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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cowboys & Aliens

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Cowboys & Aliens (2011)

Estreia oficial: 29 de julho de 2011
Estreia no Brasil: 9 de setembro de 2011
IMDb



A ideia era boa: alienígenas em pleno Western. Confesso que não conhecia os quadrinhos de Scott Mitchell Rosenberg, mas quando vi o trailer deste novo filme de Jon Favreau, achei que daria um longa interessante, até pelo trabalho que o diretor havia feito nos dois longas do "Homem de Ferro" (2008 e 2010). Bom, resultado interessante sim, não se pode negar. Mas longe de ser um filme realmente bom.

Roteirizado por 5 pessoas (muitas cabeças pensantes com ideias distintas sobre um mesmo tema quase nunca resulta em boa coisa), o início do filme atrai a atenção, ao mostrar o cowboy Jake Lonergan (Daniel Craig) acordando no meio do deserto, com amnésia e portando um estranho bracelete de metal. Chegando a um pequeno vilarejo chamado Absolution (um nome interessante, que pode ser traduzido como 'perdão' ou 'absolvição', já que é a partir dali que o herói encontrará sua própria redenção), Lonergan acaba indo parar na prisão, e só consegue se safar porque os tais aliens atacam o lugar, abduzindo parte de seus habitantes.

Até aí, o filme funciona bem, apresentando os principais personagens de forma interessante: o 'dono' da cidade, grande fazendeiro local, Dolarhyde (Harrison Ford), seu filho encrenqueiro Percy (Paul Dano) e seu guarda-costas Nat Colorado (Adam Beach); o chefe do bar, Doc (Sam Rockwell) e sua esposa Maria (Ana de la Reguera); o xerife Taggart (Keith Carradine) e seu neto Emmett (Noah Ringer); e a enigmática Ella (Olivia Wilde).

Porém, após nos familiarizarmos com os personagens, e depois da ideia de ver aliens em meio a cowboys já estar absorvida, o que sobra é um roteiro com sérios problemas. Problemas narrativos, já que é preciso recorrer a flashbacks para se entender a história. Gravíssimos problemas de elipse temporal e geográfica: em um plano vemos Jake afugentar Ella durante sua busca pelos alienígenas, e no plano seguinte, Ella já se junta ao grupo liderado por Dolarhyde que está saindo da cidade - detalhe é que se subentende que Jake já havia saído em sua busca um bom tempo antes, portanto já deveria estar um pouco longe da cidadezinha. Ou então, na cena que antecede a batalha com os aliens, Jake se afasta de seu grupo para recrutar mais homens - de seu antigo bando, com quem cruzaram pelo caminho - o porém aqui, é que, aparentemente, esse antigo bando já havia sido deixado para trás há certo tempo e, quando Jake parte, parece encontrá-los 'logo ali na esquina' (ou depois da próxima montanha, como queiram!). Assim, ficamos totalmente perdidos quanto ao tempo em que se passa a história. Outro fator que contribui para isso é que, em sua jornada, o grupo que está à caça dos aliens parece passar por mais noites do que dias… Enfim, uma confusão temporal!

Há ainda problemas na elaboração dos personagens, já que, de uma hora para a outra, certa personagem parece saber tudo a respeito dos tais alienígenas, sendo que até aquele momento, nada havia dito neste sentido. Ou então a coincidência de conflitos entre o garotinho Emmett e o inseguro Doc, que parecem ter o mesmo problema de falta de autoestima, resolvida com a empunhadura de uma arma (seja de fogo ou uma faca). Isso sem contar o número de integrantes do grupo liderado por Dolarhyde, que, em determinado momento, parece, inexplicavelmente, duplicar de tamanho. Ou então os aliens, que parecem ser indestrutíveis em alguns momentos, e extremamente frágeis em outros; ou quando um personagem diz que eles não enxergam bem na luz do dia, apenas para este fato ser totalmente esquecido e vermos os aliens correndo aparentemente sem nenhum problema de visão - em plena luz do Sol! Enfim, o roteiro usa e 'desusa' informações quando lhe convém.

Porém, não só de problemas constitui-se "Cowboys & Aliens" e, assim como nos dois "Homem de Ferro", Jon Favreau dirige-o com determinação e seriedade, criando boas cenas de tensão e eficientes sequências de ação. Os bons efeitos visuais são outra qualidade; além da criativa direção de arte, que concebe cenários convincentes: seja a cidadezinha Absolution, o barco virado onde os heróis se abrigam por uma noite, ou a nave extratora alienígena.

Mas o que faz o longa salvar-se de ser um desastre total é mesmo o seu elenco. E, se o roteiro não tem o cuidado de conceber seus personagens adequadamente, é, de certa forma, compensado pela cuidadosa concepção que os atores fazem deles. E nota-se um bom ator quando este se utiliza de pequenos gestos (que muitas vezes passam desapercebidos aos olhos do público) para compor seu personagem, como Sam Rockwell faz com seu Doc - basta notar a forma desajeitada com que ele empunha uma arma ou segura as rédeas de seu cavalo. E, se Harrison Ford dá densidade ao seu Dolarhyde, conferindo uma dureza que vai se atenuando aos poucos (mas sem nunca deixar de existir) - e se o personagem não se define com relação à sua índole, é mais culpa do roteiro do que do próprio ator; Daniel Craig acerta em cheio ao compor Jake Lonergan com o jeito taciturno e a virilidade que lhe é habitual. Infelizmente, Olivia Wilde nada pode fazer, já que sua personagem surge apenas para se ter uma mulher na história, e é tratada mais como objeto e interesse romântico do protagonista do que uma personagem de verdade.

Enfim, "Cowboys & Aliens" é o desperdício de uma boa premissa, um bom elenco e um promissor diretor. Prova incontestável de que, sem um bom roteiro, não se faz um bom filme, independentemente do orçamento existente.


por Melissa Lipinski


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Homem de Ferro 2

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.


Homem de Ferro 2 (Iron Man 2, 2010)

Estreia oficial: 26 de abril de 2010
Estreia no Brasil: 30 de abril de 2010
IMDb



Novamente, a alma de "Homem de Ferro 2" (assim como no primeiro longa) é Robert Downey Jr., que encarna o milionário Tony Stark na medida certa entre a comédia e ação, a infantilidade e o narcisismo exacerbado, a genialidade e o egoísmo.

Porém, apenas sua presença não consegue segurar o roteiro, que peca principalmente nos momentos em que tenta colocar um peso dramático sobre o personagem. Já quando descamba pro lado irônico e engraçado, o roteiro se sai muito melhor.

Além de Downey Jr., Mickey Rourke também está bem no papel do vilão Ivan Vanko. Mas é Sam Rockwell quem rouba a cena do vilão, interpretando um personagem tão infantil e egocêntrico quanto Tony Stark, sendo um oponente à sua altura. Por outro lado, Gwyneth Paltrow não consegue desenvolver sua Pepper Potts como no longa original, já que o roteiro a coloca para escanteio; e Scarlett Johansson limita-se a desfilar sua beleza e algumas coreografias de luta na tela.

Mas são as sequências de ação que merecem destaque. O diretor Jon Favreau consegue imprimir-lhes um bom ritmo. A cena que se passa em Mônaco, particularmente, e revela o vilão vivido por Rourke é bastante emocionante. Ainda assim, sinto que o filme se estende demais, já que o roteiro, por vezes, parece apenas querer 'encher linguiça'. E, embora as lutas sejam bem coreografadas e dirigidas, confesso que fiquei decepcionada com a rapidez do confronto final.

Enfim, embora não seja tão divertida, tão eficiente e tão charmosa quanto o longa original, essa sequência ainda mantém viva a franquia do Homem de Ferro. (Ainda não foi anunciado um terceiro longa, mas Robert Downey Jr., assim com Scarlett Johansson e Samuel L. Jackson, estarão de volta em "Os Vingadores", filme que fala da liga de super-heróis montada pelo personagem de Jackson, Nick Fury, e que está previsto para 2012).


por Melissa Lipinski

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Vários filmes não são felizes em suas continuações como "Matrix" e "Jurassic Park"; algumas continuações são inúteis como "Debi e Loyd 2" e "O Todo Poderoso 2". E algumas são muito boas, e este é o caso do "Homem de Ferro 2".

O interessante de continuações é que não há mais a necessidade de apresentar o personagem principal. Assim, Tony Stark já é o Homem de Ferro e se gaba disso.

A atuação do Robert Downney Jr. continua impecável. Mickey Rourke etá muito bem também, assim como Gwyneth Paltrow e Scarlett Johansson. Don Cheadle está muito bem introsado e não distoa o personagem do que foi apresentado no primeiro filme (que foi interpretado por Terrence Howard).

Por fim, boas cenas de ação e com efeitos bem feitos e bem utilizados no filme. Vale a pena.


por Oscar R. Júnior


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Homem de Ferro

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.

Homem de Ferro (Iron Man, 2008)

Estreia Oficial: 30 de abril de 2008
Estreia no Brasil: 30 de abril de 2008
IMDb


 
"Homem de Ferro", como todo primeiro filme de um super-herói, é um filme que mostra como ele 'nasceu'. Aqui, é o milionário mulherengo Tony Stark (Robert Downey Jr.) quem, depois de quase morrer em um atentado no Afeganistão, se transforma no poderoso Homem de Ferro.

Porém, mesmo sendo um longa de apresentação, o filme não perde tempo com explicações desnecessárias, e parte diretamente para a ação, prendendo logo a atenção do espectador. Aliás, as sequências de ação são muito bem dirigidas por Jon Favreau.

O longa acerta também na sua parcela de crítica social, ao enfocar a indústria armamentista e a sua repercusão (claro que não de forma tão contundente como o fez "O Senhor das Armas", 2005).

Mas é claro que o grande destaque deste "Homem de Ferro" é o carisma de seu protagonista. Tony Stark é um gênio. E ele sabe disso. E, assim como todo gênio, é cínico e sarcástico ao extremo. Não bastasse tudo isso, ele sabe usar todo o seu charme de forma a seduzir as mulheres. E Robert Downey Jr. encarna Tony Stark com perfeição.

Além de Downey Jr., Jeff Bridges também está muito bem, como Obadiah Stane, e não se entrega ao óbvio, evitando construir um vilão caricato (tão comum em filmes de super-heróis), ainda que o roteiro peque em não explicar exatamente quais são as motivações que façam o sujeito ter tanta raiva de Stark a ponto de querer eliminá-lo. Já Gwyneth Paltrow consegue a façanha de transformar a sua Pepper Potts em algo mais do que o simples interesse romântico do herói, tornando-a bastante carismática.

E aqui vai uma curiosidade: o computador particular de Tony Stark, Jarvis, que é também seu grande companheiro, é dublado pelo talentoso Paul Bettany, que consegue transmitir humor e irreverência apenas com sua voz.

Enfim, bastante superior a outros filmes de herói que vemos por aí (apenas gosto mais das franquias "Batman" - os do Christopher Nolan; e "X-Men" - exceção feita a "X-Men Origens: Wolverine", de 2009), "Homem de Ferro" é divertido o suficiente, tem ação o suficiente, e um protagonista suficientemente carismático. Uma ótima diversão.

Fica a dica!


por Melissa Lipinski

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Iron Man, aí está um filme baseado em quadrinhos que eu realmente gostei. Das adaptações da Marvel Comics para o cinema, somente deste "Homem de Ferro" e de "X-Men" que eu gostei. A adaptação do "Homem-Aranha" não chega a me incomodar, mas não me apeteceu.

Robert Downey Jr. está fabuloso nesse papel. Parece que foi feito pra ele. Ele está em casa e sua interação com o resto do elenco é formidável. Obviamente o restante do elenco também está muito bem, com destaque para a Gwyneth Paltrow e para Jeff Bridges.

Muito bom. Recomendo.


por Oscar R. Júnior