terça-feira, 12 de julho de 2011

Harry Potter e o Cálice de Fogo

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Harry Potter e o Cálice de Fogo (Harry Potter and the Goblet of Fire, 2005)

Estreia oficial: 16 de novembro de 2005
Estreia no Brasil: 25 de novembro de 2005
IMDb



Este quarto filme da série "Harry Potter" ganha um novo olhar sob a direção de Mike Newell, ainda que mantenha o clima sombrio iniciado no terceiro episódio.

A fotografia também muda, já que o fotógrafo Roger Pratt parece trabalhar em consonância com o clima melancólico do roteiro de Steve Kloves, mantendo o céu sempre nublado e cores acinzentadas que dominam as cenas.

E, se em "O Prisioneiro de Azkaban" o roteiro permitia-se parar um pouco sua narrativa para a construção (e aprofundamento) dos personagens, isso não acontece aqui, já que todas as cenas trazem informações importantíssimas para o andamento da história. Não há uma pausa, um respiro para que o espectador consiga processar o que está se passando. E se isso dá um ritmo acelerado e confere um tom de urgência à trama, sacrifica um pouco seus personagens e alguns momentos que poderiam ser mostrados para incrementar a história.

E, se alguns personagens perderam espaço, outros, ao contrário ganham mais peso. Como é o caso de Dumbledore (o ótimo Michael Gambon), que se faz mais presente. E, como já conhecemos um pouco do personagem, Gambon pode investir em detalhes da sua interpretação.

Como já de praxe, os coadjuvantes (ótimos atores britânicos) roubam a cena. Entre as caras novas, destacam-se Brendan Gleeson, como Olho-Tonto Moody; e Ralph Fiennes, que mesmo irreconhecível como Voldemort, consegue transmitir a maldade sem limites de seu personagem. Destaco, também, o excelente Alan Rickman, que consegue impressionar a cada olhar ou gesto de seu interessantíssimo Snape.

Já o trio principal mostra que conseguiu transpor com cautela e maturidade a transição da fase infantil para a adolescente de seus personagens. Daniel Radcliffe (Harry) e Rupert Grint (Ron) mostram uma química admirável e sua amizade sempre soa verdadeira, mesmo nos momentos mais turbulentos. Já Emma Watson, pela primeira vez, aparenta ser o elo mais fraco desse triângulo, fazendo com que os outros dois se sobressaiam.

Com efeitos especiais que se superam a cada novo filme (em especial os vistos no início, durante a Copa Mundial de Quadribol, que são espetaculares), "Harry Potter e o Cálice de Fogo" é mais uma ótima adaptação dos livros de J.K. Rowling, embora, em alguns momentos, pareça mais preocupado com o andamento da história do que com seus próprios personagens. Mas, no geral, um ótimo filme.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski


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