quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Enrolados

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Enrolados (Tangled, 2010)

Estreia Oficial: 24 de novembro de 2010
Estreia no Brasil: 7 de janeiro de 2011
IMDb



Já vou começar com um protesto! Por que não chamam dubladores ou atores capacitados para fazer a dublagem de certas animações? Será que o estúdio e distribuidores não notaram ainda que chamar 'celebridades do momento' para emprestarem suas vozes às personagens não funciona? Para que servem então os dubladores e atores especializados no assunto se qualquer um é chamado para tanto? Minha revolta deve-se à pífia dublagem feita por Luciano Huck neste "Enrolados", que, de tão mal feita, chega a estragar o filme; e que já se une a tantas dublagens desprezíveis que testemunhamos com o passar dos anos, como a de Bussunda em "Shrek" (2001), Nair Bello e Hebe Camargo em "Dinossauro" (2000), e Leandro Hassum e Marcius Melhem em "
Meu Malvado Favorito" (2010), só para citar algumas.

Mas enfim, deixando a revolta de lado… "Enrolados" é a 50a. animação lançada nos cinemas pelos estúdios Disney. Uma marca e tanto! E, nada melhor do que voltar ao formato que mais consagrou o estúdio para comemorar esse feito: os filmes de princesa. A Disney já havia recuperado o formato com o mediano "
A Princesa e o Sapo". Mas a fraca Tiana não fazia páreo para as consagradas princesas da Disney. Agora, essa Rapunzel faz jus às suas 'irmãs mais velhas' - Cinderela, Aurora, Ariel, Bela, Mulan e tantas outras - e não decepciona. Ela surge como uma versão moderna das princesas já citadas e, mesmo mantendo a delicadeza das demais, é inteligente, articulada e sabe se defender sozinha. Uma bela personagem.

Mas Rapunzel não é a única personagem bem estruturada de "Enrolados". Claro que os personagens seguem os clichês habituais dos filmes do gênero: a vilã, o herói, os pais carinhosos, o animal engraçadinho, o coadjuvante cômico, os brutamontes… Enfim, todos estão lá, mas com detalhes novos e muito bem articulados.

O 'anti-herói' Flynn Rider acredita ser mais inteligente, mais esperto e mais sedutor do que realmente é. A Mãe Gothel é uma das melhores vilãs que já vi em desenhos da Disney, sua perversidade dissimulada não tem limites, e as frases 'doces' que diz para Rapunzel servem apenas para diminuir ou menosprezar a menina de maneira mascarada; ela realmente é assustadora. O camaleão Pascal faz a vez do animal bonitinho da animação, e encanta com suas caretas e mudanças de cor. Mas é o cavalo Maximus quem rouba as cenas nas quais aparece, com seu mau humor e comportamento humano-canino, ele é o responsável por grande parte da graça do longa. Já os pais de Rapunzel, os reis que pouco aparecem, são protagonistas da cena mais tocante do filme, numa curta representação sem palavras do amor que sentem pela filha desaparecida.

Mas o filme é mesmo sobre Rapunzel e, como falei, ela não decepciona. Seus olhares, suas feições, os meio-sorrisos que a garota dá… Rapunzel é determinada e o que mais quer na vida é sair da torre onde sua 'mãe' a mantém presa por 18 anos, mas quando consegue realizar o seu sonho, a culpa por estar traindo sua 'mãe' a consome, e o turbilhão de emoções por que a garota passa, um misto de culpa e felicidade, é belamente ilustrado nua sequência hilária e comovente.

Aliás, como falei que o filme é sobre Rapunzel, devo dizer que o personagem de Flynn só está ali colocado para que o filme não fique muito "de menina", para que os garotos também possam se identificar com a narrativa. Somente essa é a explicação que vejo para a narração em off desse personagem, já que ela surge totalmente desnecessária.

Pena que a trilha musical de Alan Menken (que já produziu belíssimas trilhas para a Disney) não seja lá muito inspirada, e os números musicais do longa não sejam empolgantes, assim o filme perde o ritmo toda vez que a narrativa pára pros personagens cantarolarem. O que é uma pena.

Para finalizar, o visual do filme é belíssimo. Mesmo sendo uma animação computadorizada, "Enrolados" lembra, em muitos aspectos, as animações tradicionais em 2D do estúdio, como o reino dos pais de Rapunzel. Porém, a qualidade técnica vista neste longa é bem superior àquela vista nas animações computadorizadas anteriores do estúdio, o que se pode comprovar na cena em que uma represa se rompe, e em outra em que várias lanternas luminosas são refletidas em um lago. Realmente belíssimo.

E só não vai um "Fica a dica!", porque Luciano Huck estragou a versão brasileira da animação. O que não é nem tanto culpa do apresentador, mas sim de quem o escalou, achando que ele tinha a competência para desempenhar tal papel. Shame on you!


por Melissa Lipinski

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Vou direto ao assunto.

Gostei: Gostei da técnica de animação da boa e velha Disney. Gostei dos personagens, principalmente da Bruxa. Muito legal.

Não gostei: humm, acho que o roteiro dá umas derrapadas mas nada que comprometa o filme. Também não gostei da Disney só enviar cópias dubladas para o Brasil, puxa vida. Eu gosto de ver filmes legendados, mesmo animação.

O que detestei: a dublagem. Definitivamente a dublagem me incomodou muito. A dubladora que fez o papel feminino de boa. Agora o Luciano Huck fazendo o mocinho, humm, foi de doer. Ele não é nem ator, como colocá-lo para dublar? Ele não consegue imprimir nenhuma emoção. Incômodo constante. Só na parte cantada que não incomodou tanto, ops, não era ele cantando. Ufa…


por Oscar R. Júnior


 

Um comentário:

Tábata Borges disse...

Também detestei a dublagem do Luciano Hulk, logo de começo quando ouço, fico pasmada.
Mas eu vi o filme legendado, juro pra você O_O Como assim a disney só enviou cópias dubladas pro Brasil? E outra, não é aqui que o áudio é modificado?

Mas quando me lembro da voz dele, me lembro da dublagem feita no trailer. Não dá do Luciano Hulk. Estou confusa ._. Se eu almenos lembrasse se vi o desenho na internet, ou no cinema. Tenho quase certeza que foi no cinema... Mas não foi com a dublagem do Luciano Hulk, disso eu tenho certeza absoluta!