ATENÇÃO: O texto pode conter citações sobre o desenrolar do filme. Caso não tenha visto o filme ainda, tenha cuidado ou o leia após assisti-lo.
Amor à Distância (Going the Distance, 2010)
Estreia Oficial: 27 de agosto de 2010
Estreia no Brasil: 10 de setembro de 2010
IMDb
"Amor à Distância" é mais uma comédia romântica enlatada vinda de Hollywood. Você sabe que o mocinho e a mocinha vão se conhecer, se apaixonar, passar por provações e uma separação, até chegar na reconciliação e o (tão manjado) final feliz.
Mas aqui, o casal protagonista (Drew Barrymore e Justin Long) tem dois diferenciais. O primeiro diz respeito ao próprio título do filme. O relacionamento à distância, que parece não ser um assunto muito popular em Hollywood (não me recordo de outro filme que o casal enamorado more em cidades diferentes), é o que faz com que as dificuldades apareçam.
E o segundo ponto, o mais interessante, diz respeito aos próprios personagens. Erin (Barrymore) já passou dos 30 mas não tem a mínima ideia de como gerenciar sua vida. Ela quer ser jornalista, mas não consegue um emprego na área, tendo que trabalhar como garçonete para pagar suas contas. Além do mais, ela ainda nem saiu da faculdade. Já Garret (Long) está longe de ser bem-sucedido profissionalmente. Apesar de trabahar numa área que gosta, de produtor musical, não consegue subir na carreira pois é obrigado a servir de babá a 'boys band' sem talento. Assim, ambos fogem do padrão visto em filmes do gênero, onde o casal geralmente já é bem sucedido em tudo na vida (menos no amor, é claro), pintando padrões de vida jamais alcançados por nós, meros espectadores mortais. Já com Erin e Garret não é muito difícil se identificar, ainda mais se você está na casa dos 30 anos, não é famoso, não é multi-milionário, nem fez grandes feitos extraordiários, e apenas tenta ganhar sua vidinha.
Porém, o bom do filme pára por aí. O que sobra são as velhas situações clichês que todos já estão cansados de ver e rever e rever. Inclusive os personagens secundários, que apenas entram em cena para forçar situações pretensamente engraçadas. Nem o amigo de Garret, Box (Jason Sudeikis), que nitidamente é para ser o ponto forte da comédia, não tem graça nenhuma com suas gags pedantes e seus costumes escatológicos.
Enfim, mais um filme para a lista de comédias românticas descartáveis vindas do 'Tio Sam'. Pelo menos "Amor à Distância" não chega a ofender a nossa inteligência. Mas tão pouco a aguça.
por Melissa Lipinski
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