segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Como Esquecer

ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.


Como Esquecer (2010)

Estreia oficial | no Brasil: 15 de outubro de 2010
 
IMDb



"Como Esquecer" é uma adaptação de um livro homônimo (escrito por Myriam Campello, o qual não li). Porém, baseando-me no próprio filme, eu diria que o livro é superior a este. Isto porque a diretora Malu de Martino apóia-se veementemente na veia literária - que se dá pelos diálogos literais e narração em off - o que acaba enfraquecendo a obra cinematográfica.

Não que ter diálogos literais seja ruim. No cinema, há exemplos de que isso funciona muito bem. Agora me vêm à lembrança "
Brilho de uma Paixão". Mas aqui, parece que os seis roteiristas (sempre acho que muitos roteiristas juntos acabam prejudicando a história) não souberam confiar muito na interpretação do espectador, e os diálogos parecem explicar tudo o que a personagem está sentindo; fora a narração em off que sempre surge reiterativa e desnecessária. Ou seja, essa repetição de imagem, interpretação e narração esvazia do público qualquer chance de pensar ou sentir aquilo que a protagonista está sentindo. A sensação acaba vindo ao espectador de forma mecânica e falsa.

Não que o filme seja uma perda total. Há bons momentos. Principalmente quando os três atores principais, Ana Paula Arósio (como Júlia), Murilo Rosa (como Hugo) e Natália Lage (como Lisa) conseguem se desprender um pouco do texto e parecem improvisar, mais soltos e à vontade. E isso se dá principalmente a partir da metade do filme quando a personagem Helena (Arieta Correia) entra em cena. Pena que esses momentos sejam poucos e aconteçam tardiamente, quando o espectador já teve uma primeira má impressão.

Além do roteiro equivocado, e opções de direção duvidosas, a fotografia também não ajuda, e parece nunca salientar o que as cenas têm de melhor, ficando sempre aquele luz "de elevador". Sem elegância, sem profundidade, sem dramaticidade.

Há momentos no filme, inclusive, que parecem ser colocados apenas para que este seja considerado mais 'cult', inteligente ou sofisticado, como quando se discute a obra de Virginia Woolf. Não há nenhuma razão para isso, além de ser uma discussão rasa e que não nos acrescenta em nada sobre as personagens.

Particularmente me irritei com o excesso de flashbacks de Júlia. Por mais que esses apareçam de forma interessante, feitos por uma handycam, como se fosse sua companheira quem estivesse gravando, porém sem que esta apareça alguma vez sequer. Isso aguça a imaginação, fazendo-nos supor quem será essa personagem que destruiu com os sentimentos da protagonista. Ao mesmo tempo em que evidencia como a protagonista estava feliz. Porém o recurso é usado à exaustão. E chega uma hora que dá vontade de gritar: "podem parar com os flashbacks, nós já entendemos o seu propósito!!".

Porém, se há um ponto positivo no longa, esse se deve ao fato de nunca encarar a relação homossexual como algo caricato. E, por mais que o personagem de Murilo Rosa no início do filme soe um pouco exagerado, com relação aos relacionamentos não há estereótipos, muito menos panfletarismo. Se há algum mérito da diretora Malu de Martino, pode-se dizer que é esse.


por Melissa Lipinski
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Ok. O que chamou bastante a atenção mas de forma negativa foi a fotografia. Os enquadramentos são muito fracos e executados muito formalmente. Poderia contribuir com o filme mas não o ajudam.

Mesmo contando com bons atores, os personagens não conseguem se desenvolver. O texto não ajuda, a narração em off é totalmente dispensável. Alguns personagens são dispensáveis também, como a personagem da aluna universitária. Ela só soma para a história o fato da personagem da Ana Paula Arósio ser ríspida e insensível.

O que gostei foram alguns momento do filme e a história. A execução achei fraca.

É isso.


por Oscar R. Júnior

 


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