sábado, 10 de setembro de 2011

O Noivo da Minha Melhor Amiga

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Noivo da Minha Melhor Amiga, O (Something Borrowed, 2011)

Estreia oficial: 5 de maio de 2011
Estreia no Brasil: 13 de maio de 2011
IMDb



Este "O Noivo da Minha Melhor Amiga" (péssima tradução do título original!) parece mais um disco arranhado. Roda, roda e parece dizer sempre a mesma coisa...

A história? Nem vou me dar ao trabalho de descrevê-la, já que é exatamente igual a qualquer outra comédia romântica que você já tenha visto.

Acho que o que torna bom um exemplar deste tão popular gênero cinematográfico não é a originalidade do seu roteiro, já que hoje em dia isso é praticamente impossível, afinal a fórmula básica já foi lançada há muito tempo lá na terra do Tio Sam. Mas a maneira como essa história tão lugar comum é contada, com algum diferencial; ou ainda o carisma de seus protagonistas. Alguns bons exemplos que me vêm à memória agora são "Harry & Sally - Feitos um Para o Outro" (de 1989), "Sintonia de Amor" (de 1993), e "Como Perder um Homem em 10 Dias" (de 2003).

Este último protagonizado justamente por Kate Hudson, que também estrela este longa. Porém, se no primeiro, Hudson construía uma personagem por quem o espectador conseguia nutrir alguma identificação ou algum tipo de afeição; neste longa consegue apenas dar raiva no espectador, e não pela maldade de sua personagem, mas por ela ser vazia, mal construída.

Mal construída como todos os outros personagens, diga-se de passagem. Desde a protagonista Rachel (Ginnifer Goodwin); passando por sua melhor amiga, Darcy (Hudson); o tal noivo da melhor amiga do título, Dex (Colin Egglesfield); até o amigo Ethan (John Krasinski). Personagens mal construídos a ponto de tornarem-se antipáticos aos olhos do público e o que é pior: mal interpretados. Todos os atores estão sofríveis, e não conseguem soar sequer razoáveis. Não que a culpa seja inteiramente deles, pois com o material que tinham em mãos, acho que nem Marlon Brando, Jack Lemmon, Dustin Hoffman ou Sean Penn daria jeito! John Krasinski é o único que tenta, e às vezes, seus diálogos parecem até terem sido escritos por outra pessoa, já que soam carismáticos e um tanto quanto cínicos dentro de um roteiro repleto de obviedades e equívocos. Krasinski (que tem mais talento do que mostra aqui) é realmente desperdiçado (e a meia estrela aí de cima vai somente para o seu esforço!).

Mas o grande problema do longa é o seu roteiro. Eu diria que a história poderia se resolver em, no máximo, 15 minutos, mas estende-se por inesgotáveis 1 hora e 50 minutos!! O que se vê são apenas repetições da mesma situação.

Para piorar ainda mais, os aspectos técnicos são pobres, com uma edição que por vezes parece mal feita, unindo planos que notadamente não têm continuidade, e ainda não consegue conferir ritmo ao filme.

Mas o que mais me preocupa é a cena que acontece ao final dos créditos e que indica que haverá uma continuação. Será que o público anda tão tapado para comprar essa ideia?!? Prefiro acreditar que não...

Enfim, a versão brasileira conseguiu estragar o que o longa tinha de melhor: seu título. Se o "Something Borrowed" original soa como uma metáfora à tradição estadunidense onde, para se casar, a noiva precisa de "something old, sometinhg blue and somethig borrowed" (algo velho, algo azul e algo emprestado); a versão nacional já escancara a obviedade que está por vir. Bom, talvez seja melhor assim... Dessa forma, quem sabe, várias pessoas evitem assistir a essa sucessão de erros! Pena que não fui uma delas!


por Melissa Lipinski


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