ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.
Desinformante, O (The Informant!, 2009)
Estreia Oficial: 18 de setembro de 2009
Estreia no Brasil: 16 de outubro de 2009
IMDb
Já comecei confusa neste filme de Steven Soderbergh. Logo nos créditos iniciais o diretor aposta em uma estética dos anos 1970 para compor as fontes e suas cores, porém, logo que a história começa, vemos que esta se passa nos anos 1990. Há uma dessincronia de décadas aí. Porém, embora possa gerar essa confusão de anos, a estética também gera um tom de farsa e, embora a história seja baseada em fatos reais, fica claro que Steven Soderbergh não ficará restrito aos acontecimentos reais, mas sim criará uma história mais farsesca com base neles.
É um filme de espionagem industrial (bom, na verdade não é bem isso, mas se falar mais, estragaria o principal da trama), mas que apoia-se na comédia para aproximar o seu protagonista, interpretado por Matt Damon, do público. Porém, o resultado não sai como o esperado, pois o personagem de Damon não é carismático o suficiente para que o espectador comece a torcer por ele - o que aqui se tornaria indispensável, já que, aos poucos, vamos descobrindo que ele não é bem o "bom" moço que aparentava ser no início do filme. Assim, não há uma ligação forte entre personagem e público, e daí o filme falha horrivelmente.
Junto a isso, um começo truncado e confuso da história, que simplesmente não flui. Só fui começar a me achar lá pelos 40 minutos de exibição. Outra falha de Soderbergh.
Mas temos Matt Damon. Um ator sempre competente que, poderia dizer, é o que consegue salvar a produção de um desastre maior. Damon consegue imprimir ao seu personagem, Mark Whitacre, uma complexidade incrível, e não conseguimos nunca estabelecer com precisão quem ele realmente é, ou o que realmente pretende. Confuso? Sim, é um personagem confuso, mas que transmite ao espectador principalmente a sua ingenuidade.
Porém, a construção dos demais personagens soa caricata e bem menos plausível. Difícil demais acreditar que agentes do FBI acreditariam nas histórias que Whitacre conta por (pasmem!) 5 anos. Ou que seus chefes o manteriam na empresa mesmo com a grande confusão que estava se armando... O quão real são essas histórias e personagens não sei dizer... mas para mim não soam nada realistas, muito pelo contrário, são bastante falsas e unidimensionais.
Isso sem falar na duração do filme, longo demais!
por Melissa Lipinski
------------------------
Quando vi pela primeira vez o cartaz de “O Desinformante” achei que fosse uma comédia escrachada, com cenas do Matt Damon tentando ajudar e só atrapalhando.
O filme não é bem assim. É baseado em fatos reais. Não é comédia escrachada. Mas você pode rir bastante da maquiagem e cabelo do Matt Damon, se quiser.
Mesmo assim achei interessante o filme. No início, é complicado de se entender o que está acontecendo. Linguajar técnico sobre produtos e subprodutos de milho. Tramas e mais tramas sobre executivos de empresas. Reviravoltas nas investigações que são geradas por mudança de informação do Mark Whitacre (Matt Damon). Agora, junte a essa complexidade de informações um ritmo fraco. Sim, o ritmo do filme é lento, mas é lento sem propósito para isto, pois se o mesmo fosse mais ágil, seria muito melhor.
Destaco aqui a linguagem corporal do Matt Damon, nisso está ótimo. Os diálogos dele e a atuação do resto do elenco está mediano. Sem nada que ganhe a atenção.
A direção de arte é boa, com a decoração das casas, as vestimentas e cabelos dos anos 70. Junto com o grafismo e trilha sonora do filme, tudo dos anos 70. Mas tem um problema: o filme se passa nos anos 90. Começa em 1992. Ou seja, está tudo errado nesse embasamento que me parece ser totalmente pró-forma (assim fica mais bonitinho) do que para colaborar com o filme.
Por hora é isso.
por Oscar R. Júnior
Estreia Oficial: 18 de setembro de 2009
Estreia no Brasil: 16 de outubro de 2009
IMDb
Já comecei confusa neste filme de Steven Soderbergh. Logo nos créditos iniciais o diretor aposta em uma estética dos anos 1970 para compor as fontes e suas cores, porém, logo que a história começa, vemos que esta se passa nos anos 1990. Há uma dessincronia de décadas aí. Porém, embora possa gerar essa confusão de anos, a estética também gera um tom de farsa e, embora a história seja baseada em fatos reais, fica claro que Steven Soderbergh não ficará restrito aos acontecimentos reais, mas sim criará uma história mais farsesca com base neles.
É um filme de espionagem industrial (bom, na verdade não é bem isso, mas se falar mais, estragaria o principal da trama), mas que apoia-se na comédia para aproximar o seu protagonista, interpretado por Matt Damon, do público. Porém, o resultado não sai como o esperado, pois o personagem de Damon não é carismático o suficiente para que o espectador comece a torcer por ele - o que aqui se tornaria indispensável, já que, aos poucos, vamos descobrindo que ele não é bem o "bom" moço que aparentava ser no início do filme. Assim, não há uma ligação forte entre personagem e público, e daí o filme falha horrivelmente.
Junto a isso, um começo truncado e confuso da história, que simplesmente não flui. Só fui começar a me achar lá pelos 40 minutos de exibição. Outra falha de Soderbergh.
Mas temos Matt Damon. Um ator sempre competente que, poderia dizer, é o que consegue salvar a produção de um desastre maior. Damon consegue imprimir ao seu personagem, Mark Whitacre, uma complexidade incrível, e não conseguimos nunca estabelecer com precisão quem ele realmente é, ou o que realmente pretende. Confuso? Sim, é um personagem confuso, mas que transmite ao espectador principalmente a sua ingenuidade.
Porém, a construção dos demais personagens soa caricata e bem menos plausível. Difícil demais acreditar que agentes do FBI acreditariam nas histórias que Whitacre conta por (pasmem!) 5 anos. Ou que seus chefes o manteriam na empresa mesmo com a grande confusão que estava se armando... O quão real são essas histórias e personagens não sei dizer... mas para mim não soam nada realistas, muito pelo contrário, são bastante falsas e unidimensionais.
Isso sem falar na duração do filme, longo demais!
por Melissa Lipinski
------------------------
Quando vi pela primeira vez o cartaz de “O Desinformante” achei que fosse uma comédia escrachada, com cenas do Matt Damon tentando ajudar e só atrapalhando.
O filme não é bem assim. É baseado em fatos reais. Não é comédia escrachada. Mas você pode rir bastante da maquiagem e cabelo do Matt Damon, se quiser.
Mesmo assim achei interessante o filme. No início, é complicado de se entender o que está acontecendo. Linguajar técnico sobre produtos e subprodutos de milho. Tramas e mais tramas sobre executivos de empresas. Reviravoltas nas investigações que são geradas por mudança de informação do Mark Whitacre (Matt Damon). Agora, junte a essa complexidade de informações um ritmo fraco. Sim, o ritmo do filme é lento, mas é lento sem propósito para isto, pois se o mesmo fosse mais ágil, seria muito melhor.
Destaco aqui a linguagem corporal do Matt Damon, nisso está ótimo. Os diálogos dele e a atuação do resto do elenco está mediano. Sem nada que ganhe a atenção.
A direção de arte é boa, com a decoração das casas, as vestimentas e cabelos dos anos 70. Junto com o grafismo e trilha sonora do filme, tudo dos anos 70. Mas tem um problema: o filme se passa nos anos 90. Começa em 1992. Ou seja, está tudo errado nesse embasamento que me parece ser totalmente pró-forma (assim fica mais bonitinho) do que para colaborar com o filme.
Por hora é isso.
por Oscar R. Júnior
Nenhum comentário:
Postar um comentário