ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.
Incontrolável (Unstoppable, 2010)
Estreia oficial: 10 de novembro de 2010
Estreia no Brasil: 7 de janeiro de 2011
IMDb
Tenho que admitir que não sou fã de Tony Scott. Geralmente acho seus trabalhos rasos, onde só a ação em si é o que importa, sem maiores cuidados para desenvolver personagens. E isso vem desde "Top Gun - Ases Indomáveis" (1986), passando pelos descartáveis "Dias de Trovão" (1990), "Revenge - A Vingança" (1990), "Amor à Queima Roupa" (1993) e "O Sequestro do Metrô 123" (2009) e pelos fracos "Maré Vermelha" (1995) e "Inimigo do Estado" (1998). Somente três de seus trabalhos merecem algum destaque: a estética crua e o roteiro forte de "Chamas da Vingança" (2004), o surpreendente "Déjà Vu" (2006), e (para mim) o melhor de seus longas, o inteligente "Jogo de Espiões" (2001).
Devo dizer que, apesar de eficiente e bem realizado, esse "Incontrolável" não foge à regra da maioria de seus longas, e a ação é o ponto forte do filme. É também a quinta parceria do diretor inglês com Denzel Washington, o que é uma marca considerável.
Assim como em "Inimigo do Estado" e "O Sequestro do Metrô 123", os heróis de Tony Scott não são homens da lei ou da justiça, mas homens 'comuns', do povo, trabalhadores de uma sociedade que talvez já esteja saturada pelos ditos 'super-heróis' e que precisa ver que qualquer um pode salvar o dia, a sua cidade ou o seu país.
Quase como resgatando os filmes catástrofes que faziam sucesso nos idos anos 70 e 80, Scott volta a tratar de um desastre em proporções menores se comparado com os filmes megalomaníacos de hoje em dia, que sempre têm como resultado da destruição iminente, o planeta ou até mesmo o universo. Tony Scott prefere enfocar um trem que, desgovernado em alta velocidade, pode-se chocar com uma cidade do interior dos EUA. Como em alguns de seus vagões transporta um conteúdo tóxico e inflamável, o choque do trem pode destruir toda a cidade.
Mas a história não é o que realmente importa aqui, já que seus personagens e situações soam forçados e caricatos. Mas é a ação quem domina e prevalece. E é ela quem faz com que o espectador fique grudado na cadeira durante toda a duração do filme para ver como vai se resolver essa história.
E Tony Scott sabe como filmar cenas de ação. Elas são realmente bem dirigidas e editadas. Os enquadramentos parecem nos colocar praticamente dentro da ação. Particularmente não gosto dos efeitos 'plásticos' que o diretor emprega (em abundância), como a câmera rápida estilizada nos finais de algumas sequências, apenas para potencializar a sensação de perigo, mas é uma questão estética do diretor. Os efeitos visuais também são muito bons.
E é engraçado notar que, dentre uma frota de trens toda em azul e amarelo, o único com a cor vermelha (sangue) é justamente o trem 777, que está desgovernado. Detalhes da direção de arte. Fico aqui imaginando se o número do trem não tem alguma ligação com 666... Será que o diretor (ou o roteirista Mark Bomback) não quis, a princípio, colocar o número 'do demônio' no trem até que alguém disse que seria forçar muito a barra e então ele alterou para 777? Estou apenas conjecturando...
Enfim, pra quem gosta de ação eletrizante, e o que é melhor, que não ofenda nossos neurônios, "Incontrolável" é uma boa pedida.
por Melissa Lipinski
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Há meses atrás assisti a um filme chamado "O Sequestro do Metrô 123". Uma porcaria feia mesmo que é do mesmo diretor (Tony Scott). Logo devo admitir que tinha um preconceito enorme para com esse "Incontrolável", sendo que no filme do metrô, Denzel Washington interpreta um controlador de tráfego. Nesse ele faz um condutor de trens. Tive que vencer meus pensamentos pré-concebidos e sentar para assisti-lo.
Preciso fazer uma ressalva ao diretor Tony Scott. Ele já fez filmes que gostei como "Um Tira da Pesada II" e "Deja Vu" . Em compensação já dirigiu alguns detestáveis como "Top Gun - Ases Indomáveis" e o "O Sequestro do Metrô 123".
Já no "Incontrolável" ele acertou. O filme cumpre bem a função e nos entretêm sem agredir nossa inteligência. Tem boas atuações e personagens dignamente contruídos. Tem, obviamente, cena de explosão, vida por um fio e tudo o que um filme de quase catastrofe pode oferecer. Simples assim.
por Oscar R. Júnior
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