sexta-feira, 24 de junho de 2011

Esquadrão Classe A

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Esquadrão Classe A (The A-Team, 2010)

Estreia oficial: 11 de junho de 2010
Estreia no Brasil: 11 de junho de 2010
IMDb



"Esquadrão Classe A" é um filme descerebrado, que, a todo momento duvida da inteligência do espectador. Dito isso, vamos em frente.

Baseado na série de TV homônima dos anos 1980, a qual ficou famosa principalmente pelo personagem B.A. (interpretada por Mr. T) e pela sua trilha sonora, o filme conta como o tal esquadrão se conheceu, tornou-se o mais insano grupo de militares especializado em missões impossíveis e, depois de alguns anos, acabou injustamente condenado por roubar as placas de impressão da moeda estadunidense, num plano articulado para colocar a culpa neles. A partir daí, o coronel Hannibal (Liam Neeson), o tenente "Cara-de-Pau" (Bradley Cooper), o piloto "Mad" Murdock (Sharlto Copley) e o brutamontes B.A. Baracus (Quinton 'Rampage' Jackson) armam uma estratégia para limpar seus respectivos nomes.

Mas enfim, a história é o que menos importa no filme, já que a trama é uma sucessão de clichês absurdos. Desde diálogos óbvios e que narram exatamente o que estamos vendo na tela; ou o absurdo do grupo matar sem peso na consciência dezenas de pessoas e deixar justamente vivo o homem responsável por estragar suas vidas e que os persegue ao longo do filme todo (será que o fato de um dos roteiristas, Brian Bloom, ser justamente o protagonista do tal sujeito, Brock Pike, teve alguma coisa a ver com isso?); ou ainda o casal que se ama mas briga o tempo todo... Enfim, a lista vai longe.

Mas não são apenas os clichês que incomodam, mas sim, a capacidade que o filme tem de insultar a nossa inteligência, já que se auto-explica ou referencia o tempo todo.

O longa apenas torna-se menos insuportável devido ao carisma de seus personagens. Bradley Cooper exala o charme de sempre. Liam Neeson (apesar de não estar em seu melhor momento) consegue dar credibilidade e segurança ao coronel. Mas o destaque fica mesmo por conta de sharlton Copley, que transforma seu Murdock na figura mais engraça da e, por alguns momentos, na mais interessante do longa.

Falei "por alguns momentos" pois, o roteiro insiste em transformas os heróis em personagens rasos e superficiais, que não passam de projeções estereotipadas de seres humanos. Dessa forma, jamais sentimo-nos realmente preocupados com relação à sua segurança, já que sabemos, de antemão, que os protagonistas conseguirão superar qualquer obstáculo com facilidade.

E, se em alguns filmes, essa impressão se faz presente, mesmo que inconsciente, por se tratar justamente de seus protagonistas; neste "Esquadrão Classe A" esse fato incomoda justamente por, além de tudo, desrespeitar de maneira escancarada o espectador. Mas já falei isso, né? Estou entrando no espírito do filme e sendo óbvia e reiterativa.

Enfim, mesmo arrancando algumas risadas, "Esquadrão Classe A" é uma experiência totalmente descartável.


por Melissa Lipinski


Um comentário:

Rafael W. disse...

Achei o filme muito bom. Tosco, é verdade, mas bem descontraido. Eu me diverti bastante.

http://cinelupinha.blogspot.com/