ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.
Nosso Lar (2010)
Estreia Oficial | no Brasil: 3 de setembro de 2010
IMDb
"Nosso Lar" é a adaptação cinematográfica dos livros escritos pelo espírito André Luiz e psicografados pelo médium Chico Xavier. Antes de mais nada quero dizer que não sigo a fé espírita, mas respeito-a, assim como respeito todas as outras fés e religiões. E, antes que alguém me acuse de ir contra qualquer uma, digo que esta é uma crítica à obra cinematográfica, e jamais à qualquer fé/religião.
"Nosso Lar" é dirigido e escrito por Wagner de Assis, cujo longa anterior, "A Cartomante" é um dos piores filmes a que já assisti na vida; e que também é responsável pelo roteiro de 'pérolas' do cinema nacional, como "Xuxa Requebra", "Xuxa Popstar" e "Xuxa e os Duendes" 1 e 2... Bom, daí já pode-se tirar alguma conclusão de como 'gostei' desse seu novo trabalho.
O filme tem um roteiro fraco, mal estruturado, didático ao extremo. Há uma narração em off totalmente desnecessária e repetitiva, que só serve para explicar o que nós, espectadores, já estamos vendo na tela, ou seja, pra quê? Sem contar os furos e contradições que aparecem aos montes. Os personagens são mal construídos e só entram em cena para explicar alguma coisa... E eles explicam o tempo inteiro! E isso torna o filme lento demais. Mas afinal quem são aqueles espíritos? E quem é o protagonista? Ao final do filme apenas sabemos que ele foi um médico, pai de família, que cometeu alguns excessos durante sua vida terrena e que, agora em sua vida após a morte, busca um crescimento espiritual... Mas quem é realmente esse personagem? Nunca saberemos...
Ainda que tenha poucas cenas elegantes, como a passagem de tempo que mostra o protagonista, em um bar, envelhecendo, a grande maioria das cenas é dirigida de forma burocrática e previsível, e que em nada chamam a atenção. Ou seja, o filme é chato e cansativo.
Há ainda o grande problema das produções nacionais: o elenco. Aqui, em especial, é fraquíssimo. Dá até pra dizer que Othon Bastos e Paulo Goulart destacam-se por não estarem tão ruins. Pode até parecer maldade da minha parte, mas com diálogos tão esquemáticos, artificiais e que soam como sermões, não teria como ser diferente.
Fora que o longa não usa a doutrina espírita como pano de fundo para contar uma história, mas sim, faz uso do aparato cinematográfico a fim de disseminar a fé espírita. Digo mais: é falso moralista, pois, por mais que aparente respeitar todas as religiões (já que em uma das salas da cidade Nosso Lar vê-se símbolos de várias religiões, e as vítimas do Holocausto também chegam à cidade depois de mortas), em nenhum momento mostra-se respeitoso a essas demais crenças, já que só a forma de vida após a morte disseminada pelo Espiritismo parece ser a correta e valer para todos - inclusive aqueles que seguem outras religiões. Como se fosse uma verdade universal! Mas isso não seria tentar disseminar a sua ideologia? Em "Amor Além da Vida" (1998), por exemplo, por mais que a doutrina espírita esteja presente, não há o tom de sermão como em "Nosso Lar", e olha que nem gosto desse filme, mas tenho que confessar que os conceitos espíritas são, indubitavelmente, melhores empregados do que no filme tupiniquim - pelo menos, cinematograficamente falando.
Finalmente, é a produção mais cara do cinema nacional - dinheiro claramente aplicado na construção dos cenários - que em alguns planos funcionam muito bem e até soam bem reais, mas em outros, principalmente internos, deixam a desejar. Particularmente não gostei do design da produção, tudo parece muito caricato. Destaco a parte que se passa no Umbral (um tipo de purgatório), que, por mais que não se utilize dos cenários virtuais construídos para a cidade espírita, funciona muito melhor, estética e dramaticamente.
Caricata, e também óbvia, é a trilha sonora - parte do orçamento milionário (20 milhões de reais) foi para contratar o compositor Philip Glass, que não acertou a mão. A fotografia (do também importado Ueli Steiger - fotógrafo suíço) também incomoda, sempre com uma névoa ao redor das imagens.
Enfim, talvez a produção tenha méritos por ser o primeiro filme nacional a investir tanto em sua parte técnica, com os cenários virtuais e contratação de pessoal especializado fora do país. Mas novamente pergunto: pra quê? Pra dar suporte a um roteiro fraco e burocrático? Não teria sido melhor investir um pouco então na contratação de um bom roteirista?
por Melissa Lipinski
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Filme sensação do momento. Recorde de público. Grande elenco. E só.
O roteiro, assim como o filme, é fraco. Não chega a ser ruim mas é meio “tolo”. Sem profundidade, muito explicativo e com situações mal amarradas. Junte a isto um conjunto de personagens unidimensionais e mal construídos.
Tá, eu não sou espírita mas tentei ver o filme como filme. E como filme ele é fraco e chato. Alguns planos foram bem construídos e tals, mas o gráfico da cidade é grandioso. Bastante interessante mas ainda está longe das grandes produções.
Sobre a história em si. Como esse “lugar” é burocrático né. Tudo departamentalizado mesmo sendo num plano superior. E parece não haver corrupção mas eu vi. Quando a mulher que é sobrinha do Lísias (Fernando Alves Pinto) chega no “Nosso Lar” ela vai para a recuperação mas logo vai pra casa dos parentes. Mesmo não estando recuperada dos “mal” terrenos tanto que tenta fugir para voltar. Já o personagem principal ,André Luiz, (Renato Prieto) teve que ficar em recuperação no “hospital” até aceitar essa nova condição dele.
Fico por aqui.
por Oscar R. Júnior
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