ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.
Ghost Town - Um Espírito Atrás de Mim (Ghost Town, 2008)
Estreia oficial: 19 de setembro de 2008
Estreia no Brasil: lançado diretamente em DVD
IMDb
"Ghost Town" é um daqueles filmes esquecíveis. Uma história bobinha de redenção e auto-conhecimento do protagonista, com aquela irritante mensagem positiva no final. Enfim, mais do mesmo.
O roteiro não foge a essa regra, e traz espíritos presos à Terra por ainda terem assuntos pendentes por aqui. O dentista Pincus (Ricky Gervais), depois de passar por uma experiência de quase morte, começa a ver estes espíritos, que insistem em serem ajudados. Entre eles, está Frank (Greg Kinnear), que pede auxílio para separar sua viúva Gwen (Téa Leoni) de um advogado com quem ela vai se casar. Assim, Pincus e Gwen, que são vizinhos, começam um relacionamento que não vai tardar em passar da amizade para algo mais. Previsível e meloso.
O grande problema do longa é que seus roteiristas (John Kamps e David Koepp, este último também o diretor) tratam-no como uma comédia romântica, seguindo todas as regras do manual do gênero, desperdiçando o que o filme tem de melhor, o humor ácido e irônico de Ricky Gervais.
Sim, o comediante consegue transformar algumas situações clichês em cenas engraçadas, mas o roteiro não o ajuda, e logo a história despenca para o romance água-com-açúcar e forçado entre Pincus e Gwen. Os melhores momentos são aqueles em que os fantasmas tentam convercer o dentista a ajudá-los, ou as cenas que mostram a personalidade grosseira, cínica e anti-social do protagonista. Nelas o filme ganha em humor e qualidade. Mas, quando volta-se para o romance, desperdiça os bons momentos que havia criado, e nem o carisma de Greg Kinnear é suficiente para reverter a situação.
Para piorar, a transformação que o personagem de Gervais sofre é tão descabida e inverossímel que fica difícil embarcar na trama, por mais que seja uma comédia romântica. E, ao final, quando o filme dá o seu último suspiro, e você até pensa que o desfecho vai te surpreender; ele serve apenas para reafirmar a previsibilidade do roteiro.
Enfim, poderia resumir este filme como o desperdício de bons talentos, tanto o de Greg Kinnear como o do cômico Ricky Gervais.
por Melissa Lipinski
Nenhum comentário:
Postar um comentário