspectivo e contido do que antes.
Robert Zemeckis volta a demonstrar primazia na direção das cenas de ação, estendendo o tempo dramático para que a apreensão e a angústia do espectador se prolonguem por mais tempo, mas sem exagerar demais afim de ficar cansativo.
Finalizando uma história que teve início no segundo filme (ou até mesmo no primeiro), este longa fecha com chave de ouro a trilogia "De Volta Para o Futuro", transformando-a numa das mais (senão a mais) consistentes sagas da história do Cinema. E já é com imensa nostalgia que encerro esse texto. Quem sabe no futuro não volto a mais uma aventura do meu passado (sim, não resisti ao trocadilho…) para reaver os tão queridos Marty McFly e 'Doc' Brown? Enfim, imperdível!
Fica a dica!
por Melissa Lipinski
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