sexta-feira, 7 de maio de 2010

A Estrada

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.


Estrada, A (The Road, 2009)

Estreia Oficial: 02 de dezembro de 2009
Estreia no Brasil: 23 de abril de 2010
IMDb



“A Estrada” não é um filme fácil... Tem uma temática bastante interessante e densa e um ritmo mais lento, o que já o torna mais difícil para alguns. Mas também se torna difícil de assisti-lo depois de certo tempo, devido a um protagonista aborrecido, que chega a cansar o espectador.

Viggo Mortensen, que é um ator que venho admirando desde “O Senhor dos Anéis”, mas principalmente por seu trabalho em “Senhores do Crime”, está excelente. Ele realmente se entrega aos personagens que faz, e aqui, como o Homem, o vemos magérrimo, sôfrego, debilitado, valente, e com uma ternura impressionante em relação ao seu filho. Realmente ele é o nome do filme.

Bom, pra quem não sabe nada sobre esse filme, a história é basicamente sobre um pai (Mortensen) e seu filho (Kodi Smit-McPhee) tentando sobreviver em um mundo pós-apocalipse, onde a natureza foi completamente destruída e restam alguns poucos seres humanos vagando pelo mundo. Para piorar o que já era ruim, vários humanos tornaram-se canibais na sua luta pela sobrevivência.

Como falei, é Mortensen quem leva o filme nas costas, um homem que tenta ensinar ao filho que, mesmo frente a toda destruição, não se deve deixar sua humanidade de lado. E o amor que ele nutre pelo filho é comovente, e mostrado com delicadeza pelo diretor John Hillcoat logo num dos primeiros planos do filme. Nunca achei que conseguisse ver um pai colocando a arma na cabeça de um filho para matá-lo como um ato de amor... Viggo Mortensen consegue isso...

A participação de Charlize Theron também é muito boa. Mas é a pequena ponta de Robert Duvall (que está irreconhecível) que vale a pena. Numa cena tocante e forte ele mostra todo o seu talento.

Outro ponto positivo é a composição arte-fotografia. Trabalhando com uma paleta de cores dessaturada, já que toda a cor do mundo morreu junto com a natureza, o que se vê são paisagens repletas de árvores cinza, num mundo cinza, contra um céu cinza... ou seja, cinza!

A trilha sonora é muito bem construída, num misto de barulhos da natureza morte, músicas muito bem colocadas e períodos de silêncio angustiantes.

O roteiro também vale menção, já que trata de assuntos bastante delicados de uma forma suave. Como manter a sua dignidade, sua força, sua humanidade, em um mundo onde a grande maioria daqueles homens que sobreviveram perderam esses traços? Como criar um filho neste ambiente inóspito? Será que tudo isso vale a pena? Não seria melhor (ou mais fácil) também passar a viver como os demais, como canibal ou simplesmente acabar logo com o sofrimento e se matar? São questões que não só o Homem tenta passar para o seu filho, mas o filme tenta nos alertar.

E já que falei sobre o Filho, está aí o grande problema do filme. O personagem de Smit-McPhee surge como um garoto que já viu toda e qualquer brutalidade e sofrimento que se possa imaginar, visto que já nasceu num mundo arrasado, mas mesmo assim – e é o que eu não consigo entender – age como se tudo aquilo ainda o apavorasse. Alguns podem falar – “mas ele é só uma criança”. Sim, mas a realidade está aí, mostrando-nos que crianças quando enfrentam esse nível de estresse e barbaridades, amadurecem mais rápido. Então como ele, que desde que nasceu vê tudo aquilo, porta-se de maneira infantilizada (já que tem 9 anos, e não 5!) como acontece ao longo de todo o filme? Chega a ser irritante a maneira como grita a toda situação mais estressante que passa ao lado de seu pai. Realmente pra mim, é o que torna o filme mais fraco.

Claro que não poderia esquecer de mencionar um dos pontos que mais gostei: nunca é dito o porquê do mundo estar naquela situação de destruição. O que nos leva a pensar: até onde a humanidade foi capaz de chegar... ou ainda chegará...


por Melissa Lipinski
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Filme catástrofe. O mundo está destruído, o caos reina. O Pai (Viggo Mortensen) numa magreza incrível. Uma participação do Robert Duvall muito boa também.

Gostei do fato de não ficarem explicando o que ocorreu exatamente com o planeta. Não precisa para a história. O mundo tá um caos e pronto. Sobreviva a isso.

Agora o que foi complicado foi o garoto (Kodi Smit-McPhee) que sempre viveu nesse mundo, devido a sua pouca idade, e não ter a mínima chance de sobreviver nesse mundo. Muito dependente do pai, sem instinto de sobrevivência que seria inerente a pessoas que sempre viveram nesse caos.

E quanto ao final achei meio fraco. Aqueles que a gente olha e pensa: porque não apareceram antes então? Esperaram ficar mais perto do fim do filme pra segurar a galera no cinema?

Fico por aqui.


por Oscar R. Júnior


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