ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.
Larry Crowne - O Amor Está de Volta (Larry Crowne, 2011)
Estreia oficial: 1 de julho de 2011
Estreia no Brasil: 9 de setembro de 2011
IMDb
"Larry Crowne" é um filme sem tempero, digamos assim. Falta aquele 'quê' para se tornar uma experiência, no mínimo, interessante.
Escrito por Tom Hanks e Nia Vardalos, o roteiro fala sobre um cinquentão, o tal Larry Crowne do título (Tom Hanks) que, após ser demitido do seu emprego, decide ir à faculdade para não perder mais nenhuma oportunidade na vida. Lá, acaba caindo na aula de Oratória, ministrada pela professora Mercedes (Julia Roberts), a qual parece estar desiludida não só com a carreira, mas também com a sua vida, já que sustenta um marido preguiçoso, e acaba bebendo mais do que deveria. Os dois, obviamente vão se apaixonar e mudar suas vidas.
Bom, pela premissa já pode-se ter uma ideia do que o filme é: mais do mesmo. E até poderia ter se diferenciado já que contava com bons atores, mas Hanks e Vardalos preferiram gastar a massa cinzenta escrevendo diálogos do que desenvolvendo os personagens. O resultado? Diálogos que até soam interessantes ou engraçados ditos por caricaturas cujos relacionamentos não transmitem veracidade, ou pior: parecem forçados demais.
Nenhum personagem parece ter motivação. Suas ações soam descabidas e desencadeadas apenas pela necessidade do roteiro em relacionar determinados personagens ou resolver certas situações. Em nenhum momento, por exemplo, entendemos porque Larry apaixona-se pela 'mal amada' Mercedes. Ou o porquê de Talia (Gugu Mbatha-Raw), amiga de Larry, resolver comportar-se como sua fada madrinha protetora.
Os personagens mal desenvolvidos enfraquecem até os tais diálogos engraçados que citei, fazendo com que percam a força que poderiam alcançar. Os atores principais até tentam: Tom Hanks faz o tipo boa gente que está tão acostumado; e Julia Roberts até convence como a professora de mal com a vida; mas não o suficiente para elevar o longa da sua condição de mediocridade.
A direção de arte é eficaz, dando um certo charme às locações e figurinos dos atores, com um certo ar retrô. Já com relação à direção de Tom Hanks, é apenas correta, mas nada que chame a atenção (mas também não é ela quem traz problemas ao filme).
Enfim, "Larry Crowne" é dispensável. Uma comédia romântica com uma história rasa e simplista como tantas lançadas por aí. E, se o encontro entre estes dois grandes astros é o que pode chamar a sua atenção para assistir a este longa, aí vai uma dica: vale muito mais a pena ver (ou rever) "Jogos do Poder" (de 2007, dirigido por Mike Nichols), onde além das excelentes atuações desses dois atores, há ainda a do restante do maravilhoso elenco - este sim é um filme 'diferenciado'. Já "Larry Crowne" é engraçadinho, é verdade; mas principalmente, é tolo e extremamente superficial.
por Melissa Lipinski
2 comentários:
Eu também esperava mais do filme, achei ele fraquinho. É bom para assistir numa tarde apenas, só isso.
Eu me decepcionei, esperava algo, no minimo, simpático, mas tudo o que consegui foi rir uma ou duas vezes, e só.
http://cinelupinha.blogspot.com/
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