ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.
127 Horas (127 Hours, 2010)
Estreia Oficial: 12 de novembro de 2010
Estreia no Brasil: 18 de fevereiro de 2011
IMDb
"127 Horas", novo filme de Danny Boyle, conta a história, baseada em fatos reais, de Aron Ralston, um aventureiro que, em 2003, ficou preso em uma fenda entre as montanhas rochosas do Canionland, em Utah - EUA, quando uma rocha caiu sobre seu braço direito. A história quase todo mundo já ouviu falar, que o rapaz cortou o próprio braço, depois do tempo descrito no título, para poder sair com vida do local. Mas, mesmo já se sabendo o que acontecerá no filme, ele ainda consegue ser impactante devido à sua construção e fortes imagens.
Ralston é brilhantemente interpretado por James Franco, que confere um ar despreocupado e fanfarrão ao personagem no início do filme mas que, devido ao seu trágico acidente, vai se dando conta do que realmente tem valor na sua vida, transitando entre a lucidez e a vontade de querer sair daquela fenda com vida, e a loucura de estar preso em situações tão precárias (ele teve até que beber sua própria urina para conseguir sobreviver). E Franco consegue transmitir esses estados do personagem com grande competência e sensibilidade.
"127 Horas" é mais um filme de Boyle em que a montagem chama a atenção, assim como em "Quem Quer Ser um Milionário?" (2008), "Extermínio" (2002) e "Trainspotting - Sem Limites" (1996). O montador Jon Harris é muito eficiente, e suas escolhas de edição dão gás a uma narrativa que se passa quase que exclusivamente em uma fenda. E a opção de Danny Boyle em variar de uma câmera narrador onipresente que conta a história, para a 'handycam' do próprio Ralston, em seus momentos de maior desabafo, confere um detalhe importante da trama, unindo-se aos momentos de devaneio ou de recordações do protagonista para conferir agilidade à história.
A movimentação e excitação do início do longa servem de contraponto ideal para quando Aron Ralston fica preso sozinho entre os Canions, tendo apenas sua câmera e sua consciência como companheiras. E as imagens de correria e de cidade grande, assim como o recado deixado pela mãe do protagonista em sua secretária eletrônica que, a princípio não têm muita explicação, vão fazendo sentido no decorrer do filme, e compondo o arco dramático do personagem.
A trilha musical também é muito bonita e bem utilizada, e ajuda a contar a história, seja nos momentos mais agitados, como naqueles mais parados, onde o protagonista tenta manter a sua sanidade mental e física.
Mas o que mais chama a atenção é a tensão que o filme passa, que é incrível. Você fica grudado na cadeira e angustiado a cada segundo logo após a queda do protagonista. Enfim, Danny Boyle acerta de novo, e faz um filme que vale a pena assistir, embora alguns de seus momentos sejam quase 'inassistíveis', de tão agoniantes.
Fica a dica!
por Melissa Lipinski
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Como achar um filme ágil se o personagem principal fica quase que o filme todo com o braço preso numa pedra? Incrível.
Danny Boyle foi muito competente com esse filme. O roteiro é muito bom e a direção foi acertada. Junte a isso uma excepcional atuação de James Franco. O ator consegue tramitar entre o 'bon vivant' que adora esportes radicais, indo até a outra ponta da insanidade que as 127 horas de "cativeiro" traz ao personagem.
O filme é inquietante e posso dizer que ao terminar de assisiti-lo eu me encontrava de pernas bambas com as cenas mais próximas do final do filme.
Recomendo.
por Oscar R. Júnior
2 comentários:
Concordo com tudo!!!! O filme é mesmo excelente!
Então, o filme foi foda mesmo. Quando fiquei sabendo do filme, fiquei pensando em como é que eles iriam conseguir segurar a trama com o cara preso. Nossa, seguraram e muito bem. Abraços...
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