ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.
50% (50/50, 2011)
Estreia oficial: 30 de setembro de 2011
Estreia no Brasil: 18 de janeiro de 2012
IMDb
"50%" poderia muito bem cair no lugar comum e se tornar um daqueles filmes melosos sobre câncer. Ainda mais sendo seu protagonista um jovem de 27 anos. Porém, o longa foge das convencões e se torna um drama comovente, com ótimas pitadas de humor (na maioria negro), coroado com uma excelente atuação de Joseph Gordon-Levitt.
Escrito por Will Reiser baseado em sua experiência pessoal com o câncer, o filme mostra como Adam (Gordon-Levitt), um jornalista que trabalha em uma rádio, descobre, surpreendentemente, que possui uma forma rara de câncer na espinha, cujas chances de sobrevivência são os tais 50% do título. A partir de então, ele vai ter que encarar as dificuldades da quimioterapia e todas as suas consequências, enquanto ainda tem que lidar com uma namorada aparentemente insensível (Bryce Dallas Howard), um amigo que tenta levantar sua moral de toda forma possível (Seth Rogen), uma mãe super-protetora (Anjelica Huston), e uma terapeuta inexperiente (Anna Kendrick).
São seus diálogos a mair força do filme, com um humor discreto, irreverente, e por vezes ácido, repletos de referências a outros filmes, como "Harry Potter", "Star Wars", "O Senhor dos Anéis", e outros tantos preferidos dos mais nerds.
E Joseph Gordon-Lewitt empresta carisma e sensibilidade a seu protagonista, transformando-o, além do bom moço (que usualmente interrreta) em um personagem tridimensional, e que poderia muito bem ser um parente, amigo, ou conhecido de qualquer um de nós. E é essa autenticidade que faz com que nos identifiquemos e nos importemos com ele, e, obviamente, com seu futuro. E é aí que o filme se torna bem sucedido.
Claro que há clichês e situações manipuladas para nos emocionarmos. Mas a preocupação de Reiser e do diretor Jonathan Levine com seus personagens consegue dribá-las afim de construir uma trama coesa e que emociona pelo seu ponto principal: o fator humano e suas relações.
São os relacionamentos de Adam com as pessoas que mais ama, e com novos amigos que ditam tanto o tom dramático quanto o cômico de "50%". E, se Anjelica Huston é sempre competente; Anna Kendrick empresta uma estranha doçura à sua terapeuta; e Seth Rogen faz o que sabe fazer melhor: o engraçado cara-de-pau boa gente; são os dois amigos que Adam conhece durante as sessões de quimioterapia, Alan (Philip Baker Hall) e Mitch (Matt Frewer), que roubam as poucas cenas em que parecem, com sua 'maconha medicinal' para aliviar o peso da doença, e sua camaradagem que vai além do tempo que permanecem juntos no hospital. E são esses momentos, delicados e tocantes, que humanizam os personagens e os tornam verossímeis.
Para completar, Jonathan Levine conduz o filme com um bom ritmo, optando por grandes elipses temporais que funcionam, mas sem deixar o espectador perdido quanto à sua cronologia.
Enfim, "50%" pode até não ser uma obra-prima cinematográfica; mas é um daqueles filmes menores, que, até mesmo pela proximidade do seu autor com os fatos, emociona pela franqueza com que trata do assunto. E, assim, arrebata-nos pela sua sinceridade.
Fica a dica!
por Melissa Lipinski
50% (50/50, 2011)
Estreia oficial: 30 de setembro de 2011
Estreia no Brasil: 18 de janeiro de 2012
IMDb
"50%" poderia muito bem cair no lugar comum e se tornar um daqueles filmes melosos sobre câncer. Ainda mais sendo seu protagonista um jovem de 27 anos. Porém, o longa foge das convencões e se torna um drama comovente, com ótimas pitadas de humor (na maioria negro), coroado com uma excelente atuação de Joseph Gordon-Levitt.
Escrito por Will Reiser baseado em sua experiência pessoal com o câncer, o filme mostra como Adam (Gordon-Levitt), um jornalista que trabalha em uma rádio, descobre, surpreendentemente, que possui uma forma rara de câncer na espinha, cujas chances de sobrevivência são os tais 50% do título. A partir de então, ele vai ter que encarar as dificuldades da quimioterapia e todas as suas consequências, enquanto ainda tem que lidar com uma namorada aparentemente insensível (Bryce Dallas Howard), um amigo que tenta levantar sua moral de toda forma possível (Seth Rogen), uma mãe super-protetora (Anjelica Huston), e uma terapeuta inexperiente (Anna Kendrick).
São seus diálogos a mair força do filme, com um humor discreto, irreverente, e por vezes ácido, repletos de referências a outros filmes, como "Harry Potter", "Star Wars", "O Senhor dos Anéis", e outros tantos preferidos dos mais nerds.
E Joseph Gordon-Lewitt empresta carisma e sensibilidade a seu protagonista, transformando-o, além do bom moço (que usualmente interrreta) em um personagem tridimensional, e que poderia muito bem ser um parente, amigo, ou conhecido de qualquer um de nós. E é essa autenticidade que faz com que nos identifiquemos e nos importemos com ele, e, obviamente, com seu futuro. E é aí que o filme se torna bem sucedido.
Claro que há clichês e situações manipuladas para nos emocionarmos. Mas a preocupação de Reiser e do diretor Jonathan Levine com seus personagens consegue dribá-las afim de construir uma trama coesa e que emociona pelo seu ponto principal: o fator humano e suas relações.
São os relacionamentos de Adam com as pessoas que mais ama, e com novos amigos que ditam tanto o tom dramático quanto o cômico de "50%". E, se Anjelica Huston é sempre competente; Anna Kendrick empresta uma estranha doçura à sua terapeuta; e Seth Rogen faz o que sabe fazer melhor: o engraçado cara-de-pau boa gente; são os dois amigos que Adam conhece durante as sessões de quimioterapia, Alan (Philip Baker Hall) e Mitch (Matt Frewer), que roubam as poucas cenas em que parecem, com sua 'maconha medicinal' para aliviar o peso da doença, e sua camaradagem que vai além do tempo que permanecem juntos no hospital. E são esses momentos, delicados e tocantes, que humanizam os personagens e os tornam verossímeis.
Para completar, Jonathan Levine conduz o filme com um bom ritmo, optando por grandes elipses temporais que funcionam, mas sem deixar o espectador perdido quanto à sua cronologia.
Enfim, "50%" pode até não ser uma obra-prima cinematográfica; mas é um daqueles filmes menores, que, até mesmo pela proximidade do seu autor com os fatos, emociona pela franqueza com que trata do assunto. E, assim, arrebata-nos pela sua sinceridade.
Fica a dica!
por Melissa Lipinski
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