segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, O (The Lord of the Ring: The Return of the King, 2003)

Estreia oficial: 17 de dezembro de 2003
Estreia no Brasil: 25 de dezembro de 2003
IMDb



Peter Jackson fecha com chave de ouro a sua trilogia do Anel, adaptação dos livros homônimos de J. R. R. Tolkien. Este último filme, "O Retorno do Rei", é o mais regular dos três, principalmente no que diz respeito ao ritmo de sua narrativa. E, o principal problema de "As Duas Torres" não volta a se repetir aqui, já que Jackson consegue transitar entre as diferentes linhas narrativas de forma fluida, sem perder o ritmo e aumentando ainda mais a sensação de expectativa e tensão do espectador.

Novamente a equipe técnica se supera e cria uma batalha ainda mais surpreendente do que as vistas nos filmes anteriores. Se a batalha do Abismo de Helm era melhor do que aquela vista no início de "A Sociedade do Anel" durante o prólogo que explicava o surgimento do Um Anel; agora, a guerra travada nos Campos de Pelennor, em Gondor, é ainda superior em escala e em qualidade técnica.

Dirigindo com maestria as cenas de ação, Peter Jackson intercala grandes planos abertos (muitos deles aéreos e que mostram a amplitude daquela batalha) e planos fechados (que mostram os esforços e sofrimento dos seus combatentes), dando bastante vigor a essas cenas, o que aumenta ainda mais a adrenalina do público; e que é coroada pela brilhante trilha musical de Howard Shore.

Mais uma vez superando-se no quesito técnico, a equipe de computação gráfica de "O Senhor dos Anéis" não só gera milhares de combatentes virtuais, como cria criaturas bastante 'reais', como a gigantesca Laracna, os espíritos da Senda dos Mortos e, claro, Gollum, que volta mais convincente do que em "As Duas Torres".

Gollum, inclusive, confirma o que já havia prenunciado no segundo capítulo da trilogia: como o personagem mais complexo e trágico de toda a narrativa. E, inteligentemente, ao mostrar Sméagol (Andy Serkins) antes de ser dominado pelo Anel, Peter Jackson não só consegue humanizá-lo (ou "hobbitizá-lo", não resisiti!), mas também reafirma o grande poder maligno do Anel, o que já vinha se desenhando desde a primeira cena de "A Sociedade do Anel".

Mas, o grande mérito do filme de Jackson, sem dúvida, é não menosprezar o caráter de seus heróis (o que acontecia, em parte, em "As Duas Torres"). E assim, além de emocionantes sequências de ação, o cineasta também encontra tempo para melhor desenvolver seus personagens. Desde a loucura do regente Denethor (John Noble); passando pela dor de Elrond (Hugo Weaving) ao ver sua filha, Arwen (Liv Tyler), renunciar à imortalidade para ficar ao lado do homem que ama; a força que Aragorn (Viggo Mortensen) reencontra assumindo o seu lugar como rei do Homens; a coragem de Eowyn (Miranda Otto); a liderança de Gandalf (Ian McKellen), que finalmente torna-se um mago verdadeiramente poderoso (e tão gentil quanto temível); o conflito interno de Gollum; até chegar aos grandes heróis dessa épica história: os pequeninos hobbits. E, auxiliado pelo excelente trabalho de seu elenco, Jackson consegue mostrar os enormes sacrifícios que Merry (Dominic Monaghan), Pippin (Billy Boyd), Sam (Sean Astin) e Frodo (Elijah Wood) tiveram de fazer para poderem salvar o 'Bem'. Frodo e Sam principalmente, que (até mesmo visualmente) jamais seriam os mesmos.

Enfim, "O Retorno do Rei" fecha a trilogia de forma espetacular, adaptando de forma primorosa a detalhista obra escrita por J. R. R. Tolkien. Já é um clássico do Cinema, e uma das melhors trilogias já realizadas.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski


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